quinta-feira, julho 25, 2013

Inferno astral, a visita do Papa Francisco ao Rio de Janeiro, Acumuladores e outras drogas

Eu vinha pensando aqui num tema para o post, já que tivemos no Rio de Janeiro uma semana bastante agitada, coroando um período igualmente agitado de manifestações nas ruas. Não daria para escrever ficção esta semana, com a realidade gritando na nossa cara, se é que vocês me entendem.

Foi mesmo uma semana realmente bonita e difícil ao mesmo tempo. Para que aniversaria no início de Agosto, só pude concluir que poderia ser o efeito do meu inferno astral, a todo vapor. A vinda do Papa Francisco ao Brasil trouxe um sopro de alegria e esperança para alguns, mas revelou uma juventude histérica que eu desconhecia, e que estava escondida sob o manto da renovação carismática. Sem querer gerar polêmica, tudo que eu vi através da televisão me deixou muito chocada e preocupada. Ele não é a reencarnação de Jesus Cristo, nem o Divino Espírito Santo em pessoa. É, quando muito, um ser humano muito carismático, que sabe usar bem as palavras e tem um sorriso doce e encantador. Como cheguei a postar em outra mídia, parece que tudo que se quer neste momento de exposição infinita é pão, circo e Facebook, o que, sinceramente, não é legal. Não basta ver o Papa, é preciso espocar um flash de máquina fotográfica em seu rosto para garantir o post. Isso me dá medo e me leva a achar que nosso futuro não é lá dos melhores.

O Papa Francisco visita a Comunidade de Varginha. Fonte: O Globo.

Para quem vive no Rio de Janeiro, foi um drama. Fora a movimentação de "peregrinos", pessoas de outros estados e de outros países que vieram para a Jornada Mundial da Juventude, algo que o Governo estima em 2 milhões de pessoas, tivemos as manifestações programadas por meio das redes sociais, chamando a atenção para os diversos problemas que temos enfrentado e também rechaçando as "leis" apregoadas pela Igreja Católica. A gente viu até beijaço gay rolando na escadaria de uma igreja próxima de onde o Papa estava reunido com as autoridades, no Palácio Guanabara.

Manifestação na escadaria da Igreja Nossa Senhora da Glória, 
no Largo do Machado, RJ. Fonte: O Globo.

O resultado disso é que nosso Sistema de Transportes não deu conta. Não é só porque o sistema é ruim, e os investimentos necessários não foram feitos por quem detém a concessão. Foi também por má vontade. Imaginem que ontem, com as ruas do meu bairro interditadas aos automóveis por conta da passagem do Papa, o Metrô Rio resolveu fechar as portas das estações justamente no momento em que as pessoas voltariam para as suas casas no - praticamente - único meio de transporte possível, por conta do excesso de pessoas nas ruas. Não seria este um motivo surreal? Não seria este o motivo que justificaria o sistema funcionando a pleno desempenho? Pois foi o que ouvi no auto-falante quando desembarquei.



E é lógico que isso foi parar no jornal. No local e em outros jornais mundo a fora: O Globo, El País, Le Monde, Washington Post, Chigaco Sun Times... Uma vergonha!

Para minimizar o caos, fomos liberados do trabalho. Quem não se planejou para viajar, como eu, teve que amargar uma cidade indecisa, que não sabe se está no meio de um feriadão ou se funciona normalmente. As pousadas da cidade do entorno, todas lotadas. No Rio, abrindo as portas com certeza, estão as lojas do Mc Donald's, que estão lucrando com o pouco dinheiro no bolso destes peregrinos. Estou em casa por cinco dias, tentando me recuperar de uma gripe que veio junto com um frio polar inexplicável. Anda nevando muito neste país, o que parece pegadinha do camarada hermano.

Já concluímos aqui em casa que trata-se de uma guerra de egos, qual deles é maior? O de São Pedro ou o de São Francisco? Como chove, meu Deus! Como está frio e úmido!

