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terça-feira, julho 21, 2015

o vazio


Sem se dar conta, não percebe sua aproximação. Sente uma gastura, uma falta, uma inquietação. Causa uma aflição, um desassossego. E se instala. O vazio. Nada o preenche, ele sabe. Não é externo, é existencial. Por vezes, causa dor física. Não lhe impele a fazer algo, ao contrário, clama pelo ócio. Faz com que ele o confunda com preguiça. Mas não é. O vazio o leva a olhar o branco do teto. Encontra rachaduras, pequenos insetos nos cantos, percebe sujeiras, restos de teias. O vazio o oprime. É como o calor de verão no Rio de Janeiro, abafado. Perde água. Pede água. O vazio é a falta dela, tem o cheiro do perfume do cabelo dela, faz o barulho do andar dela, do mastigar dela, do gargalhar dela. O vazio é úmido, e seco. O vazio é ela.

segunda-feira, julho 01, 2013

Começando o segundo semestre



Parece bobo que eu esteja postando poesia, fotografia, música, literatura, moda... num tempo em que as pessoas estão clamando por mudanças. Algumas estão, inclusive, dando a sua vida por isso. É lógico que sou a favor destas mudanças, mas o fato é que tenho horror a violência.

Minha avó me ensinou, desde pequenininha, como eram importantes os preceitos pregados por um dos maiores homens da nossa História, Mahatma Gandhi. Até hoje, guardo com carinho um livro que ela mantinha em sua cabeceira, e que ela lia sempre que podia.

Mahatma Gandhi foi um homem que viveu quase 80 anos, que gozava de imenso prestígio entre centenas de milhões de conterrâneos seus e que, através de cujas mãos passavam anualmente milhões e milhões de libras esterlinas, que podia possuir latifúndios e magníficos palacetes na Índia, mas que morreu sem deixar um único palmo de terra, nem uma casa, nem dinheiro em banco algum. A própria cabra de cujo leite se alimentava por ordem médica, não era dele e foi retirada pelo dono logo após a morte de Gandhi...

Gandhi dizia (marcação de minha avó):

"O que em mim peca é aquilo que eu tenho --
O que me redime é aquilo que eu sou".

Para o Mahatma, pretender abolir a violência sem primeiro abolir o egoísmo era o mesmo que querer evitar o efeito sem extinguir a causa do mesmo.

Vimos muitas cenas de violência nas ruas estes dias. Eu não me sinto preparada para o enfrentamento. Não me sinto confortável em participar de algo que pode perder o controle. Não creio que seja assim que conseguiremos algo, apesar de reconhecer que muito já foi obtido e que foi graças ao susto que nossos Governantes levaram.

Gandhi falava assim da violência:

"A violência aparece em formas várias; a mais comum, é a violência material, que pratica atos violentos em forma física, como ferimento ou morte. Violência em forma mais civilizada se revela verbalmente, em forma de injúrias, maledicências, mentiras e difamações. A mais sutil, e por isso mesmo a mais perversa das violências, aparece na forma mental do ódio ou malquerença. As vibrações negativas do ódio envenenam em primeiro lugar seu próprio autor e produtor, e podem também causar graves danos ao objeto do mesmo, no caso que este seja alérgico às invisíveis ondas de ódio. Em casos extremos, o ódio produz a morte de sua vítima."

Como foram muitas as cenas difíceis dos últimos dias, não vou postar aqui nenhuma foto. Nem mesmo as tiradas por mim.

Ao invés disso, eu te ofereço ele...


Namastê!

sábado, fevereiro 18, 2012

É Carnaval! E eu não estou exultante de alegria...


Sinto muito, mas cansei desse imperativo de folia. Não que eu insista em ser melancólica. Mas, eu não quero ter que esbanjar alegria ao Deus dará só porque é Carnaval. Não vou me fantasiar, nem encarar algum bloco, nem deixar a vida me levar nos cordões da folia de um domingo de Carnaval qualquer. Não quero. Simples assim. Quero o sossego da vida pacata e o distanciamento de tudo que é exagerado. Quero um silêncio profundo, para ouvir meus pensamentos e entender meu coração, que às vezes dispara apressado, sem saber muito bem onde vai chegar. Quero me curar da dor que eu vivi no passado, e que está demorando um pouco mais do que eu gostaria para passar. Quero paz!

Só isso.

Música do dia: Nem o sol, nem a lua, nem eu - Lenine