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sexta-feira, novembro 21, 2014

Um alô da Rebecca

Oi, pessoal,

Fiquei muito tempo sem ter coragem para escrever neste blog. Há momentos na vida da gente em que a ficção se confunde muito com a realidade, ou melhor, a realidade torna-se tão dura que não há coração puro que se permita sonhar e imaginar histórias... principalmente, histórias que encantam os outros.

A Bia, da outra história, acordou, mas ficou catatônica, com o olhar perdido, enquanto Marco lutava desesperadamente para ajudá-la, tendo que lidar com a impotência e a dor de se perceber amando alguém que não pode corresponder a esse amor porque não consegue responder à vida.

Eu estava mais ou menos assim nesse período, achando que a vida tinha parado, que estava tudo muito ruim. Ruim no trabalho, ruim em casa, ruim comigo mesma.

Parei um processo terapêutico de cinco anos. Nem aquilo para mim estava progredindo. Fiquei desiludida com os rumos que o meu país estava tomando. Não, não sou militante, nem de direita, nem de esquerda. Mas, achei o processo eleitoral terrível, a desconstrução de algo que eu considero tão caro, que é a reputação das pessoas.

Mas, em tempos de internet, quem precisa de reputação?

Depois, cheguei a conclusão de quem ninguém mais lê blog. Ou pelo menos, ninguém mais lê esse blog aqui.

Então, resolvi dar um tempo. Marco e Bia estão lutando pelo amor deles. Eu ainda acredito que um dia, vou viver um grande amor. E terei um coração transbordante de paixão que voltará a se inspirar e escrever por aqui.

Valeu.

R.

segunda-feira, maio 05, 2014

Mas é claro que o sol vai voltar amanhã...

Um novo sol, de um novo tempo...


Haviam se passado cinco meses. Cinco longos meses sem vê-lo. A lua estava diferente. Os dias estavam diferentes. No início, tudo parecia meio nublado, mas agora, o sol voltava a dar a sua cara e iluminava as manhãs outonais de modo especial.

De repente, um convite dele. E uma recusa dela. Um novo convite. E ela, respondeu com um "talvez, quem sabe".

Queria o quê ele agora? Queria a oportunidade de encenar a cena derradeira, na qual ele olharia para ela compadecido de tamanho amor não correspondido? Queria palco para ser novamente aplaudido pela sua "fã de carteirinha"? Ou então queria um tempo com ela para olhar em seus olhos e enxergar o tamanho da sua perda?

Sim, ele perdeu talvez aquela que tenha sido a sua maior amiga... sua companheira de jornada....

Ela, uma criatura indomável, que não aceitava cabresto de pai, mãe, namorado, marido, e que tinha escolhido ser dele, deixar-se domar por ele, estava agora recusando seus convites, seus chamados. Mudara de ideia. Não queria mais. Estava feliz e liberta sem a sombra daquele amor em sua vida. Tinha resolvido viver e sentir tudo de uma só vez, intensamente, e finalmente, percebera o quão ilusório era aquele amor. Havia optado por amar a si mesma. Corria leve pelos campos, ciente de sua força, capaz de mover montanhas e impulsionar o mundo... Corria leve, solta e feliz...

Por que então voltaria ao cárcere de livre e espontânea vontade? Não, não tinha porquê. O tempo de sombras e dúvidas havia passado. Só ele, o amor tão Barba Azul, não percebera. De todas as suas maldades, mantê-la à sua disposição sem lhe oferecer nada em troca foi a pior. Ela, que sempre quis tão pouco.

Mas, muito é muito pouco quando se trata de amor. E ela estava agora em busca de amor. Não seria uma migalha o suficiente para trazê-la de volta.

Por isso, um "talvez, quem sabe", com uma profunda certeza de "jamais"...

quinta-feira, setembro 19, 2013

Um outro jeito de continuar a ver o copo meio cheio...




Ele me pediu que continuasse sendo otimista, que evitasse o drama, que batalhasse para divulgar bons resultados do meu trabalho. Ele me pediu, eu atendi. Estou aqui, me esforçando para ver cada dia como uma oportunidade de acertar.

Ao invés de pensar que estou presa num "Dia da Marmota" como o personagem Phil Connors, interpretado pelo Bill Murray, no filme "Feitiço do Tempo".



quarta-feira, fevereiro 15, 2012

Luz


Tem gente que aparece na vida da gente pela fresta, como uma pequena abertura na janela, e vem pra trazer luz. No fundo do poço, é preciso que se tenha muita serenidade para que se consiga enxergar alguma coisa. E aí, uma mão amiga, que nem sabe de seu efeito salvador, aparece e te puxa pra cima, te dando uma energia nova. Opa, que bom o ar aqui em cima! Lá embaixo era tão difícil de respirar!

