Essa é a frase preferida do síndico aqui do prédio. Morador e proprietário de um apartamento na cobertura, ele não paga duas cotas de condomínio para ser síndico. É o que ele ganha. Basicamente, ele administra as contas e cobra multas dos condôminos atrasados. Mais não faz. Nunca vi ele comprar plantas novas pro jardim. Nunca vi ele mandar pintar o prédio internamente. Nunca vi ele mandar lavar a fachada de pastilhas do prédio. É fazer o mínimo e desaparecer sempre que possível para evitar reclamações.
Da última vez que achamos legítima a nossa indignação e resolvemos procurá-lo, a causa foi a construção irregular, sem o aval de um Responsável Técnico, de mais um andar no apartamento da cobertura da nossa coluna. Não fosse a perda de iluminação, porque o proprietário do referido apartamento prolongou o telhado, não fosse uma rachadura que apareceu no meu quarto e outra na saída do apartamento no corredor interno do prédio, não fosse a sujeirada que os empregados dexiaram na área interna, nós nem tínhamos nos dado conta da obra. Mas, aumentar a carga de um prédio construído num local de solo mole, do qual nós não sabemos como são as fundações, é preocupante, e por isso, só por isso, queríamos uma avaliação técnica da possibilidade daquela obra. Sem falar que isso representa aumento de IPTU, que ninguém quer pagar.
Nosso síndico encheu a boca e disse:
"Cada um que aja de acordo com a sua consciência!!!!"
Foi mais ou menos o equivalente a dizer: "Eu não me meto nessa história." Para quê, não é mesmo? Afinal, ele também fez o mesmo no apartamento dele e o prédio não caiu... Por enquanto...
Nós, então, resolvemos que íamos denunciar a Prefeitura, e assim o fizemos. Desconfiamos que o fiscal esteve aqui e, infelizmente, levou uma graninha do novo vizinho. O máximo que conseguimos foi o dito vizinho se dependurar na janela e gritar a plenos pulmões que:
"São todos uma cambada de invejosos!"
Ora, bolas, eu não invejo quem mora na cobertura do meu prédio. Invejo quem mora numa cobertura em Ipanema ou no Leblon, com aquele ar fresquinho da praia batendo, podendo caminhar à noite pelo calçadão, com um mar de bons restaurantes para escolher, noite fervilhante a apenas alguns passos... Não aqui. Sorry, sinto muito decepcioná-lo, vizinho!
A minha preocupação era legítima. Ninguém mais pode ter uma?
Isso me veio a cabeça por causa do infeliz acidente que ocorreu no Centro do Rio de Janeiro esta semana, no restaurante "Filé Carioca". A explosão, que mandou tudo pelos ares e matou, de cara, três pessoas, além de deixar 17 feridos, foi causada pelo uso de gás de botijão onde não era permitido.
Como diria meu síndico:
"Cada um que aja de acordo com a sua consciência!"
Mas, então, se algum dos vizinhos teve medo, preocupação e se deu conta de que estava em cima de uma bomba relógio, não podia reclamar? A quem ele reclamaria? Como garantir que alguma coisa seria feita para evitar aquele acidente? Como garantir que as leis seriam cumpridas, que alguém agiria para por um pouco de consciência na cabeça daquele proprietário, que ficou passando mal três dias por causa do absurdo e das consequências de seu ato irresponsável? Como garantir que o fiscal não levaria uma propina e ficaria tudo por isso mesmo?
É por estarmos apáticos, o tempo inteiro evitando as brigas e indisposições, com medo que o vizinho tenha uma arma e queira nos matar por nada, é que nos calamos. Nos calamos por tudo. E não é nada, não é nada, a vida vai ficando mais difícil. Ninguém mais quer seguir regras, só vale a "Lei do Gerson", onde cada um quer levar "vantagem em tudo", e que cada um aja de acordo com a sua consciência.
Eu tenho mais medo da apatia do que das bombas-relógio. Porque assim, vamos mal. Não chegaremos a lugar nenhum. Códigos de postura foram feitos para serem seguidos, leis e regulamentos técnicos também. Ensinem isso às novas gerações. Se queremos questionar alguma coisa, que o façamos nos órgãos corretos, junto às entidades competentes. Tudo bem, construir mais um andar num prédio todo mundo pode, mas se o prédio cair, se a laje ceder, se alguém se ferir, basta dizer que não sabia que não podia e ficar dias passando mal?
Não me convence. Convence a você?
Música do dia...
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sábado, outubro 15, 2011
domingo, novembro 14, 2010
Por que nunca se deve assustar uma mulher na TPM