Fonte: Climatempo

Aproveitei o mal tempo para olhar meu armário. Mesmo com as férias, eu não tinha tido coragem de encará-lo, mas hoje, fui procurar algo e me choquei com o excesso. Ando comprando coisas de que não preciso e, pior, que não chego a consumir. Em que pese a minha preocupação, me lembrei logo do programa Acumuladores, que passa no Discovery Home & Health e que mostra pessoas com um tipo de doença psíquica que as leva a acumular coisas e ter uma profunda dificuldade de se desvencilhar delas. Será que ando sofrendo do princípio deste mal? Seria isso algum tipo de compensação, semelhante à que nos leva a comer e a engordar? Quando é que isso é algo que merece ser tratado? Fiquei bolada...

Fonte: Discovery Home & Health

 Para terminar meu desabafo, fiquei pensando esta semana nas drogas que me abastecem. A saudade é uma delas. Como ela me consome e me tortura...!!!Tenho resistido, mas talvez esta saudade até renda um conto, quem sabe?

Bom, passei por aqui só para dar notícias para vocês. Inté!

domingo, julho 14, 2013

Amor e outras drogas



Acabei de ver "Amor e Outras Drogas".

A sinopse é esta aqui:
Jamie Randall (Jake Gyllenhaal) é um sedutor incorrigível do tipo que perde a conta do número de mulheres com quem já transou. Após ser demitido do cargo de vendedor em uma loja de eletrodomésticos, por ter seduzido uma das funcionárias, ele passa a trabalhar num grande laboratório da indústria farmacêutica. Como representante comercial, sua função é abordar médicos e convencê-los a prescrever os produtos da empresa para os pacientes. Em uma dessas visitas, ele conhece Maggie Murdock (Anne Hathaway), uma jovem de 26 anos que sofre de mal de Parkinson. Inicialmente, Jamie fica atraído pela beleza física e por ter sido dispensado por ela, mas aos poucos descobre que existe algo mais forte. Maggie, por sua vez, também sente o mesmo, mas não quer levar adiante por causa de sua doença.
Fonte: Adoro Cinema

Esse filme me fez pensar em várias coisas:

(1) como é difícil a vida de quem tem Parkinson, ainda mais tão cedo. Eu tenho um amigo querido que tem Parkinson. A gente sempre brinca com ele, para a vida não ficar séria demais. O filme dá uma amostra de quantas coisas devem passar na cabeça de quem desenvolve uma doença dessas tão cedo! Inclusive, o medo de que os outros se aproximem por pena... Nossa, como deve ser complicado para este meu amigo!

(2) como a gente anda consumindo drogas de todos os tipos indiscriminadamente. Eu mesma, tenho uma pequena farmácia em casa, sou daquelas que ficou danada quando baixaram a proibição de comercializar remédios controlados sem receita. Já mapeei um monte de farmácias que vendem sem receita, mas confesso que estou desde quinta com um problema no olho esquerdo e hoje fui a um pronto-socorro para me medicar. Melhor, né?

(3) como a gente vive criando artimanhas para não se entregar, não se apaixonar, não viver um amor de verdade. Eu mesma faço isso o tempo todo, inclusive com amigos. Depois, não quero me sentir sozinha, né? Como?

(4) como muitas vezes uma criatura que parece muito auto-confiante, na verdade é a pessoa mais insegura do mundo... Também vale pra mim. Às vezes, estou com tanto medo, mas aí, vou com medo mesmo! Yeah!


Pra quem não viu, eu recomendo. Vale a reflexão!

sábado, julho 13, 2013

Enchantagem



Enchantagem
Paulo Leminski

de tanto não fazer nada
acabo de ser culpado de tudo

esperanças, cheguei
tarde demais como uma lágrima

de tanto fazer tudo
parecer perfeito
você pode ficar louco
ou para todos os efeitos
suspeito
de ser verbo sem sujeito

pense um pouco
beba bastante
depois me conte direito

que aconteça o contrário
custe o que custar
deseja
quem quer que seja
tem calendário de tristezas
celebrar

tanto evitar o inevitável
in vino veritas
me parece
verdade

o pau na vida
o vinagre
vinho suave

pense e te pareça
senão eu te invento por toda a eternidade

domingo, julho 07, 2013

Perdas


Hoje fazem meses que eu perdi minha melhor amiga, num acidente de carro.
Morreu da pior forma, sem me dar chance para uma despedida. Não estava doente, mas sentia-se só. E eu me senti tão responsável por aquilo, por ser tão cega.
Foi duro, nela eu depositava toda a minha confiança e a fé na Humanidade.

