sábado, fevereiro 27, 2010

Memórias perdidas, memórias de outrem

Hoje, eu andei fuçando a minha caixa de fotografias para recuperar uma foto em especial, na qual estou na casa de um grande e antigo amigo em Muriqui.

Não achei a tal foto, deve estar na casa da minha mãe. Mas, revi outras fotos, várias, nas quais apareciam pessoas das quais não me lembro os nomes. Aliás, da maioria apaguei seus nomes. O que, sinceramente, me causou uma tremenda angústia. Por que fiz isso? Não eram elas importantes o suficiente para que eu guardasse seus nomes? Seria a idade chegando e com ela a perda de memória?

Me deu uma vontade danada de pegar foto por foto e ficar fazendo anotações atrás, para resgatar, um por um o nome daquelas pessoas. Algumas, inclusive, estiveram na minha casa, em festas de aniversário. Como eu pude me esquecer delas?

Uma coisa eu pude constatar: na maioria das fotos, eu me sentia gordinha, e tentava me esconder de alguma forma. Mesmo naquelas em que eu não estava nem um milímetro gordinha... O que me leva a crer que a ditadura da magreza é mesmo uma ditadura. Uma tremenda burrice, que aceitamos sem questionar. Estas memórias são minhas, mas parecem de outrem.

A tal foto que eu procuro é uma meta. Uma meta que eu considero difícil, mas inspiradora. Vou focar nela. Rejuvenescer, impossível. Mas, deixar dez quilos pelo caminho, quem sabe?

Só sei que hoje sou muito melhor do que era há dez anos, quinze. Quanto mais eu me conheço, mais sei dos meus limites, e mais sei o que posso fazer para melhorar. Dá trabalho, mas se não desse, não seria gratificante.

sábado, fevereiro 20, 2010

Regina Casé

TEDxSP 2009 - Regina Casé from TEDxSP on Vimeo.

Preocupação

De repente, alguns amigos ficaram doentes. Três precisaram se submeter a cirurgias. Um voltou a tratamento devido a uma doença antiga. Outro começou a sofrer todo tipo de acidentes. Um outro soube de um resultado de um exame que levantou suspeitas. Eu fiquei preocupada. Quanta coisa junta!

Tenho pedido muito a São Francisco de Assis que os proteja. Mas, ando achando que ele vai ficar sobrecarregado.

Acho que vou botar um galhinho de arruda na minha bolsa.

quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Uma ode às tardes ardentes do Rio de Janeiro que para muitos têm terminado em banhos de mar (mas não pra mim!)

a tarde*

As tardes que serão e as que têm sido
são uma só, inconcebivelmente.
São um claro cristal, só e dolente,
inacessível ao tempo e a seu olvido.
São os espelhos dessa tarde eterna
que em um secreto céu se entesoura.
Naquele céu estão o peixe, a aurora,
a balança, a espada e a cisterna.
Um arquétipo, e todos. Assim Plotimo**
em seus livros (são nove) nos descreve;
bem pode ser que nossa vida breve
seja um fugaz reflexo do divino.
A casa a tarde elementar devassa.
A de ontem, a de hoje, a que não passa.

_______________________
* Jorge Luis Borges, poesia.
** Mais sobre Plotimo: http://pt.wikipedia.org/wiki/Plotino

terça-feira, fevereiro 09, 2010

Etiqueta corporativa num Rio bem acima dos 40

12:30, Largo da Carioca. O "picolé" marca 47o C. Eu páro na frente dele e não acredito. Não pode ser. É muita coisa. Como não "fritar os miolos" desse jeito? Tento tirar uma foto, para ter certeza de que não estou ficando louca, mas o reflexo do Sol no vidro do termômetro é implacável.

Ontem, eu já tinha ficado louca ao ver o mesmo "picolé" marcar 48oC às 16:30, quando desci para tomar um suco. Não pude acreditar que era verdade. Mas, hoje, ao constatar uma temperatura parecida, percebi que estamos vivendo o final dos tempos.

Indo para o centro da cidade, o "downtown" do Rio de Janeiro, às vezes me pego reparando nos homens de gravata, com suas pastas imponentes e seus sapatos combinando, e me pergunto todas as vezes: "Como é que eles não estão assando nesta roupa"? "Como eles aguentam essa mortalha"? É uma tortura, já às 8:00 da manhã.