O impressionante é que quando se sai de lá, da escuridão, é possível enxergar tanta coisa. Vida, principalmente. Eu acredito em Deus, e também em karma. E acho que não passamos por tudo que passamos por mero acaso. Era pra ser assim. Toda hora, ao longo de 2011, ficava me perguntando o que é que eu tinha para aprender afinal... talvez fosse a contar mais comigo do que com os outros. De fato, nós somos, e sempre seremos, nossos melhores amigos, ou os piores inimigos.

Se nos sabotamos ou não, é por nossa conta. Nós temos que cuidar de nos proteger, ou mesmo de nos mostrar para vida. Há o tempo de se abrir para as energias do mundo, e o tempo de se guardar. Eu soube fazer isso. Que bom! Só que sofri muito. Foi o que me disseram na semana passada: "injustiça dói". E eu completei: "dói todo dia".



Aqui estou eu, de pé, como uma gata de sete vidas, determinada, consciente do que eu sou, e do que eu quero, a fim de fazer mais por mim, de conquistar meu lugar no mundo, de trazer esse mundo para perto de mim, para que eu possa usufruir de tudo que ele tem de melhor para me oferecer...

Se 2011 foi um tempo de plantar, reservadamente, com temperança, 2012 é minha hora de colher. O jardim está repleto de frutas e elas estão doces. Cabe a mim não deixá-las passar do ponto. Cabe a mim aproveitar o doce da vida.

Estou aqui, digitando isso, e enquanto escrevo, penso nessa cabeça novamente cheia de ideias, planos, esperanças pro futuro. Ah, como gosto dela assim!

E começo a me dar conta de como mudar é bom! Mudar é fantástico. Estão germinando as sementes, e os novos amigos estão chegando, para contemplar o sol comigo...

Música do dia

sábado, abril 24, 2010

Viajando de dia e pensando na vida...

Realmente, encarar uma viagem de quase dez horas de dia, sem a prerrogativa do sono e do cochilo para ajudar a passar o tempo, é doloroso. Embarcamos às 9:55 da manhã, exatamente doze horas após o horário previsto. E partimos rumo a Houston, numa viagem mais do que cansativa (principalmente porque estávamos despertos). E agradavelmente surpreendente, apesar de tudo.

Embora a fila que se formou no check-in da Continental no Galeão tenha sido enorme, na terça-feira, na quarta o avião estava bem vazio. Tanto que boa parte dos passageiros que embarcaram em assentos na fila do meio (o avião era um 2-3-2 assentos), conseguiram viajar deitados, dormindo como bebês (alguns conseguiram). A maioria deles era homem, e teve uma hora que ao olhar pra eles, vi um monte de crianças dormindo aninhadas. Engraçado como a posição fetal sempre nos remete à infância, não é mesmo? Só o ronco que ecoava no avião era coisa de gente grande!

Para me manter entretida e não pensar no feriado perdido, decidi ler o livro que havia elegido como companheiro de viagem. Vou falar dele depois, já que separei alguns trechos para transcrever aqui. Eu simplesmente retomei a leitura na página 53, onde havia parado antes da viagem, e terminei de ler o livro, devorando as 104 páginas que restavam durante o vôo. Nào consegui parar. Simplesmente adorei! Nada como uma história bem escrita para nos entreter.

Parece que as histórias dos livros são sempre melhores do que a vida real. Eu até que aproveitei alguns momentos do vôo - quando estávamos sobre a Amazônia, e seu mar-verde-de-árvores, ou quando voávamos sobre a Cordilheira dos Andes - para pensar na minha vida.

Sei que há muito para fazer, há que se ter muita coragem para se encarar tantos desafios, e mais, há que se querer muito para realizar tantos desejos. Eu os mereço realizados. Sempre fui uma guerreira, não posso desistir agora. Por que eu desistiria?

A volta dos que não foram

Nunca um título tão bizarro foi tão apropriado como esse aí de cima. Papai costumava nos pregar peças quando éramos crianças, a mim e a minha irmã, dizendo, por exemplo, que havia um filme - western - com esse título. A gente acreditava! Pois na terça-feira, ele se concretizou.

Fui para o aeroporto às 18:30, depois de uma correria danada, para um vôo marcado para às 21:55. É que eu estava com medo da saída do povo para o feriadão. Depois de 1 hora e 15 minutos de engarrafamento, num trajeto que leva em dias normais aproximadamente 30 minutops, descobri que o avião havia entrado em manutenção, e que eles haviam remarcado o vôo para o dia seguinte - quarta-feira - e que, naturalmente, eu teria que voltar para casa.

