segunda-feira, maio 05, 2014

Mas é claro que o sol vai voltar amanhã...

Um novo sol, de um novo tempo...


Haviam se passado cinco meses. Cinco longos meses sem vê-lo. A lua estava diferente. Os dias estavam diferentes. No início, tudo parecia meio nublado, mas agora, o sol voltava a dar a sua cara e iluminava as manhãs outonais de modo especial.

De repente, um convite dele. E uma recusa dela. Um novo convite. E ela, respondeu com um "talvez, quem sabe".

Queria o quê ele agora? Queria a oportunidade de encenar a cena derradeira, na qual ele olharia para ela compadecido de tamanho amor não correspondido? Queria palco para ser novamente aplaudido pela sua "fã de carteirinha"? Ou então queria um tempo com ela para olhar em seus olhos e enxergar o tamanho da sua perda?

Sim, ele perdeu talvez aquela que tenha sido a sua maior amiga... sua companheira de jornada....

Ela, uma criatura indomável, que não aceitava cabresto de pai, mãe, namorado, marido, e que tinha escolhido ser dele, deixar-se domar por ele, estava agora recusando seus convites, seus chamados. Mudara de ideia. Não queria mais. Estava feliz e liberta sem a sombra daquele amor em sua vida. Tinha resolvido viver e sentir tudo de uma só vez, intensamente, e finalmente, percebera o quão ilusório era aquele amor. Havia optado por amar a si mesma. Corria leve pelos campos, ciente de sua força, capaz de mover montanhas e impulsionar o mundo... Corria leve, solta e feliz...

Por que então voltaria ao cárcere de livre e espontânea vontade? Não, não tinha porquê. O tempo de sombras e dúvidas havia passado. Só ele, o amor tão Barba Azul, não percebera. De todas as suas maldades, mantê-la à sua disposição sem lhe oferecer nada em troca foi a pior. Ela, que sempre quis tão pouco.

Mas, muito é muito pouco quando se trata de amor. E ela estava agora em busca de amor. Não seria uma migalha o suficiente para trazê-la de volta.

Por isso, um "talvez, quem sabe", com uma profunda certeza de "jamais"...

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