Na minha empresa, desde que liberaram o traje formal, como meio de encarar o verão, os homens relaxaram um pouco, mas não a ponto de substituir a manga comprida pela curta. Eles a preferem enrolada nos braços, que uma manguinha curta fresquinha. A camisa pólo, só às 5as e 6as, como era antes. Ninguém precisou dizer como deveria ser esse novo formal, eles simplesmente adotaram essa "moda" e assim vêm fazendo desde que o Presidente pôs um fim ao terno-e-gravata no verão.

Mas, e as mulheres? Como ficam? Qual é o novo formal das mulheres, sem o terninho convencional? Eu ainda não sei. Temos apelado para as saias e vestidos. Eles têm dado conta. Mas, pouco vemos as cores. Na maioria das vezes, não vemos estampas grandes, cores fortes e trajes parecidos. Só os lisos, saias envelopes, sapatos "peep-toe" (aqueles fechados com os dedinhos à mostra) e blusas de algodão, bem abertas e frescas.

Mas, e quando o informal fica vulgar? Como saber a medida? Como saber que certas blusas não caem bem ao ambiente corporativo, que calça branca às vezes chama atenção demais, que alguns decotes pedem um pouco de moderação?

Como combinar calor com profissionalismo? Você já pensou nisso? Como é que você faz? Se você tem que visitar um cliente, invariavelmente vai de terno e gravata? O cliente te espera nestes trajes? Ele está nestes trajes? O que vale mais, chegar limpo e fresquinho numa roupa mais leve ou com aquela incrível poça de suor embaixo do braço?

Se continuarmos como estamos, vamos acabar nos vestindo como os tuaregues no deserto do Sahara, tendo que usar roupas de algodão compridas, com um pano que proteja a cabeça do sol. É ou não é o final dos tempos?

E como diz um grande amigo meu, será que o motivo de tudo isso não se deve ao fato da Terra estar supostamente inclinando 1 ou 2 graus?

domingo, fevereiro 07, 2010

A marchinha que eu elegeria!

"Se o Conde D'EU,
Se o Rei de Bag-DÁ,
Se os negros do Su-DÃO,
Por que eu não posso DAR?"


A-m-e-i!

Frango Xadrez

Não, você não errou de blog, esse aqui não é um blog sobre culinária. O fato é que eu estou determinada a fazer um frango xadrez, e fui atrás da receita. Queria a original, que levasse amendoim. Adoro. Comprei os pimentões, mas ainda estou na dúvida se uso o verde, porque eu tenho em casa um vermelho e um amarelo. Aliás, caríssimos. Será por que, né?

Olha a receita que eu pretendo fazer:


Receita de Frango xadrez original

Ingredientes
6 filés de frango
Sal e pimenta do reino à gosto
3 colheres (sopa) de óleo
2 pimentões, 1 verde e outro vermelho, cortados em tiras grossas
1 cebola
1/2 xícara (chá) de amendoim torrado
1 colher (sopa) de molho de soja (shoyu)
1/2 xícara (chá) de catchup
1 colher (rasa) de amido de milho

Modo de preparo
Corte os filés de frango em quadrados médios e tempere com sal e pimenta do reino à gosto.
Coloque pouco sal no caso de utilizar amendoim salgado.
Aqueça o óleo em uma panela.
Acrescente os filés de frango e deixe fritar até dourar.
Junte os pimentões e a cebola cortada e deixe fritar.
Em seguida, adicione o amendoim.
Misture o molho de soja, o catchup e o amido de milho.
Leve também à panela e deixe aquecer, sem parar de mexer.

Rendimento: Para 6 pessoas.

Se alguém tiver uma dica de substituição do amido de milho por outra coisa (pois eu não pretendo usá-lo), agradeço. Depois conto se ficou bom.


quarta-feira, fevereiro 03, 2010

Hoje, tive pena de mim mesma...

... pois estou de férias e às 19 horas e 30 minutos me vi parada no ponto de táxi em frente à empresa, completamente exausta e sem forças e coragem para encarar um vagão de metrô lotado.

Estou me sentindo como um "boi de piranha", ralando à beça, num projeto que está me tirando o sono, e com a sensação de que tudo tem que mudar para continuar como está.

Eram sete horas e trinta minutos e estava o maior sol. Meu marido havia ligado uma hora e meia antes para dizer que ia dar um mergulho e ver o pôr do sol no Arpoador. Eu podia estar com ele.

Mas, estava lá, querendo que alguém me abraçasse, me dissesse que vai ficar tudo bem, e que por mais que eu seja só um peão nesse jogo de xadrez, minha cabeça não está a prêmio. Mas, está. Sempre está.

