quinta-feira, julho 05, 2012

E não foram felizes para sempre...

Fim.

Não. Foi só o começo.

Ele era dela. Ela era dele. Não tinham olhos para mais ninguém. Só um para o outro. Não sentiam ciúmes. Não tinham medo de perder. Confiavam um no outro.

Agora que estavam finalmente juntos, casados, estavam construindo um lar, felizes com a conquista, precisavam acertar suas vidas profissionais. E foi nisso que eles resolveram investir. Muito.

Dias e dias estudando a fio, os dois. Muito isolamento, muita dedicação, com apenas um foco na cabeça: crescer profissionalmente. Nada de baladas. Nada de amizades fugazes. Só relacionamentos de futuro. Nenhum dos amigos de outrora ficou para assistir o desenrolar desta história.

O tempo foi passando e eles foram sendo soterrados pelos vilões das histórias felizes de amor: o tédio e a monotonia.

Alternavam-se nas tentativas de reascender a paixão inicial em razão do custo de mudança. Não sabiam se queriam, se deviam, ou se podiam continuar juntos. Sentiam um enorme apreço um pelo outro, consideração, carinho, amizade, tudo o que os mais velhos diziam ser os componentes de um grande amor.  Eram fiéis. Mas, no fundo, bem lá no fundo, eles se questionavam se era isso mesmo que queriam estar fazendo das suas vidas.

Seria um grande amor regado a falta de desejo? Seria mesmo pecado ter tanto apetite sexual fora daquele contexto? Seria mesmo necessário prescindir de sexo apaixonado em função da preguiça e da rotina?


Estas questões massacravam os dois, e vinham fortes e frequentes, quando deitavam-se lado a lado para dormir. O tempo, os defeitos, as manias haviam afastado os dois. E o que havia entre eles era ora uma ponte frágil, ora um muro alto.

Sabiam que um deles teria que tomar uma decisão: ficar ou não ficar. O outro sentiria muito num primeiro momento mas, depois, se veria aliviado. Ufa!, pensaria enfim bem mais leve.

Como num jogo de xadrez, onde se imagina os próximos passos, ansiavam cada dia mais pelo xeque-mate. Pacientemente. Esperavam apenas pelo fim.



Música do dia: Um Móbile no Furacão - Paulinho Moska

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