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segunda-feira, janeiro 02, 2012

Tanto a dizer...

Dizem que quanto mais a gente tem a dizer, melhor faz em ficar calado. Eu fiquei. Emudeci. Nada conseguia sair daqui nestes dias. Me peguei no meio dos outros em almoços e jantares apenas observando. Tanto a dizer e eu ali, me sentindo uma estrangeira. A estrangeira do Sting e do Caetano. Perdida no meio de tantas falas superficiais, sobre comidas, crianças geniais, viagens incríveis, oportunidades de emprego... eu estava viajando... sempre... sem destino... easy rider...

Enquanto emudeço e observo os outros, vou lidando com os meus gaúchos, tão presentes na minha vida... De repente, além dos amigos gaúchos que tanto me influenciam, me vi lendo ao mesmo tempo Martha Medeiros, Fabrício Carpinejar, Caio Fernando Abreu e Mário Quintana. Pode isso?

Da Martha, eu já sou fã. Agora, estou apaixonada pelo Fabro e pelo Caio. O Quintana me inspira, não há nem o que dizer.

O que mais me surpreendeu foi a coincidência das capas dos livros do Fabro e do Caio. Olha só...



É ou não muita (ins)piração? Eu me peguei olhando pras capas, os livros lado a lado na minha cabeceira, e vi que estava imersa naquele mundo onde tudo gira em torno do rio Guaíba, dos pampas do interior, cheiros e gostos, do chimarrão, das ruas e praças de Porto Alegre... olha que lindo que é esse lugar...


Um lugar que eu não conheço, mas que sinto já conhecer tão intensamente, que já penso em visitar em breve, apenas para constatar que sei dos cheiros, imagens, paisagens, por tudo que eu li. Ah, benditos sejam os livros e os bons escritores, que nos transportam para lugares incríveis e nos fazem viajar sem sair do lugar.

E enquanto leio, vou abrindo a represa das ideias que estão aqui dentro, para que um dia elas ganhem forma, corpo e som e possam estar aqui com vocês, soltas no vento!

Feliz 2012! Um ano de grandes leituras - e viagens - pra você!


"Fico pensando se viver não será sinônimo de perguntar. A gente se debate, busca, segura o fato com duas mãos sedentas e pensa: Achei! Achei! Mas ele escorrega se espatifa em mil pedaços, como um vaso de barro coberto apenas por uma leve camada de louça."
(Caio Fernando Abreu, Limite Branco, Rio de Janeiro: Agir, 2007, p. 74)


Música do dia: Felicidade - Renato Borguetti