Morreu assim, de uma hora para a outra. 
Mas, já vinha morrendo. Estava morrendo aos poucos,
Se transformando, sofrendo uma metamorfose, perdendo sua essência, 
Deixando de ser borboleta para virar uma lagarta rastejante encapsulada.
Como Benjamin Burton, estava vivendo ao contrário, fruto de suas neuroses.

Eu não percebi a morte, nem as diversas vezes em que ela tentou se despedir.
Ela bem que tentou. Tentou me dizer que tínhamos ficado diferentes demais, distantes demais, que tínhamos metas muito diversas...
Eu, crente que o que tínhamos era mais precioso do que qualquer meta, do que qualquer desejo de estar com alguém, um homem, um amante, supus, erradamente, que sobreviveríamos a isso, como já havíamos sobrevivido em outros tempos.

Mas não foi assim. Numa crise de solidão, sentindo-se plenamente incompreendida, ela jogou o carro que dirigia contra um muro, sem me dizer Adeus.

O tempo vai passando e é tão estranho... Eu quase já não lembro de seu rosto, sua voz, sua risada, seu corpo magro... E o pior é que nunca mais fui capaz de ter uma amizade igual.

sexta-feira, julho 05, 2013

Rio Grande do Sul, parte 1

Este ano estive no Rio Grande do Sul no verão e curti muito a viagem. São tantas as imagens belas e inesquecíveis que é difícil selecionar a mais bonita. Por isso, estou postando algumas fotos dos locais por onde andei para ver se vocês se animam.

Estivemos em Gramado, e por lá, decidimos conhecer a Linha 28. Vejam que lindas imagens.




 





Também fomos a Aparados da Serra. E lá, tivemos a oportunidade de almoçar e conhecer a Pousada Parador Casa da Montanha, para onde pretendo voltar assim que puder.

 






















Aparados da Serra é um lugar lindo. Vejam que imagens.











Foram tantas fotos. Depois eu posto mais!


Desejo...




Como não sucumbir ao desejo
se ele nos toma de assalto toda
razão existente?
E se se apossa de nosso corpo
como espírito perdido a procura
de abrigo?

Como fechar os olhos e os sentidos
diante do corpo desejado?
Se não se pode tê-lo, para quê
vê-lo nu em pelo?
Como disfarçar o desejo ardente, inebriante
e febril diante de objeto tão obscuro?

04.07.2013


quinta-feira, julho 04, 2013

Sobre o desejo de mudança...

Eu já vinha desejando mudar há tempos. Até ensaiei a mudança, troquei de função, abandonei no caminho um conhecimento de anos que me fazia respeitada e referência dentro da empresa. parecia que nada mais me era surpresa. Ia a Congressos a mando da empresa, com a terrível missão de trazer novidades, de buscar algo que pudesse ser incorporado e "agregasse valor". Não via mais nada. Eu, que sempre tivera olhinhos de aprendiz, que sempre me considerei uma pessoa ávida pelo novo, não conseguia enxergar mais nada dentro daquele imenso Universo das Repetições.

A empresa para o qual trabalho é considerada no mercado local uma potência. Ela tudo faz, tudo experimenta, tem verba e interesse em testar muita coisa, e, no passado, preocupava-se pouco com os resultados, o que dava ainda maior oportunidade de experimentação, ainda que o processo resultasse em erro. Falhar não era problema quando se tinha tanto orçamento.

Hoje, com os recursos mais escassos, falhar é sim um problema, e a ordem é utilizar mais do mesmo, para que se ganhe em escala e se aplique técnicas e métodos já testados com sucesso. É o reaproveitamento que, para alguns, pode ser elegantemente chamado de Benchmarking Interno.

Fazer mais do mesmo me entedia muito. Tenho eu que ler os mesmos velhos manuais, ler os textos que eu já conheço, os padrões que não mudam, conhecer os velhos processos e inovar sobre aquilo tudo. Daí, eu concluo que a inovação incremental é talvez a coisa mais difícil que alguém pode empreender. Ou talvez, seja apenas a mais chata.