Escolhi um casaquinho que combinasse e saí, de vestido preto, sapato-boneca e bolsa verdes e tudo em cima, com maquiagem caprichada. Só que eu me dei conta de que estava irritada, por causa da TPM. Respirei fundo e fui pro trabalho.
O transito estava ótimo, cheguei em quinze minutos no trabalho, bem a tempo de receber a consultora, que chegou com um colega.
A reunião foi ótima, melhor que a encomenda, gastei meu inglês direitinho, as pessoas gostaram, tiraram proveito da mesma, a consultora realmente sabe do que está falando, durou o tempo que deveria durar e, para celebrar, resolvemos convidá-la para um almoço no Da Silva, restaurante português que fica na Av. Graça Aranha.
Na volta, caminhávamos muito tranquilos pela rua (éramos em sete), eu conversava com uma amiga de outra área, quando um camelô nos abordou aos berros:
- Vai um catchup aí, dona?
Se a intenção dele era nos assustar, conseguiu, pois o pânico de ficar com a roupa suja foi maior do que qualquer bom senso que uma mulher na TPM podia ter.
Eu enfiei a mão no camelô...
A única coisa que eu me lembro de ter dito foi:
- Ai, moço, não me assusta! e dei-lhe um tapão no braço, daqueles que deixam a nossa mão doendo...
E ele ficou lá, gritando:
- Calma, dona, calma, dona, pelo amor de Deus, é só brincadeira...
Ô brincadeira sem graça! Por isso que não se deve assustar mulher na TPM, corre-se risco de vida! E a minha amiga ficou tirando uma com a minha cara, cantando:
- Ai, ai, elas estão descontroladas...
sexta-feira, novembro 20, 2009
Botox
Tem uma consultora muito famosa na área que eu atuo que está ficando com a cara toda deformada de botox e metacril. Acho que, com o tempo, as pessoas vão perdendo a noção de como eram lindas antes de tudo isso e só conseguem enxergar beleza naquela pele lisa e esticada e naqueles lábios carnudos. Bem, não é nada disso, né? A gente sabe...
Mas, ocorre que meu chefe foi jantar com a tal consultora esta semana. Como ele não é bobo, nem nada, chamou mais dois contatos para o tal jantar, para não correr risco de nenhuma espécie.
Um consultor argentino que trabalha conosco me disse brincando que ia sugerir ao chefe que fizesse experiências científicas com a tal consultora. O tema da pesquisa seria como é beijar uma mulher botocada. Pode isso? Homem é fogo!
Estávamos as gargalhadas na reunião, quando alguém resolveu perguntar se boca com metacril perde a sensibilidade... eu disse que achava que sim, mas ninguém me deu ouvidos. Como eu precisava manter o foco no assunto técnico que estávamos discutindo, resolvi apelar e mostrei umas fotos da Donatella Versace.


Minha estratégia foi ótima. Acabou com toda e qualquer discussão e conseguimos fechar a reunião rapidinho. Os meninos ficaram arrepiados com o que viram.
Acho que a campanha que deveríamos empreender não deveria ser "foto sem photoshop", mas sim, "mulher sem botox"!
A propósito, o tal metacril, que acaba com as "rugas" ao redor da boca, é derivado do acrílico. Alguém aí se arrisca?
Mas, ocorre que meu chefe foi jantar com a tal consultora esta semana. Como ele não é bobo, nem nada, chamou mais dois contatos para o tal jantar, para não correr risco de nenhuma espécie.
Um consultor argentino que trabalha conosco me disse brincando que ia sugerir ao chefe que fizesse experiências científicas com a tal consultora. O tema da pesquisa seria como é beijar uma mulher botocada. Pode isso? Homem é fogo!
Estávamos as gargalhadas na reunião, quando alguém resolveu perguntar se boca com metacril perde a sensibilidade... eu disse que achava que sim, mas ninguém me deu ouvidos. Como eu precisava manter o foco no assunto técnico que estávamos discutindo, resolvi apelar e mostrei umas fotos da Donatella Versace.



