sábado, setembro 16, 2006

Sem seguro contra meus ataques particulares...

Hoje fui tomada de assalto pela angústia. Derrubou-me em ataque terrorista os castelos de areia feitos com água de fantasia e de paixão. Trouxe-me um nó na garganta, uma dor no peito e algumas lágrimas nos olhos. Mas, o principal, trouxe-me o vazio. Revi-o hoje, 11 de setembro. Já não lembrava mais a amargura que era encontrá-lo.

Esse vazio só se equipara ao vácuo que preenche o Universo: imponente, onipresente, avassalador. Ele veio para sufocar-me a alma, para tornar-me pequena, sem que haja luz no fim do túnel.

Faz tempo que eu vinha domando a energia negativa da angústia como se faz com boi brabo em festa de rodeio. Fechava-lhe as portas com um sorriso escancarado, debochado, de quem ri pela frente, mas um tanto desesperado, pregado no rosto. Fingia ser feliz, uma felicidade maior do que o mundo, para não lhe dar espaço. Não havia como deixar a angústia se instalar por aqui, não suportaria tal fato.

No entanto, esta estratégia foi funcionando bem, só que feito represa de águas turbulentas. Quanto mais você segura as águas, mais violentas elas se tornam. Abertas as comportas, o que sai acaba por varrer tudo que encontra pela frente, a destruir, ocupando vilas e casas com toda a sua força.

Quem burlou a segurança para me impor a angústia foi a verdade. Tirou-me do sonho e mostrou-me uma realidade irreparável. Agora, preciso aprender a lidar com elas, a angústia e a realidade, nuas, cruas, impávidas.

O sorriso que cultivo, contudo, vou mantê-lo no rosto. Quem sabe, usando esta máscara para sempre, vou acabar me convencendo de que sou assim.

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