Tenho que confessar que adorei! Nada como dormir na minha cama! Dormir nela foi especialmente incrível ontem!

Acho que, há muito tempo, vemos desprezando nossas intuições. E na terça, eu passei o dia inteiro me sentindo muito esquisita. Então, quando vi que não íamos sequer embarcar por problemas técnicos, simplesmente agradeci à Deus e dei meia volta, de volta pra casa, sem reclamar...

Aproveitei para ver mais um capítulo de "Força Tarefa", que estou adorando, e constatar que os 8 kgs (ele diz que foram só 8 kgs) que o Murílo Benício engordou o deixaram com uma barriguinha definitivamente nada sexy.

E adormeci de mãos dadas com o meu marido. Isso foi um alento. Quam sabe não passa a ser bom assim todos os dias, daqui pra frente, quando eu voltar?

terça-feira, julho 14, 2009

Esconde-esconde?

O telefone toca. Ela atende. Mas, não é apropriado atender.

Quem está com ela, sabe quem é do outro lado da linha. Lê seus pensamentos.

Não queria ser assim, tão transparente. Faz cara de indiferente, apesar de estar feliz.

Mais uma vez. A quarta hoje. O outro desliga.

Ele pergunta quem é e confirma suas suspeitas. Ela não esconde mais nada.

Não quer mais nada nessa vida. Chutou o balde. Está mesmo feliz.

domingo, junho 14, 2009

Para os que passaram o Dia dos Namorados 'de bode'

Eu sei, eu sei, ficar sem namorado nesta época é dureza. Eu mesma já sofri muito nesta data, olhando os apaixonados na rua e pensando: por que não eu?

Mas, o destino da gente é a gente que escreve, não é mesmo?

Pensando nisso, eu me lembrei de uma música que eu amo, e quis oferecer para vocês, não para deixá-los tristes, mas porque ela diz que é assim que o rio corre... temos que deixar o rio correr, não apressá-lo!



Fiquem bem!

sexta-feira, novembro 23, 2007

Tsunami

As coisas estavam mudadas. Era como se a Terra tivesse levado dois anos para dar a volta ao redor do Sol. O tempo estava meio congelado, lento, devagar.

Durante esse período, ela sofrera com as mudanças inconstantes das marés, alterando sua regulação hormonal. Esteve duas vezes muito próxima do outro lado: como o bêbado que entrega a sua vida ao desequilíbrio no parapeito do terraço no alto do edifício, ela entregara a sua ao mesmo anestesista, fornecendo-lhe uma aura mística que ele não pedira, mas insistindo em debater-se como alguém que é quase um "herói da resistência".

Se em momentos de maré alta, ela fortaleceu-se, revelando-se uma mulher guerreira e corajosa, nos de maré baixa, ela surpreendeu-se e quase entregou os pontos. Entretanto, agora ela sabia que a grande onda estava de volta, feito tsunami, a devastar com a sua energia o que encontrasse pela frente.

Parte de um oceano sem memória, mas imponente e inebriante, a onda dificilmente a reconheceria. Não se lembraria que havia passado por ela há dois anos e levado tudo que ela possuía, deixando-a viva para assistir à reconstrução do mundo. Ela se perguntava se seria poupada, se a ela seria concedido o direito de sobreviver à onda, a chance de ver o desastre e ser imune a ele novamente. Se, ao menos, sofreria menos ao ver a morte alheia.

Ela sabia que o medo paralisa, mas, como dizia Vinicius, era preferível viver que ser feliz. O ritual era sempre o mesmo, havia um toque de sedução no ar, um cortejo, como que se fosse a preparação para aquela iniciação. A onda era tão forte, tão poderosa, ao mesmo tempo devastava, mas deixava saudade. Ela sentia arder dentro de si a energia. Como se pedisse a sua volta.

O dia da grande onda estava quase chegando. Só ela, como uma das pouco sobreviventes, havia recebido os sinais, havia sentido sua presença. De repente, a lua cheia se firmou no céu, deixando a todos mais sensíveis e abertos às mudanças, criando um clima de quase devoção àquela luz. No horizonte, só se podia ver a retração do mar.

Ela parou em frente à praia e abriu os braços. A brisa da noite enluarada envolveu-lhe o corpo. Pisou a areia úmida e esperou.

E, em segundos, em pleno janeiro de Capricórnio, sem medo, sem dor, sem razão, ela que sempre sonhou com o mar, olhando para aquele paredão de água salgada, entendeu o mistério da vida...