sábado, maio 14, 2011

O primeiro dia do resto da minha vida

Estranho como, de repente, tudo que você construiu ao longo da vida deixa de fazer sentido. Num momento, estou lá, com o maior cuidado, garimpando peças bonitas e interessantes para decorar a casa, no outro, estou pensando em fazer uma mala com uma muda de roupas e desaparecer.

Hoje de madrugada, por volta das duas da manhã, eu tive a minha primeira e verdadeira crise de pânico da vida (pelo menos foi assim que eu entendi aquilo que eu tive hoje): uma forte dor no externo, um angústia siderada, uma falta de ar louca, um enjôo generalizado, uma dor intensa no corpo inteiro e uma sensação de morte preemente. Eu sentia de maneira muito intensa que eu ia "falir", que não ia dar, que eu não ia conseguir suportar, muito menos gerenciar aquilo.

Racionalmente, quando eu páro para pensar nos motivos que me levaram a ter uma coisa assim, vejo que está tudo, mas TUDO mesmo, muito ERRADO. É como se eu tivesse passado a vida inteira jogando pérolas aos porcos. Ou {traduzindo} oferecendo o melhor de mim a quem nunca esteve preparado para esse melhor... seja na vida pessoal, seja no trabalho, ou em qualquer canto. E olha que ao longo de todo esse tempo, tudo que eu sempre quis foi ter uma vida normal, igual a de todo mundo: ter uma profissão, um trabalho bacana, uma família, filhos correndo pela casa, um jardim e quem sabe até um cachorro.

Hoje, quando eu penso no meu trabalho, eu me lembro lá atrás, com 17 anos, conversando com meu pai que queria fazer arquitetura, projetar casas, fazer design de interiores e paisagismo, e ele me orientou a seguir a carreira de engenheira civil, que eu nunca exerci depois que me formei, porque arquitetura não dava futuro... Tudo teria sido tão diferente, o caminho teria sido outro.

Já começo a pensar na idéia, na vontade de fazer um novo curso, quem sabe uma extensão em Design de Interiores, depois Paisagismo (já que eu tenho o "dedo verde" mesmo...), e então, mudar tudo, sair daquele escritório onde só consegue as coisas quem "baba o ovo" do chefe, quem bajula, muito mais esses dos que os que têm competência. Odeio essa politicagem e quanto mais o tempo passa, mais eu percebo que não tenho tino pra isso.

Então, quem sabe, mudando esse aspecto da minha vida, por que não mudar tudo de uma vez? Repensar os sonhos e viabilizá-los de outros jeitos. A gente não precisa forçar ninguém a nada, mas tenho certeza que tem um monte de gente a fim de embarcar em sonhos parecidos com os meus por aí... eu não preciso estar sozinha nessa, mas posso dar conta deles muito bem SOZINHA se eu quiser. Aliás, basta querer.

Há um tempo atrás, quando eu ainda estava com a outra terapeuta, ela me dizia que, na vida, a gente não pode ter o desejo fraco, que a gente tem que querer mesmo. Quer ter uma família, queira de verdade, quer dar pro vizinho, queira mesmo, quer mudar de emprego, vai lá e mude... (ai, que exemplos, eu nunca quis dar pro vizinho, que fique bem claro)... Mas, o fato é que ela dizia da importância do QUERER... e dizia que tudo na vida era uma questão de planos, que a gente devia fazê-los, mas de preferência, tentar tirá-los do papel, da imaginação, do potencial, do virtual, e torná-los REAIS.

Acho que hoje é o primeiro dia do resto da minha vida. Aguardem novidades.

Deixa eu ir que hoje eu ainda tenho 8 horas de aula para dar. Inté.

Um comentário:

Flor de Lotus disse...

Assustei!