Chorei sozinha, vendo o sol brilhar naquele céu do centro da cidade. Chorei so-zi-nha. Mais sozinha do que nunca. E num dia bonito de verão, acabei na minha cama, exausta, esperando a noite cair, querendo um alento, esperando por um convite à contemplação que só as férias podem proporcionar.

Tive pena de mim mesma, pois mesmo estando acompanhada, senti na garganta o nó da solidão daqueles que andam sozinhos... e fiquei sem ar.

terça-feira, fevereiro 02, 2010

Amo meus bonecos

Eu sempre gostei de bonecos. Quando era criança, mamãe me dava um monte deles. Tinha de todos os tipos, um armário cheio. Depois que cresci, investi nos bichos de pelúcia, pensando nos filhos que não vieram (ainda), e que com o tempo foram devidamente lavados e guardados.

Hoje, no meu escritório, habitam algumas preciosidades, cada um com sua história. Aqui vão eles.

Este Einstein voador comprei em Bogotá e trouxe para o meu marido. Muito original, ele é um móbile todo articulado. A loja era uma loucura!

Esta fadinha louca trouxemos de Búzios. Ela é desgrenhada, como eu, quando acordo!

Este anjinho me acompanha desde que estive em Houston, e tive que fugir de um furacão (eu comprei o boneco no aeroporto e até hoje quando olho pra ele, sinto um certo conforto). Sempre me lembro do Pequeno Príncipe...

Esse Pinóquio, ganhei de Clarice Bronté. Lindo boneco, lindo presente!

A sereia-fantoche é quase uma Iemanjá. Foi da minha irmã, mas eu a resgatei de virar mais um brinquedo jogado no canto e agora ela ocupa posição de destaque na prateleira. Eu a acho linda, de papel marchê, muito bacana...

Minha última aquisição foi este casal de marionetes, um casal indiano, que logo meu marido disse que eram ciganos. Como eu sei que tenho um pé lá naquelas bandas, aceitei de bom grado. São da Ruppe Rupee, e lindos, com uma roupa lindíssima, de seda...

Então, estas peças com história me encantam, me fascinam...

segunda-feira, fevereiro 01, 2010

Bolsinha

Depois da discussão sobre a bolsa da Louis Vuitton, resolvi postar a gracinha que comprei no centro do Rio de Janeiro e que me tem feito muito feliz...


Nada como uma carteira de palha, com uma flor de palha, para combinar com esse Verão escaldante do Rio de Janeiro, não?

Ah, a minha prima comprou uma pra ela em Pernambuco. Quando viu a minha, chegou a conclusão que a bolsa de palha é a coisa mais globalizada que há! Vixe!

Tempo de fazer...

Troquei a máquina fotográfica por uma mais moderna. Comprei pela internet. Quero fotografar o óbvio, imprimindo meus olhares em cada foto, mostrando novas perspectivas. Vou deixá-la à mão. Chega de fotos de família. Quero o cotidiano das curvas da cidade, dos espaços abertos por onde passamos, das mudanças que não vemos acontecer.

Comprei um armário novo pra cozinha. Vou arrumar as coisas. Deixá-las menos expostas, mais organizadas. Usufruir do meu canto, do meu espaço, com a ordem que me faz também. Mas, vou aproveitar o momento para separar as coisas velhas, aquilo que não uso mais, que vai pro lixo ou que talvez servirá para alguém por mais um tempo. Não sei. É tempo de fazer acontecer, onde menos é muito mais.

Fechei a área de serviço com uma janela. Agora já não chove mais dentro de casa, já não faz mais aquela laminha na área, eu já não caio mais. Estou cuidando mais de mim. Quem precisa de cuidado não pode ficar esperando que alguém faça por você, tem que correr atrás.

Voltei pra análise. Estou fazendo uns exercícios bem bacanas. Aprendi que não basta viver, tem que viver com qualidade, cada minuto. Estou satisfeita, estou vendo meu crescimento. E por mais que me doa, a sensação de dever cumprido é tanta que parece que finalmente vou ficar em paz comigo mesma.

Comecei o ano à mil. Em um mês, três demandas atendidas, dois bons resultados. O terceiro vem no final deste mês, apesar do carnaval e das férias da equipe atrapalhando um pouco o rendimento. Participei de uma banca, e a tese estava ótima. Muito gratificante ver tanto resultado.

O ano começou quente, algumas expectativas foram frustradas, mas o sol vem trazendo um tom positivo que é incrível. E você, como andam os seus planos?

Sempre me emociono



Fantástico esse comercial. Para um público super seleto e cada vez maior. Boa sacada!