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quinta-feira, setembro 15, 2011

Agradável surpresa de uma tarde chuvosa

Ontem, zapeando impaciente com meu controle remoto, enquanto esperava um retorno da médica, me deparei com um filme fofo no Telecine Pipoca. Eu recomendo. Para aqueles dias em que não se quer sofrer, pensar, refletir, quando tudo o que se quer é apreciar uma comedinha romântica que, de quebra, nos apresenta uma criança pra lá de fofa, que faz um personagem "mega perturbado"...

O nome do filme? "Coincidências do Amor"... com a Jennifer Aniston (de Friends) e o Jason Bateman (um ator que eu ainda não conhecia, mas que, por coincidência - ou não - me lembrou muito uma pessoa...)... E o menino? Chama-se Thomas Robinson. Taí o cartaz do filme.



Ele foi lançado em 2010 e, sinceramente, não sei se foi um grande sucesso no cinema. Não ligo para esse tipo de filme e raramente me lembro de algum, tempos depois que vi o trailler. Mas, esse me chamou a atenção, mais pelo ator desconhecido (por motivos óbvios, já que eu disse que ele me lembrava uma pessoa) do que pela Jennifer e seus personagens todos-iguais.

A história trata de uma mulher (Kassie) na casa dos 40 anos, sem namorado ou marido, que quer ter um filho e que resolve pagar a um doador pelo seu sémen e fazer uma inseminação artificial. Ela resolve então dar uma festa, chamando todos os seus amigos, inclusive o perturbado e tímido Wallie. Todos bebem muito, enquanto o doador está fazendo o serviço no banheiro. Mais tarde, quando Wallie vai ao banheiro "tirar-água-do-joelho", descobre aquele pote com o "ouro-mágico" da amiga, fica supercurioso e resolve dar uma conferida no material (olha a cara dele na foto acima). Só que, nem tudo é perfeito, o pote cai aberto na pia, e seu conteúdo escorre junto com a água pelo ralo abaixo. O amigão (!!!) não vê outra alternativa a não ser substituir o material do doador pelo seu... e daí se desenrola toda a história.


Mas, o máximo é o Sebastian, o garoto, o filho dos dois, que Wallie só vai conhecer seis anos depois, quando Kassie volta à NY. Ele é demais. Perturbado. Colecionador de porta-retratos, cria histórias com os personagens das fotos que vêm com eles, e ali estão um avô, um tio, enfim, uma família fictícia.


Esse menino lembra demais o pai-personagem, age da mesma maneira, tem os mesmos trejeitos, é hipocondríaco como o pai, não gosta muito de contato físico, é esquisitíssimo... uma gracinha. Na cena abaixo, ele se recusa a comer pato, porque leu na internet o que fazem com os patos quando se produz patê de foie gras. Ah, as crianças de hoje e o excesso de informação ao qual estão expostas diariamente...! Estamos nós criando pequenos-monstrinhos!



A mãe sabe quase nada de como é lidar com uma criança inteligente desse jeito e vai cedendo às chantagens do garoto. Mas, é tudo muito leve, a gente se pega dando muita risada várias vezes. Ela se mete em um monte de confusões, mas acho que a cena mais bacana é quando o amigo-pai (ainda sem que os outros saibam dessa paternidade) é convocado de emergência para salvar o garoto que está com a cabeça infestada de piolhos. Ver aquele cara esquisito catando piolhos é surreal... Quantos homens assim não existem por aí... eles só precisam de alguém (pequenino) que lhes toque o coração... E depois do pente fino, o garoto ganha um pote de vidro, cheio de piolhos (já mortos, é claro), que ele leva pra ver televisão, tomar café da manhã... essas coisas de criança maluca...



Bom, o final... o final você já pode imaginar. Eu não vou contar, mas é tão óbvio! O legal é ver o menino finalmente tendo a oportunidade de comemorar seu aniversário do jeito que quer. E, é claro, sem deixar de fazer uma chantagenzinha básica.

Vale à pena, numa tarde chuvosa, é melhor que "Sessão da Tarde". Com direito à pipoca e tudo...


sábado, abril 24, 2010

Talvez uma história de amor

Escolhi esse livro por três motivos. Primeiro, porque ganhei um outro de presente que eu já possuía, e tinha que trocá-lo. Depois, pelo título, já que sou uma romântica inveterada. E terceiro, pela idade do autor, um cara praticamente da minha idade, que vê as dores e os dilemas da minha geração pela ótica da minha geração.

Não me arrependi. A história é realmente interessante. Se passa em Paris, num local decadente, onde o personagem mora em companhia de prostitutas e bêbados, que coabitam o mesmo edifício de pequenos apartamentos.

Virgile é um cara que não se envolve muito e, frequentemente, está platonicamente apaixonado por uma amiga ou outra. Um belo dia, quando chega em casa do trabalho, se depara com uma mensagem na sua secretária eletrônica de uma mulher que ele não se lembra de ter conhecido, de nome Clara, e que está ali, terminando algo que ela define como um relacionamento... e que, para piorar, ele não se lembra de ter vivido.

