quinta-feira, julho 12, 2012

Ansiedade

Sei que não vale à pensa viver ansiosa. Isso só desgasta, impede que se durma bem, faz com que a gente tenha rugas, em alguns casos, espinhas (no meu, por exemplo), enfim... torna tudo mais complicado.



Enquanto me dava conta do quanto estou ansiosa, e de que isso não está me fazendo fisicamente bem, porque eu sinto a adrenalina passear pelas minhas veias com toda força, recebi este texto...

"A ansiedade traduz desarmonia interior, insegurança e insatisfação.
É a crença no inconformismo, do qual decorre a incerteza em torno das ocorrências do cotidiano.

O ansioso perturba-se e perturba.
No seu estado de ansiedade, desgasta-se e exaure aqueles que se lhe submetem ou com quem convive.
A ansiedade pode ser considerada como um fenômeno de desequilíbrio emocional.
Littré, o eminente pensador positivista, afirmava que a "inquietação, a ansiedade e a angústia são manifestações de um mesmo estado".
Mediante exercício da vontade e recorrendo-se à terapia especializada, a ansiedade se transforma em clima de paciência, aprendendo a aguardar no tempo, na hora e no lugar próprios, o que deve suceder.
Se experimentas contínuos estados de ansiedade, pára a meditar e propõe-te renovação de conceito espiritual."
( Joanna de Ângelis )
Como sou partidária da crença de que nada é por acaso, como já dizia o brilhante Kardec, parei para apreciar o texto. 

Tenho medo de estar a exaurir aqueles com quem eu convivo com estas minhas ansiedades. Vivo assim, com o coração aos pulos, na boca, e a vida pronta para ser despejada a qualquer suspiro. Parece-me até que não me permito o ócio, mesmo sabendo que ele é algo muito salutar, que ajuda a clarear as ideias, a oxigenar a mente, a nos trazer pro lado mais criativo da vida.


Recentemente, um colega passou a me chamar de poetisa. A princípio, não teorizei muito o que ele me falou. Depois, disse que, de observar meu timbre de voz, havia percebido uma certa dramaticidade, uma impressão de força em tudo que eu digo. Então, mesmo quando estou bem, tranquila, livre desta ansiedade que me atormenta, ainda assim passo essa dramaticidade que ele reparou. Já dizia minha saudosa avó que eu era muito dramática.


Foi então que eu me dei conta disso e resolvi que, ao menos no texto, eu tentaria ser pragmática. E comecei a suprimir da minha comunicação escrita todos os recursos (adjetivos, hipérboles e metáforas) que os tornavam densos. Queria ser objetiva. Mas, estou falando aqui do meu trabalho, o que a princípio, parecia facilitar as coisas. Não é que, do contrário, eu ouvi de um cliente que tinha sido "curta e grossa"? Ora, se tento ser delicada, sou dramática; se aposto na objetividade, sou grosseira?


Que difícil!


Aqui, sou eu mesma. Não sei quem me lê. Se se interessa pelo que escrevo, ou apenas faz visitas breves ao blog. Tenho um resumo estatístico das visitas, mas, o certo é que nem o acompanho, eu escrevo para mim. Escrevo para suprir uma profunda necessidade de exprimir o que penso. E de tentar me entender um pouquinho. Escrevo minhas memórias, e decidi há muito tempo que não ia esperar a velhice chegar para registrá-las. Sou eu mesma. Sem máscaras. Sem entrelinhas.




Música do dia: "Caçador de mim" - Milton Nascimento
 

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