quarta-feira, junho 23, 2010

Por onde andei [2]

Nunca um nome de um post me foi tão apropriado quanto este. Como eu tenho andado, nossa! Aqui, a gente se dá conta de que está muito sedentário no Brasil e que anda muito pouco. Muito pouco mesmo. Tudo é feito à pé. Táxi é impraticável.

Estamos a uns cinco minutos a pé da Universidade, num bom ritmo pelo caminho mais curto, e a 20 minutos pelo mais longo. No caminho mais curto, as ruas são residenciais e cheias de verde (para chegar a Universidade, passamos por um parque muito bonito, cheio de árvores floridas, jasmim em sua maioria).

Entre os prédios de apartamentos, há um ou outro comércio, mas nada que chame muito a atenção, além de uma loja de bebidas (com uma variedade impressionante para um bairro pequeno) e um prédio residencial transformado em cinema de bairro, com uma arquitetura bastante interessante.

Tenho que escolher bem o sapato quando saímos pela manhã. Tenho evitado ir à Universidade de tênis, porque nunca sei a quem serei apresentada como a esposa do professor brasileiro. Mas, confesso que os saltos andam me matando esses dias, e que os tênis combinariam bem melhor com a mochila que trouxe para cá e que tem sido minha fiel escudeira. "Santa Uncle K, Batman": a mochila é levinha, levinha. Bolsa arrumadinha, só para algum evento social.

Hoje, descobri que nosso amigo de Frankfurt, Achim, aluga a cobertura aqui no prédio onde estamos. E que o studio dele é uma graça, como somente poderia ser, vindo de uma pessoa tão especial. Ele teve o cuidado de deixar algumas coisas para comermos aqui no nosso apartamento, pois chegamos no domingo e não havia nada aberto...

Fomos caminhar pela vizinhança e aproveitamos para gastar nosso pouco inglês (o meu e o dele, mas a gente se entende). Ele me mostrou algumas lojas que ele gosta, alguns restaurantes charmosinhos e conversamos sobre o assunto do dia: "o jogo tudo-ou-nada da Alemanha contra Gana". Estava todo mundo empolgado por aqui.

Contei a Achim que na minha empresa - esquizofrênica, há que se lembrar -, pedimos para ficar e assistir aos jogos do Brasil. Tínhamos combinado de almoçarmos juntos, e depois, voltaríamos a trabalhar. Uma ordem superior, no entanto, foi dada e a comunicação que recebemos é que a empresa fecharia, e que todos teríamos que compensar estas horas posteriormente (graças à Deus, estou de férias agora!).

Achim, como bom empresário que é, fez o seguinte comentário: "Vocês querendo melhorar a ambiência e eles trabalhando para destruí-la". E emendou com um "certamente, depois, eles irão contratar um consultor externo que os levará a um workshop de clima ou comportamental, onde vocês ficarão sem trabalhar, e que será muito mais custoso para a empresa do que permitir que assistam aos jogos juntos, nas suas dependências".

Falou tudo, o danado! Depois disso, dizer mais o quê?

Quanto ao resultado do jogo Alemanha x Gana, eu conto depois... o que aconteceu por aqui também... é muito assunto para um post só!
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Mudei o nome da série de posts porque a música do Nando Reis não me sai da cabeça esses dias: "Por onde andei, enquanto você me procurava, e o que eu te dei, foi muito pouco ou quase nada..."

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