 Lendo o livro do Rubem Alves, encontro um trecho que define esse meu momento... (entre tantos):

"Há textos que se parecem com uma lisa superfície de gelo sobre a qual o leitor desliza. O pensamento se move fácil: tudo lhe é conhecido com familiaridade. Mas, ao final desse exercício de patinação sobre o conhecido, o pensamento continua o mesmo. Quando as palavras deslizam suavemente como um patinador sobre o gelo, é certo de que nada novo irá surgir. Ao final, tudo estará como sempre foi. Bem que Hegel advertiu de que "o que é conhecido com familiaridade não é, de fato, conhecido, pela simples razão de ser familiar"".

Nossa, como isso é a minha cara! Como ando enfadada com a mesma comida, os mesmos ares, a falta de novidade, e a arrogância das pessoas. Sinto como se estivesse entrando num mundo de repetições e apertos de porcas com as boas e velhas chaves-de-fenda do Chaplin. Quanto mais eu repito as mesmas operações, executo as mesmas rotinas, crio nada sobre coisa alguma, mais tenho vontade de me dedicar às artes, de virar produtora de gente que cria, de criar eu mesma o belo, o que apetece aos olhos, o que encanta.

E começo a me sentir sugada pelas palavras. Palavras que dançam na minha cabeça e formam as ideias assim, enquanto escrevo, gerando crônicas, contos de amor, poesia, que se não encantam aos outros, ao menos me suprem da fatia de arte que eu mereço e da qual me abasteço para viver.

Talvez viva demais o mundo dos sonhos. E por algum momento, tenho medo de surtar, querer largar tudo, querer abrir mão do que conquistei. Mas, afinal, o que conquistei senão um mundo em tons de cinza... mas, nada a ver com o erotismo do best-seller da livraria da esquina...?


No filme "Tempos Modernos", sem dizer palavra, Chaplin delatava o tédio dos trabalhadores do chão-de-fábrica, aqueles que deviam deixar os problemas em casa para não interferir nas rotinas do dia-a-dia. Como trabalhadora do conhecimento que sou, parece que cabe a mim, inovar e criar as novidades das quais eu preciso para viver.

É isso, careço de doses diárias de arte e poesia.

quarta-feira, julho 03, 2013

Fernando Pessoa | Kate Perry

Fernando Pessoa era um sábio. Desde sempre, criança ainda, me acostumei a ler sua poesia, desde a época em que mamãe era sócia do Círculo do Livro.

De vez em quando, ainda circulam na internet algumas de suas frases.


Essa tem sido uma reflexão frequente dos últimos dias. Não sei se é a famosa crise dos 40 (anos) que chegou finalmente, mas eu tenho me questionado muito a respeito da vida, do trabalho, dos amores que tive... Será que eu me permito a felicidade, ou ando me contentando com o que a vida oferece, sem buscar mais?

Queria algo que fosse como fogos de artifício espocando no céu em noite de Reveillon! É pedir muito?



Música de Hoje: Firework - Kate Perry

terça-feira, julho 02, 2013

Desencontros

Passou a manhã inteira cogitando ligar para ela, enquanto a reunião rolava. Estava desatento aos assuntos do trabalho, queria apenas saber se ela teria como sair com ele. 

Na primeira brecha, passou a mão no celular e ligou pra ela. "Oi, tudo bem? Eu queria te ver hoje. Topa fazer alguma coisa depois do trabalho?"

Ela hesitou. Pensou um pouco, disse que tinha um compromisso... Mas depois, disse que podia remarca-lo. Perguntou onde se encontrariam e ele disse que passava para pega-la, que estava de carro.

Ao desligar o telefone, ela ficou pensativa por um tempo. "O que será que ele quer?" Já eram amigos há tanto tempo, nada que ele pedia, ela negava.

Ele estava cansado de ser seu melhor amigo. Estava de saco cheio de ouvi-la falar de amores impossíveis, não correspondidos, de tudo que ela sempre quis, e que ele sempre esteve ali para oferecer em dobro, mas nunca teve coragem de dizer. Estava na hora de dar um basta naquela situação, de dizer tudo o que ele sentia, abrir seu coração, mesmo que isso impactasse na perda de sua amizade, num afastamento.  Ele estava disposto a correr este risco. Ela era tudo pra ele. Mais do que ela pudesse imaginar, não conseguia imaginar sua vida sem a presença dela. Mas, tudo estava tão confuso nos últimos tempos, ele tinha desistido de um namoro de anos, tinha pensado muito e, enfim, tinha decidido confessar-lhe a paixão que o atormentava há anos.

