quarta-feira, outubro 20, 2010

Virar a página

Como o jornalista que de uma hora pra outra decide investir numa floricultura. Ou o engenheiro que resolve cuidar de cachorros. Ou a psicóloga que compra um restaurante. A gente é livre pra mudar. Todo dia, toda hora. A vida é um caderno onde só se escreve a caneta. Não dá para apagar, sem deixar a marca do liquid-paper, nem rasurar o texto, sem lembrar que há um erro, uma escolha, um outro caminho ali embaixo.

Eu quero rasgar a página. Arrancar tudo o que vivi nestes últimos dois meses de dentro do meu coração. Eu não mereço isso, não quero ouvir ecoando e se repetindo aqui dentro tudo o que ouvi. Mas, o fato é que eu não paro de ouvir as insanidades que ouvi vezes e mais vezes. Como vaca que rumina o pasto, como os mineiros chilenos que ficaram presos 69 dias sem saber se o terreno não ia ruir sobre suas cabeças, antes que fossem salvos.

Não estou sendo dramática, só sei que tudo é muito perdoável quando não é com a gente! Quando é na pele do outro que arde, você até pode se indignar, mas não o suficiente para conclamar os demais a fazer alguma coisa. E quem bate, esquece rapidamente. Quem leva, não esquece nunca.

Sei que só fazem conosco o que permitimos que façam. Sei que pra tudo há um limite. E eu sou teimosa. Não, meu caro, isso não é um defeito. É uma qualidade. Nunca vão tirar de mim o meu orgulho, isso não. Eu sou mulher-valente-sem-medo-do-perigo. Há um preço a pagar? Eu sei. Tô pagaaaaando... Minha liberdade de escolha não tem preço. É priceless.

A minha boiada já está na briga faz tempo. O boi que eu quis dar pra não entrar na briga, virou churrasco!

Um comentário:

Paulo Guerra disse...

Isso me lembra o que um amigo me disse algum temop atrás: "Qualidade de vida é ter escolhas."