Mostrando postagens com marcador casa. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador casa. Mostrar todas as postagens

terça-feira, maio 01, 2012

Casa





Não adianta correres, garota. Tu estás a viver em uma casa de velhos, onde o piso e as portas rangem sem parar. Não tentes enganar o tempo, travando o despertador pela manhã. Nesta casa, tu tens que esperar a água aquecer e depois cair fraca sobre a sua cabeça e ombros.

Tens que entender das gambiarras e artimanhas constantes nos canos, torneiras e circuitos elétricos. Não tenhas surpresas, garota, não há de ser nada!



Se algo te vales de consolo, garota, tu tens hoje um pedaço desse castelo antigo, rodeado de plantas bem cuidadas, numa rua igualmente bucólica, um quê de aristocracia europeia, falida, ainda que seja, mas que podes reformar a qualquer tempo.



Não tenhas pressa, garota. Tens um tempo só teu, para usufruir da paz de tua casa, com seus barulhos e contratempos de todos os dias que são só teus.

Há que se acostumar com ela, garota, e sentí-la cada vez mais tua todos os dias!

Música do dia: O Paraíso - Madredeus

domingo, abril 08, 2012

Dias de preguiça

Eu tive uma varanda. Por doze anos. E tive uma rede também, por um tempo. Ela era de brim, cru. Muito gostoso ver anoitecer naquela rede. Sentir o vento na varanda balançando na rede era bom demais.

Até que um dia, a rede começou a desmanchar. Primeiro foi a franja. Depois, as alças. Nós, eu e meu marido, que prezávamos tanto a rede, não entendíamos como ela podia estar desmanchando.

Ficamos de tocaia, num domingo à tarde. E eles apareceram. Passarinhos, por incrível que pareça. Eles estavam usando os fios da rede para construir seu ninho. E nós, que adorávamos os bichinhos e nos sentíamos felizes com sua visita livres, leves e soltos a nossa varanda, resolvemos deixar a rede por lá mais algum tempo, mas quando ela já estava bem detonada (acreditem, ela foi acabando nessa brincadeira), decidimos que não iríamos substituí-la...

Hoje, não tenho mais varanda e tive que pôr o jardim dentro de casa. Tudo bem. O que mais me faz falta são os dias de preguiça, de não fazer nada.

Desde o carnaval, lá se vão 40 dias, só fizemos trabalhar, mas trabalhar muito, para pôr a casa nova do nosso jeitinho. E aqui e ali, está tudo se arrumando. Já não temos mais caixas espalhadas pela sala, e pudemos incorporar novas peças à decoração. Tudo dentro da filosofia "MENOS É MAIS".

Se eu tiver coragem, tiro umas fotos e posto aqui depois.

Cada passo que damos, é uma satisfação. Ficamos felizes com nossa casa arrumada. Uma casa que vimos ocupada por outras pessoas e que hoje tem a nossa cara, é a nossa casa.

É tão bom ter uma casa para chamar de "lar, doce lar!"

sábado, maio 28, 2011

Banheiros

Outro dia, na minha página do Facebook, postei uma frase sentida e lamentosa sobre a inabilidade de meus colegas engenheiros civis em construir banheiros – hoje em dia cada vez mais minúsculos – com suas janelinhas voltadas para prismas de ventilação internos. Recebi comentários de amigos dizendo que “eu estava muito revoltada”.

De fato, desde criança me delicio com as páginas dos classificados de imóveis nos jornais, onde as construtoras e incorporadoras publicam as plantas dos apartamentos que anunciam. E quando os mesmos jornais encartam propagandas avulsas com esses lançamentos e plantas em tamanhos maiores, onde se pode ver com detalhes a metragem e a decoração pensada – quem sabe, por um arquiteto contratado pra isso? -, fico em êxtase. Acho que foi isso que me levou a me tornar engenheira, mas de fato o que eu queria mesmo era ser arquiteta. Ou melhor, designer de interiores.


