quinta-feira, dezembro 22, 2011

Constatação

- E você, está feliz na nova função, na nova gerência?

- Sabe que eu não posso dizer nem que sim, nem que não?!

- Por que? O que está diferente? Não está gostando?

- Eu estou diferente. Estou mais focada no resultado do meu trabalho que nas pessoas...

- É, depois de tanta porrada, a gente muda, né?

- É.

sexta-feira, dezembro 09, 2011

O "eu" no centro do Universo


Eu posso, eu quero, eu faço, eu mando, eu sei, eu entendo... veja o que eu vejo... o "Eu" no centro do Universo.

Estou - definitivamente - muito cansada disso tudo. "Quem é o responsável? Quem é o culpado?" Na hora de colher os louros, só existe um responsável, o coordenador, o dono do projeto... se o caso é de culpa, dane-se!, a equipe que não trabalhou direito.

De novo, o mote gira em torno do egoísmo, do egocentrismo, porque se não formos egoístas e virmos nosso lado primeiro, antes dos lados de todos os outros 'eus', não conseguimos evoluir na carreira... quem disse isso? Quem se outorgou o direito de sair por aí apregoando isso?

Vem cá, quantos vão ser presidentes da empresa mesmo? Quantos chegarão a ocupar um cargo de Diretor? E de gerente, vai lá, quem se arrisca a dizer que chegará lá? Vamos combinar que não tem espaço pra todo mundo... a estrutura é piramidal mesmo, as posições diminuem a medida que a gente sobe nos níveis hierárquicos e não adianta tentar usar os outros de escada, assim nós certamente não chegaremos muito longe.

Sempre achei que o grande trunfo das organizações era conseguir colocar seus empregados / colaboradores para trabalhar em dupla, em equipe. Não dá para registrar todo o conhecimento destas pessoas? Que seja, que pelo menos esse conhecimento seja coletivo, que mais de um saiba do que se trata aquele projeto estratégico e que, por isso, o outro possa desligar seu celular de vez em quando. Que se possa tirar férias. Que se possa viajar sem ser incomodado o tempo todo. Que se possa namorar, sem se preocupar se vão ou não achar aquele arquivo importante para a reunião...

Mas, não, estamos sempre brigando pelo que é "nosso", pelo que nos garante status e poder. Dar crédito ao trabalho dos outros nos torna inferiores. Temos que por os outros em desvantagem, temos que expor nossos oponentes perante o chefe em qualquer oportunidade. Porque só quem sabe sou eu, só quem entende sou eu, e a minha palavra tem que ser a última. Isso tudo cansa.

Isso gera energia negativa. Corrói a confiança entre as pessoas e destrói as equipes. Vamos aonde se continuarmos acreditando nisso? A lugar algum. Eu ando muito cansada de não poder dizer que não concordo com quem pensa assim, com quem acha que é o dono-da-verdade. Eu não quero isso pra mim. Não aguento quem comete suicídios profissionais todos os dias, e sempre acha que vai sair impune porque é maior do que tudo, porque se garante... Afinal, quem garante quem nesse mundo? Quem é que vai botar a mão no fogo por alguém na hora em que tiver que salvar a própria pele?

Quero Respeito, quero Autonomia, quero Consideração. Mas, sei que não preciso destruir o entorno para conseguir sucesso. Sucesso se conquista com Reconhecimento, que abre portas que estão fechadas e mantém abertas aquelas que poderiam se fechar atrás de nós.

Ainda bem que eu tenho os meus valores e princípios. Disso eu não abro mão.

quinta-feira, dezembro 08, 2011

quarta-feira, dezembro 07, 2011

O começo com trilha sonora

Comecei a namorar ao som do Cazuza ('Faz parte do meu show') e do Ivan Lins (todas as românticas possíveis). Meu primeiro namorado gostava de tocar violão, e sempre que tirava uma música, era em minha homenagem. Me lembro dele comprando as revistas com as músicas cifradas para estudá-las... naquela época, ainda não existia internet, coitado.

Desde então, conheci muitas músicas das quais nunca tinha ouvido falar. Foi ele quem me apresentou a tipos bacanas da MPB, como o Ivan, o Milton, o Chico, e alguns de fora, como o Renaissance e o Led Zeppelin. É claro que eu já tinha escutado essa gente toda, mas nunca tinha ouvido com o coração.

Desde então, a música ganhou outro significado pra mim. Curiosamente, eu e meu marido não temos uma "música tema", uma música que nos lembre um do outro... ele diz que sempre lembra de mim quando escuta a Sade, 'Your love is king'. Eu sempre lembro dele quando escuto o Yes, 'The gates of delirium'. Mas, não temos uma música nossa.

Quem sabe isso não seja algo a se descobrir no próximo ano?

Para quem não conhece...

Yes - The Gates of Delirium


Sade - Your Love is King

terça-feira, dezembro 06, 2011

Muda...


Não há nada que doa mais do que o não poder dizer. A gente se sente entalada e nem sabe porquê. O subconsciente fica gritando: "vai, fala, se abre, coloca pra fora, resolve logo isso..." Mas, qual o quê?

Quando crianças, se podia dizer tudo. Não se tinha consciência das consequências, era tudo mais leve. Agora, não. A gente reflete, reflete, pensa no que significa se expor, se abrir, no que isso pode resultar, na catástofre que pode acontecer a partir disso... e não fala.

Eu, que já estou velha, sei que isso causa angústia e muita dor no peito. Mas, que jeito! É assim que eu sou, é assim que eu vou vivendo...

Música do dia - "O Silêncio das Estrelas" - Lenine

domingo, dezembro 04, 2011

Domingo

Separa. Limpa. Arruma. Destina. Descarta. Doa. Guarda. Classifica. Anota. Arruma de novo. Descobre. Redescobre. Encanta. Encontra. Guarda. Classifica. Anota. Monta. Prende. Cola. Guarda. Lava. Seca. Classifica. Anota. Limpa. Limpa. Limpa. Cansa. Cansa muito. Descansa. Levanta. Cansa de novo.

E se dá conta de que não precisa de tudo que acumulou ao longo dos anos. E que muitas pessoas poderão ser felizes com os presentes que vão receber neste Natal.

Música do dia - "Saindo de Mim" - Ivan Lins

Oco

Tenho tido medo de dormir. Nem com terapia, nem pensando muito na vida, com os meus botões, estou dando conta. Muitos, muitos pesadelos. Tudo que não pensa durante o dia, volta durante a noite. A gente se esforça pra crescer, mas tem horas que tudo que se quer é o colo da mãe ou do pai, e um abraço apertado. E talvez, alguém que diga que tudo vai passar e que tudo aconteceu vai perder a importância.

Porque vai. E eu não vou nem lembrar porque sofri. Já me disse a minha irmã.

Me pego chorando à toa. Já nem sei dizer o motivo. São tantos. Era pra estar feliz. Está tudo bem. Mas, não. Tudo que eu quero é esquecer o ano. Só quero me lembrar de endurecer, endurecer e criar um casco tão duro, mas tão duro, que nada nem ninguém mais consiga me machucar tanto, nada mais me tire o chão, nada mais me deixe sem rumo quanto tudo isso que aconteceu esse ano.

Quando a chuva passar, quando o tempo abrir, abra a janela e veja: "eu sou o sol"...

Eu sei que sou. Sou forte, sou guerreira. Sou maior que tudo isso. Está para nascer algo ou alguém que me tire do prumo.


Música do dia

Aretha Franklin