E então ele pira!

Enquanto lia o livro durante o vôo, ia pensando emVirgile, com suas qualidades e defeitos, vivendo numa cidade que eu ainda não conheço, mas que está no meu imaginário de alguma forma, por ter sido tão retratada em livros e filmes. Olhei pro lado e vi um rapaz moço, dos seus trinta anos, deitado em um conjunto de três assentos, e me dei conta de que o Virgile do livro podia ter a cara dele, o jeito dele, enfim, o seu estereótipo. Um cara todo arrumadinho, meio sistemático, capaz de usar um sapatênis marrom com um friso bege na sola, e uma meia marrom com um friso bege na sola (Eu vi esse detalhe porque num dado momento ele tirou os sapatos para ficar mais confortável !!!). E que no meio da viagem pergunta a comissária de bordo se ela teria um pouco de creme hidratante para lhe emprestar para passar nas mãos. Eu quase ofereci o meu ao rapaz tão fleugmático.

Enfim, nosso personagem pode ter a cara que a gente quiser, basta ter imaginação. Esse é um livro bacana que serve como um excelente passatempo e que a gente devora em um ou dois dias. Recomendo!

sábado, março 27, 2010

Uma incrível prova oral de Inglês

Hoje, ao chegar no curso de Inglês, me deparei com a coordenadora. Eram nove horas da manhã e ela já foi se levantando da mesa do café (é, porque meu curso de Inglês é "fancy" e tem um bistrozinho pegado à recepção) e me disse: "I'm here to apply your oral test". Eu pensei: "É hoje!"

Ela então me perguntou em que sala eu tinha aula: na 12, Tânia, na 12. "In English, please".

A criatura é da Macedônia, então eu demoro um pouco para entender o que ela fala. Mas, depois que eu engreno, fica tudo tranquilo.

Quando a prova começou, foi uma loucura. Ela ficou me perguntando do meu problema de saúde, ficou falando dos benefícios da Homeopatia, disse que eu tinha que procurar desestressar, que tudo ia correr bem e blá, blá, blá...

Falou mais de meia hora: S-O-Z-I-N-H-A! Eu passei a maior parte do tempo só olhando aquela louca, mas, falar que era bom, não tinha espaço. Ela simplesmente não deixava. Chegou a buscar a agenda para me passar o contato da sua fabulosa homeopata, pode?

No fim, me perguntou como se chamava aquele tipo de conversa que estávamos tendo. Eu confesso que já tinha ido à Lua e voltado e não me lembrava o nome que se dava àquele tipo de conversa. "Small talk", ela disse.

Depois, me perguntou o nome que se dava às situações de happy hour nas quais as pessoas continuavam a falar sobre suas carreiras e trabalho. Eu disse: "Nightmare". Ela riu e corrigiu: "Shop talk". "Ah, não ferra", pensei.

Então ela perguntou sobre o que não se deveria conversar em small talks. E eu respondi: "Politics, religion and, nowadays, Big Brother". E ela me olhou com cara de quem estava espremendo uma espinha do tamanho de um furúnculo...

E depois de não me deixar falar por quase toda prova, disse que eu precisava melhorar o meu vocabulário, que a minha fluência não estava legal, que eu não estava entendendo o que ela dizia (hellooooooooô, eu estava entendendo....!), e que ela ia me dar 8,5.

Agora, que diferença faz pra minha vida saber o que é small talk ou shop talk? Ai, meu Deus, tenho que ter mesmo paciência. É cada uma que me aparece, que parecem duas.

No final, ela se disse adepta à teoria do abraço, e me deu um, bem apertado. Foi a história do dia.

domingo, setembro 27, 2009

Mais sobre o vôo da TAM

Neste vôo de ida, fiz o check-in com uma amiga e pudemos ir lado-a-lado, papeando. Quando chegamos aos nossos assentos, nos demos conta de que íamos logo atrás da fileira de um conhecido de outra empresa, que nos reconheceu e nos cumprimentou.

Tentando se fazer simpático, ele puxou um assunto surreal. Disse que tinha mania de tirar os sapatos no avião e que, um belo dia, quando o avião decolava, seus sapatos se perderam embaixo das poltronas e ninguém os encontrou. Ele passou o vôo todo tenso, sem poder se levantar, esperando que alguém se desse conta dos sapatos aos seus pés e os devolvessem.

Eu e minha amiga não estávamos acreditando no papo, mas o pior é que ele continuou. Disse que quando o avião estava pousando, ele ficou observando o que passava por debaixo dos seus pés e, de repente, lá estavam os sapatos. Ele os encontrou na volta, sem fazer esforço.

Pois bem, não é que a minha amiga soube direitinho a hora em que ele tirou os sapatos nesta nossa viagem. Segundo ela, o chulé era indescritível. Pode uma coisa dessas?