Passou na biblioteca para pega-la as 18:30, de tão ansioso que estava. Ela entendia cada vez menos o que estava acontecendo com ele, mas estava pronta à espera.

"Vamos pra onde?", ela perguntou curiosa.

"Para um lugar bonitinho, ali perto do canal, tenho certeza que você vai gostar". Há um tempo ele vinha pensando na idéia de leva-la a um barco-restaurante que havia sido aberto perto de sua casa. E o fato de estarem perto de casa não era definitivamente por acaso. Esperava que ela curtisse o fato de terem um jantar romântico num barco, nos moldes dos "barcos europeus". Mas, o que ela não sabia é que eles teriam um jantar romântico, e no fundo ele tinha medo de como ela receberia a notícia, já que seus jantares sempre tinham sido, todo esse tempo, apenas jantares.

Ao chegarem no barco, ela estranhou. A aura de romance, as velas acesas, pequenas luzinhas piscando, música de violinos, tudo muito romântico. Ela tinha medo de dizer algo que quebrasse aquele clima, mas não sabia o que esperar daquele amigo. Se um dia ela supôs que ele gostasse dela de um jeito diferente, mudou logo de ideia quando ele começou a ficar com todas as meninas da faculdade indiscriminadamente. Menos com ela, nunca sequer mencionara aquelas saídas. Todo mundo sabia, mas era uma coisa velada.

Tempos depois, ele confessou os motivos, mas aí, ela já tinha se colocado numa posição de amiga, espaço reservado por ele a ela. Que confusão ele estava fazendo na sua cabeça com esse convite!

Qual a barreira entre o amor, a paixão e a amizade? Quando se deve ultrapassa-la, quando se deve vencer esse abismo? Essa mudança de status não pode comprometer um sentimento mais perene, que é o amor entre amigos? Se está bom assim, por que mudar tudo?

"Ricardo, qual o motivo disso tudo? Por que você me trouxe neste lugar lindo? Até parece que você está querendo me dizer alguma coisa...", ela perguntou.

"Mariana, há quanto tempo a gente se conhece? Muito, né? A gente está precisando conversar. Você está prestando atenção? Eu não posso mais adiar esta conversa".

"Ricardo, o que você não pode mais adiar? Você continua adiando, por que não vai direto ao ponto?!"

"Mari, eu estive com todas as meninas da nossa turma, menos você. Eu fui um idiota, egoísta e egocêntrico. Mas, mesmo assim, você esteve lá, ao meu lado, esse tempo todo, sem me julgar. Ao menos, eu acho que não julgava..."

"Ricardo, tentei muito não julgar, mas julguei sim. Naquela época, o que fazia dizia respeito apenas a você, e a elas... O que eu tinha a ver com isso?"

"Mas então, você também me achava um canalha? E se eu te pedisse perdão?"

"Perdão, Ricardo? Perdão por que?"

"Perdão por ter dado tanta volta e ter feito tanta bobagem antes de concluir que era com você que eu queria ficar o tempo todo. Você acredita nisso?"

"Comigo, Ricardo? Difícil de acreditar... Você é uma pessoa que curte a vida, as mulheres, não se amarra a ninguém, não quer compromisso... Por que estaria a fim de mudar logo agora?"

"Porque eu pensei bem, Mari, pensei muito, pensei mais de dez anos, e a única pessoa com quem eu gostaria de ficar, de dividir a minha vida é com você, sempre foi com você, mas você nunca me deu abertura, sempre se manteve distante, com um sorriso de Monalisa para tudo que eu dizia, era impossível saber o que você pensava ou sentia..."

"Ricardo, isso tudo é muito complicado, difícil de processar, deixa eu pensar sobre isso..."

"Será que não dá ao menos para curtirmos a noite, vamos dançar, vamos jantar, conversar..."

"Não, Ricardo, acho que não dá, não fica chateado comigo, mas isso é tudo muito louco, eu prefiro ir embora..."

Ela se levantou e saiu, mas não sem antes dar-lhe um beijo de amiga em seu rosto e de ter acariciado seus cabelos, como fazia sempre...