É como quem escreve porque lê muito, conhece o estilo dos outros escritores, entende de gramática, se preocupa com a ortografia e gosta que seu texto tenha um estilo seu. Eu também era assim com a “leitura das plantas baixas”. Com o tempo, foi ficando fácil identificar o que era obra de engenheiro civil e o que era obra de arquiteto. Só para dar um exemplo bem simples: andando de carro pela Avenida Lucio Costa, na Barra da Tijuca, você vê que em algumas construções, houve uma preocupação de fazer com que todos os apartamentos, até os da lateral do edifício, fossem voltados para o mar, o que levou ao arquiteto a projetar uma construção meio na diagonal, mas que comercialmente tem um apelo muito maior. Um engenheiro civil talvez não tivesse feito isso, porque em sua maioria – vejam, não estou querendo generalizar, tem gente ousada em todas as profissões – eles preferem os ângulos de 90 graus e buscam aproveitar ao máximo os espaços, construindo de forma a facilitar o cálculo estrutural e a execução das instalações.

Mas, voltando ao caso das plantas baixas, como estão pequenas as construções hoje em dia! Vende-se um apartamento com 4 suítes, com metragem de 169 m2. Você sabe o que é isso? É um ovo! Uma lata de sardinha! Existem apartamentos grandes em Copacabana, daqueles considerados “antigos”, que nem tem tantos banheiros assim, mas que tem lá seus lavabos, e que contam com generosos 250 a 400 m2. O que, convenhamos, faz com que famílias vivam com muito conforto. Mas, diante da bolha imobiliária que vivemos hoje no Rio de Janeiro, por conta de Copa do Mundo e Olimpíadas, é pra gente rica, muito rica. Ou pra quem já nasceu morando num ap. desses.

E retornando ao caso dos banheiros do meu prédio, eles são voltados para um prisma de ventilação de aproximadamente 2 m2. Graças a Deus não se trata de ventilação forçada, o que também acho insuportável, já que não te dá a opção de ter uma janela no banheiro. Ainda assim, o problema dos meus banheiros (são 2) é que além de muito escuros – a qualquer hora do dia, você precisa de luz artificial para se enxergar dentro deles – esses cômodos são a “porta” (ou a “janela”) para que você partilhe da vida de seus vizinhos – e eles da sua.

Nada agradável saber quando o vizinho toma banho, sozinho ou acompanhado, quando faz reunião com a empregada, quando dá banho em seu cachorro catinguento, quando assoa o nariz, quando faz sexo com a mulher/namorada/sei lá, quando canta pensando que está no “Programa do Raul Gil” ou num trashokê da vida, ou mesmo quando faz aquilo que primordialmente fazemos no banheiro. Isso sem pensar que, se eu não estiver vigilante, estão me ouvindo também.

O fato é que, se eu uso o banheiro no trabalho para o mínimo possível – número 1, que é rápido, e escovar os dentes -, imaginem um banheiro que te expôe desse jeito!? Odeio banheiros públicos. Então, vocês podem imaginar meu sofrimento para usar um banheiro particular que é quase público.

Por isso, meus colegas engenheiros, pensem nesses pobres-coitados, como eu, na próxima vez que forem projetar alguma coisa. Pensem nas melhores práticas do passado, e lembrem que ainda tem gente que tenta ser discreta nessa vida e que odeia esse estilo de vida big-brother, ok? É um pedido, quase uma súplica, por uma vida mais sustentável... que nossos antepassados sabiam bem como preservar!

domingo, abril 24, 2011

Minha casa

Tem coisas que a gente tem orgulho de mostrar. Eu gosto muito da minha casa, e depois de tanto tempo de casada, estou trabalhando para melhorá-la ainda mais, torná-la mais aconchegante.

Eu queria mostrar alguns detalhes dela, dos quais eu me orgulho. O primeiro deles é a porta da minha geladeira...



Esses ímãs de geladeira mostram por onde nós temos andado. Cada um deles representa um lugar. Ah, alguns também foram presentes de amigos que foram e lembraram de nós (como a lhama do Peru, por exemplo, lugar que ainda queremos muito conhecer)... Todos têm uma história e trazem uma gostosa recordação.



Esse ímã traz uma frase incrível, com a qual eu me identifiquei muito... "O primeiro sentimento de quem está de dieta é o de revolta. Dá vontade de acabar com tudo, a começar pelo que tem na geladeira."... Nossa, como eu me identifico com isso!!!

Essa outra imagem mostra a minha estante. Combina minha paixão por canecas com minha paixão por lápis e canetinhas coloridas. Ah, e a minha paixão por livros, ora bolas! A propósito, eu me fartei nas papelarias de Berlim!


