Mostrando postagens com marcador prazer. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador prazer. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, julho 04, 2013

Sobre o desejo de mudança...

Eu já vinha desejando mudar há tempos. Até ensaiei a mudança, troquei de função, abandonei no caminho um conhecimento de anos que me fazia respeitada e referência dentro da empresa. parecia que nada mais me era surpresa. Ia a Congressos a mando da empresa, com a terrível missão de trazer novidades, de buscar algo que pudesse ser incorporado e "agregasse valor". Não via mais nada. Eu, que sempre tivera olhinhos de aprendiz, que sempre me considerei uma pessoa ávida pelo novo, não conseguia enxergar mais nada dentro daquele imenso Universo das Repetições.

A empresa para o qual trabalho é considerada no mercado local uma potência. Ela tudo faz, tudo experimenta, tem verba e interesse em testar muita coisa, e, no passado, preocupava-se pouco com os resultados, o que dava ainda maior oportunidade de experimentação, ainda que o processo resultasse em erro. Falhar não era problema quando se tinha tanto orçamento.

Hoje, com os recursos mais escassos, falhar é sim um problema, e a ordem é utilizar mais do mesmo, para que se ganhe em escala e se aplique técnicas e métodos já testados com sucesso. É o reaproveitamento que, para alguns, pode ser elegantemente chamado de Benchmarking Interno.

Fazer mais do mesmo me entedia muito. Tenho eu que ler os mesmos velhos manuais, ler os textos que eu já conheço, os padrões que não mudam, conhecer os velhos processos e inovar sobre aquilo tudo. Daí, eu concluo que a inovação incremental é talvez a coisa mais difícil que alguém pode empreender. Ou talvez, seja apenas a mais chata.


 Lendo o livro do Rubem Alves, encontro um trecho que define esse meu momento... (entre tantos):

"Há textos que se parecem com uma lisa superfície de gelo sobre a qual o leitor desliza. O pensamento se move fácil: tudo lhe é conhecido com familiaridade. Mas, ao final desse exercício de patinação sobre o conhecido, o pensamento continua o mesmo. Quando as palavras deslizam suavemente como um patinador sobre o gelo, é certo de que nada novo irá surgir. Ao final, tudo estará como sempre foi. Bem que Hegel advertiu de que "o que é conhecido com familiaridade não é, de fato, conhecido, pela simples razão de ser familiar"".

Nossa, como isso é a minha cara! Como ando enfadada com a mesma comida, os mesmos ares, a falta de novidade, e a arrogância das pessoas. Sinto como se estivesse entrando num mundo de repetições e apertos de porcas com as boas e velhas chaves-de-fenda do Chaplin. Quanto mais eu repito as mesmas operações, executo as mesmas rotinas, crio nada sobre coisa alguma, mais tenho vontade de me dedicar às artes, de virar produtora de gente que cria, de criar eu mesma o belo, o que apetece aos olhos, o que encanta.

E começo a me sentir sugada pelas palavras. Palavras que dançam na minha cabeça e formam as ideias assim, enquanto escrevo, gerando crônicas, contos de amor, poesia, que se não encantam aos outros, ao menos me suprem da fatia de arte que eu mereço e da qual me abasteço para viver.

Talvez viva demais o mundo dos sonhos. E por algum momento, tenho medo de surtar, querer largar tudo, querer abrir mão do que conquistei. Mas, afinal, o que conquistei senão um mundo em tons de cinza... mas, nada a ver com o erotismo do best-seller da livraria da esquina...?


No filme "Tempos Modernos", sem dizer palavra, Chaplin delatava o tédio dos trabalhadores do chão-de-fábrica, aqueles que deviam deixar os problemas em casa para não interferir nas rotinas do dia-a-dia. Como trabalhadora do conhecimento que sou, parece que cabe a mim, inovar e criar as novidades das quais eu preciso para viver.

É isso, careço de doses diárias de arte e poesia.

segunda-feira, abril 23, 2012

Congelando o tempo




Acho que o maior desafio - meu e de todo mundo - é fazer o tempo passar mais devagar. Não é novidade que o tempo parece estar correndo, quanto mais a gente se esforça, mais tem a sensação de que o tempo está voando... voando mesmo. Outro dia, estávamos comemorando o Natal, logo em seguida, lá estávamos nós curtindo o Carnaval, e agora, aqui vem eles, uma série de feriados para aproveitarmos, seja para não fazer nada, seja para fazermos tudo ao mesmo tempo agora.

Eu tenho ido pelo caminho da diminuição do ritmo, de fazer algo que eu curto muito, de preparar uma comidinha gostosa no meio da tarde, de cuidar de mim fazendo uma massagem no cabelo ou algo parecido, de ver um bom filme no dvd. Nada de compromissos, nem de hora marcada. Tudo que eu quero é não ter agenda nestes dias.

Acordar cedo, se der na telha, ou tarde, se eu preferir. O lance é estar em paz.

O pior de tudo é que quanto mais a gente sente que o tempo voa, mais temos a percepção de que ele é curto para o tanto que queremos fazer. Não é paradoxal?

Bom, neste final de semana de feriado no Rio de Janeiro, já que hoje é dia de São Jorge e estamos todos em casa, a minha sugestão é ler um bom livro (estou lendo "Leite Derramado", do Chico Buarque, por sugestão do meu amigo argentino), ver um bom filme (a minha intenção é ver "A árvore da vida" com o Sean Penn e o Brad Pitt) e comer um bolinho com café à tarde. Ah, bolinho com café: compre um bolo simples no mercado do sabor que você gosta (pode ser chocolate, baunilha, laranja), derreta uma barra de chocolate meio amargo em banho maria e jogue por cima! Fica très bien!

Bom feriado!

segunda-feira, setembro 22, 2008

Fifteen

O Fifteen é um dos restaurantes do Jammie Oliver. Ser Jammie Oliver não é para qualquer um. O cara trabalha à beça, tem um monte de restaurantes, um website, um programa de tv, várias fundações etc, etc.


Meu amigo esteve lá e adorou, voltou cheio de fotos. Disse que o restaurante do cara é o máximo, que a comida é saborosíssima e que o astral é o maior barato. O rango foi salada caprese e risoto. Tudo de primeiríssima, assim, bem superlativo mesmo.

A foto que eu mais gostei foi a das placas indicativas dos toilettes. Muito fofas, não? Adorei a criatividade. Agora, por que será que eles estão apertados, heim?





Meu amigo não viu o Oliver, ele estava cuidando das suas empresas. Mas, adorou a experiência.

Sábado, vendo o programa do Oliver em sua investida pela Itália, vi uma cena que não sai da minha cabeça.

A cena do Oliver matando uma ovelinha, para cozinhá-la para o jantar de uma família local. Tudo muito natural, como ele mesmo disse. Me disseram que a ovelinha não grita quando vai morrer. Mas, ela chora.