Acho que a campanha que deveríamos empreender não deveria ser "foto sem photoshop", mas sim, "mulher sem botox"!
A propósito, o tal metacril, que acaba com as "rugas" ao redor da boca, é derivado do acrílico. Alguém aí se arrisca?
quarta-feira, novembro 04, 2009
Sol e lua

De repente, sentia que havia deixado de ser "junior". Muito tempo depois de ter assumido o cargo de "pleno", ela sentia que agora, já um pouco mais velha, a senioridade batia à sua porta, e as responsabilidades, associadas a uma boa dose de autonomia, estavam finalmente permitindo que ela mostrasse ao que veio.
Sentia-se plenamente estimulada por estar se preparando para fazer algo fora da rotina. Tomar um outro caminho, em uma direção diferente, estar de frente pra praia, a mesma praia que ela freqüentou durante a juventude e que agora lhe era tão distante e, ao mesmo tempo, saudosa, ..., era tudo que ela queria. Pensava nos ônibus que teve que enfrentar em busca de um bronzeado jamais conquistado - porque era um dia de praia e dois de preguiça durante as férias naquele tempo. Mas, era bacana. As companhias eram legais, o programa, que às vezes soava como furado, tinha sempre um quê de diferente e algumas histórias para contar. Ela, que era muito observadora e se tornava cada dia mais, estava sempre atenta a tudo, ao mundinho da praia, a galera do ônibus, ao motorista, ao trocador e, principalmente, à paisagem que via no caminho e que ela adorava.
De repente, no meio do dia, o inesperado. Voltar para o mundo real, para atender a compromissos de última hora. Tudo bem, faz parte do jogo. Olhar para aquele contexto e de repente sentir que aquilo tudo era a coisa mais certa que ela podia estar vivendo nos últimos tempos foi como beber um bálsamo em pleno deserto e sentir-se plena de felicidade por míseros instantes.
Como nem tudo é perfeito, e o mundo real faz questão de dei

E, do mesmo modo que configurou seu humor em função da luz solar e divina no dia anterior, sofreu o resultado da mudança de fase da lua, mulher de fases que é, como todas as mulheres do planeta. E acordou sutilmente amoada, perturbada pelo peso da linda bola branca no céu, a iluminar seres crepusculares, que não dormem, não descansam nunca, e fazem da madrugada o seu refúgio, no qual tentam lidar com inseguranças e incertezas milenares.
E retornou à sua rotina sem ânimo nem disposição para guerrear, totalmente a fim de entregar os pontos, render-se ao inimigo e jogar a toalha. Ainda bem que um dia assim tem menos de 24 horas. Passa lento e rápido ao mesmo tempo, se te permites viver ao sabor do vento.
segunda-feira, outubro 26, 2009
O que foi que ela bebeu?
Preciso comentar?
Diga aí, o que foi que ela bebeu? Será que o Alexandre surtou ao ver isso?
quarta-feira, agosto 19, 2009
Enjôo
Haja Dramin... como diria a minha irmã, tudo que é demais, é muito!
(PS.: Não, eu não estou grávida !)
A propósito, nos celulares com a caixa postal ativa, usem a secretária eletrônica, por favor! Um telefonema sem mensagem na cp enlouquece a infeliz proprietária.
(PS.: Não, eu não estou grávida !)
A propósito, nos celulares com a caixa postal ativa, usem a secretária eletrônica, por favor! Um telefonema sem mensagem na cp enlouquece a infeliz proprietária.
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