Pra finalizar, estou melhorando a minha varanda. Já compramos um banco de madeira, importado diretamente de Tiradentes (MG), que nós envernizamos para ficar na cor que queríamos, e colocamos os futons e almofadas, para ele ficar bem confortável. A planta ao lado veio da CADEG, está cada vez mais amarela! O quadrinho que imita uma bromélia veio de Petrópolis, e é engraçado, volta-e-meia um beija-flor aparece para tentar buscar nectar na flor-imitação!


A almofada do meio é da Besi, as das pontas são produção da minha mãe, com tecidos que compramos no Pólo de Malha do Rio Comprido, os futons lilazes são da Toc&Stok e as almofadas-futons verdes são da Stilo Asia.

Finalmente, meu altarzinho pra Budha. Com uma luminária e um porta-incensos, não quero mais nada nessa vida... Se você quer montar um, visite a Balisun.

Ler o jornal nessa varanda está cada vez mais gostoso, meu programinha de domingo!

domingo, maio 02, 2010

Eu tô voltando pra casa

Tenho um amigo que diz que quando a gente faz uma viagem grande, o corpo chega no desembarque, o espírito só chega dois dias depois. Eu tô assim, cansadíssima. A viagem foi exaustiva, chegamos no aeroporto 8 horas antes do embarque e ficamos lá o dia inteiro. Um sábado praticamente perdido. Mas, de muitas compras.

Chegar em casa foi muito bom. Ver que acertei na maior parte dos presentes pros meus queridos também. Mas, o melhor foi reencontrar a minha família e deitar ali, na minha cama, ver a tv em português, e até ouvir a música do Fantástico no final de domingo!

Priceless!

Depois eu conto mais...

sexta-feira, abril 30, 2010

Longe de casa, há mais de uma semana...


Eu não estou aguentando mais essa distância de casa. Não consigo me imaginar um mês vivendo isolada num quarto de hotel. Não é pra mim. Tem gente que adora. Eu, não. Você fica louco para ouvir alguém falando português. E agora tudo que eu quero é comer comida caseira: feijão com arroz. Frescos, quentinhos, cheirando bem no fogão lá de casa.

Comecei a fazer as malas hoje. Malas, no plural, porque eu tive que comprar mais uma de mão e outra para despachar. Muita tralha, muitas encomendas, muitas lembrancinhas. Ô, lugar bom de se comprar...

Parece que não vai dar. É muita coisa. Mas, vai ter que dar. Sábado, terei uma manhã complexa, arrumando tudo, até que dê. E logo eu que não gosto destes excessos. Mas, fazer o que, não é mesmo?

Tenho me perguntado muito sobre grande parte das pessoas que trabalham na minha empresa e que, quando passam no concurso, têm que ficar quase um ano longe de casa, fazendo curso, morando em hotel. Deve ser horrível, dá uma sensação de exílio. Saudades de pessoas, de cheiros, de barulhos, da rotina, dá saudade das coisas boas e das ruins.

Agora, quase todos os desafios já foram vencidos, só falta um grande, amanhã. Uma palestra em inglês. Estou tremendo por dentro.

Mas, vamos à ele!

domingo, abril 25, 2010

Saudades de casa

Já não vejo a hora de voltar!


Na foto, meu travesseiro inseparável, mais Teddy, meu novo e fiel escudeiro e meu pijaminha!

Zoológico em SD*

Chegamos ao zoológico de San Diego às 10 horas da manhã, mais ou menos. Andamos por todos os cantos, vimos pandas, coalas, ursos polares, elefantes, leoas, zebras, araras voando soltas entre a gente, os flamingos, pavões, chipanzés, gorilas, hipopótamos e toda sorte de animas. O abutre é incrível, nossa, como é grande!


É uma experiência muito bacana, mas num sobe-e-desce-morro dilascerante. Então, quando a gente pensa que acabou, tem o teleférico, que é o maior barato e te permite ver o parque de cima, por todos os lados.

Daí que estávamos quase saindo do parque, quando eu me dei conta que, nos autofalantes da lanchonete próxima a saída do parque, emanava um sambinha bem brasileiro: era entoado pelo Jairzinho, filho do mestre Jair Rodrigues. Isso me deu uma emoção danada, uma coisa de dar um nó na garganta.

É incrível como a gente sente falta da nossa terra quando estamos longe.