Enquanto se deixava levar pelo motorista que guiava o taxi para sua casa, ela pensava nas inúmeras vezes em que ela quis que ele fosse seu... E no quanto ele havia estragado tudo.

Enquanto ouvia os violinos e bebia goles do champanhe que tinha encomendado, imaginava aquela mulher nos seus braços, como devia ter sido desde o inicio...




O que realmente importa...



Um professor estava diante de sua classe de filosofia e tinha alguns itens na sua mesa em sua frente.

Quando a aula começou, ele sem dizer uma palavra pegou num frasco de maionese grande e vazio e começou a enchê-lo com bolas de golfe.

Ele então perguntou aos alunos se o vidro estava cheio.

Eles concordaram que estava.

O professor, então, pegou uma caixa de fósforos e despejou dentro do vidro. Ele agitou-o levemente.

Os palitos de fósforo rolaram para os espaços entre as bolas de golfe.

Ele então perguntou novamente se o vidro estava completo.

Eles concordaram que estava.

O professor pegou uma caixa com areia e despejou dentro do frasco de maionese.

Claro, a areia preencheu todo o resto.

Ele perguntou novamente se o vidro estava cheio ..

Os alunos responderam com um unânime 'sim'.

O professor em seguida pegou duas cervejas que estavam debaixo da mesa e despejou o conteúdo do frasco preenchendo todos os espaços vazios entre a areia.

Os estudantes riram ..

'Agora', disse o professor como os risos, 'eu quero que vocês reconheçam que este frasco é a VIDA.

As bolas de golfe são as coisas importantes --- sua família, seus filhos, sua saúde, seus amigos e suas paixões favoritas --- e se tudo estivesse perdido, elas continuariam ali, sua vida ainda estaria cheia.

Os palitos de fósforos são as outras coisas que importam, como o seu emprego, sua casa e seu carro ..

A areia é todo o resto --- as pequenas coisas.

"Se você colocar a areia primeiro no vidro", ele continuou," não há espaço para os palitos de fósforo e as bolas de golfe.

O mesmo vale para a vida.

Se gastar todo o seu tempo e energia com as pequenas coisas, você nunca vai ter espaço para as coisas que são importantes para você.

Preste atenção às coisas que são determinantes para a sua felicidade.

Gaste tempo com seus filhos.

Gaste tempo com seus pais.

Visite seus avós.

Cuide da sua saúde.

Leve o seu cônjuge para jantar fora.

Haverá sempre tempo para limpar a casa e cortar a grama.

Tome cuidado com as bolas de golfe primeiro --- as coisas que realmente importam.

Defina suas prioridades.

O resto é só areia.

Um dos estudantes levantou a mão e perguntou o que a cerveja representava.

O professor sorriu e disse: "Estou feliz que você perguntou."

A cerveja só mostra que não importa quão cheio sua vida possa parecer, há sempre espaço para um par de cervejas com um amigo!


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Recebi esta mensagem pelo Facebook, não podia deixar de compartilhá-la com vocês por acreditar na beleza da mensagem.

segunda-feira, julho 01, 2013

Começando o segundo semestre



Parece bobo que eu esteja postando poesia, fotografia, música, literatura, moda... num tempo em que as pessoas estão clamando por mudanças. Algumas estão, inclusive, dando a sua vida por isso. É lógico que sou a favor destas mudanças, mas o fato é que tenho horror a violência.

Minha avó me ensinou, desde pequenininha, como eram importantes os preceitos pregados por um dos maiores homens da nossa História, Mahatma Gandhi. Até hoje, guardo com carinho um livro que ela mantinha em sua cabeceira, e que ela lia sempre que podia.

Mahatma Gandhi foi um homem que viveu quase 80 anos, que gozava de imenso prestígio entre centenas de milhões de conterrâneos seus e que, através de cujas mãos passavam anualmente milhões e milhões de libras esterlinas, que podia possuir latifúndios e magníficos palacetes na Índia, mas que morreu sem deixar um único palmo de terra, nem uma casa, nem dinheiro em banco algum. A própria cabra de cujo leite se alimentava por ordem médica, não era dele e foi retirada pelo dono logo após a morte de Gandhi...

Gandhi dizia (marcação de minha avó):

"O que em mim peca é aquilo que eu tenho --
O que me redime é aquilo que eu sou".

Para o Mahatma, pretender abolir a violência sem primeiro abolir o egoísmo era o mesmo que querer evitar o efeito sem extinguir a causa do mesmo.

Vimos muitas cenas de violência nas ruas estes dias. Eu não me sinto preparada para o enfrentamento. Não me sinto confortável em participar de algo que pode perder o controle. Não creio que seja assim que conseguiremos algo, apesar de reconhecer que muito já foi obtido e que foi graças ao susto que nossos Governantes levaram.

Gandhi falava assim da violência:

"A violência aparece em formas várias; a mais comum, é a violência material, que pratica atos violentos em forma física, como ferimento ou morte. Violência em forma mais civilizada se revela verbalmente, em forma de injúrias, maledicências, mentiras e difamações. A mais sutil, e por isso mesmo a mais perversa das violências, aparece na forma mental do ódio ou malquerença. As vibrações negativas do ódio envenenam em primeiro lugar seu próprio autor e produtor, e podem também causar graves danos ao objeto do mesmo, no caso que este seja alérgico às invisíveis ondas de ódio. Em casos extremos, o ódio produz a morte de sua vítima."

Como foram muitas as cenas difíceis dos últimos dias, não vou postar aqui nenhuma foto. Nem mesmo as tiradas por mim.

Ao invés disso, eu te ofereço ele...


Namastê!

Urca e Mirante do Pasmado

Quando todo mundo chega ao Rio de Janeiro, pensa logo na vontade doida de ver a cidade do alto, e reza para não encontrar fila para subir ao Morra da Urca, no bondinho do Pão-de-Açúcar, ou para não ter dificuldade em encontrar e comprar os bilhetes para o trenzinho do Corcovado, e ver o Cristo Redentor de perto.

São programas incríveis. Mas há opções, sabia?

Uma delas é o Morro do Pasmado, ou Mirante do Pasmado, como alguns chamam.

A vista lá de cima é muito linda e a gente não pega fila para subir. É mais fácil se se está de carro, mas também é viável a pé. Nada de subidas escabrosas.

Dá uma olhada nas fotos que eu fiz lá em cima.

 Tarde bucólica no Pasmado...



 Praia de Botafogo...



Urca e Praia Vermelha, vistas aqui de cima...

Depois desse visual, o interessante é conferir o bairro de perto, mas sem se limitar ao fuzuê que é a Praia Vermelha. Passeie pelas ruas do bairro e entenda porque Roberto Carlos nunca quis se mudar de lá. Aliás, é um bairro no qual é muito difícil de encontrar lugar para morar (seja para vender ou alugar).

A minha sugestão é sentar sobre a mureta da Urca, comendo um pastel de camarão ou uma casquinha de siri, tomando uma cerveja gelada, em frente ao Bar Urca. Fecha a tarde com chave de ouro!

Olha só...

 É um bairro onde se pode fazer tudo de bike, ou na magrela, como gostamos de chamar...


Vale curtir a tarde enquanto pesca, na companhia de um bom livro ou do jornal do dia...



... ou dos amigos. Sempre bons companheiros!

Para fechar o post, invariavelmente quando se vem pro Rio de Janeiro de avião, e o piloto faz o vôo panorâmico mostrando as belezas da cidade, não dá para não ouvir, mentalmente, o Samba do Avião do Tom Jobim... Lembra?

Minha alma canta
Vejo o Rio de Janeiro
Estou morrendo de saudades
Rio, seu mar
Praia sem fim
Rio, você foi feito prá mim
Cristo Redentor
Braços abertos sobre a Guanabara
Este samba é só porque
Rio, eu gosto de você
A morena vai sambar
Seu corpo todo balançar
Rio de sol, de céu, de mar
Dentro de mais um minuto estaremos no Galeão
Copacabana, Copacabana
Cristo Redentor
Braços abertos sobre a Guanabara
Este samba é só porque
Rio, eu gosto de você
A morena vai sambar
Seu corpo todo balançar
Aperte o cinto, vamos chegar
Água brilhando, olha a pista chegando
E vamos nós
Pousar...

Música do Dia: Samba do Avião, Tom Jobim



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PS.: Todas as fotos foram manipuladas com filtros do Instagram.