segunda-feira, junho 28, 2010

Por onde andei [3]

Ontem, fizemos um programa incrível. Fomos assistir à Filarmônica de Berlim, numa arena à céu aberto, uma coisa linda. A noite estava especial, apesar de que o sol só se pôs lá pelas onze horas.

Tudo para mim é surpreendente. Já na chegada, a multidão que se aglomerava na entrada parecia tão cordata, tão calma, que nem de longe se aproximava daquela bagunça que é o Brasil. Todos estavam com suas cestas de piquenique, aguardando a hora em que poderiam entrar para assistir ao show. Ficamos esperando por volta de 20 minutos, mas em nenhum momento senti que a coisa poderia resultar em empurra-empurra.

Quando finalmente entramos, já havia uma multidão esperando pelo show, sentada tranquilamente em seus lugares, mesmo aqueles que estavam torrando ao sol. Sim, porque mesmo por volta das seis da tarde, o sol ainda era bastante forte. Juro que achei que não encontraríamos 4 lugares juntos, mas não é que encontramos?

Enquanto esperamos, ficamos nos divertindo em ver a equipe da tv entrevistando os presentes e também olhando a forma como as pessoas estavam vestidas. Uns mais arrumados, afinal era uma apresentação da Filarmônica de Berlim, outros mais informais (como eu), já que o show era numa arena de chão de terra batida!

O incrível foi a "Ola!" que a platéia começou a fazer enquanto o show não começava. Os músicos, muito bem-humorados, embarcaram na ideia e fizeram a "Ola!" junto conosco. Foi divertidíssimo!

O maestro era muito bom, Ion Marin, um baixinho que estava numa beca danada, apesar do calor. Acompanhando a orquestra, estava a soprano Renée Fleming, voz maravilhosa. Quando ela canta, parece que não faz esforço nenhum, impressionante!

O show foi todo incrível, e foi ótimo reconhecermos algumas músicas (dá a gente a impressão de que temos alguma cultura musical). Nada deu errado, o som era perfeito. A atmosfera, muito agradável.

O gran finale foi o bis. A orquestra tocou uma música típica de Berlim e todos acompanharam com palmas e assovios. Os músicos da ala de sopro tocavam vuvuzelas e não deu para a gente ficar quieto, acompanhamos também... O maestro regia a platéia numa empolgação contagiante.
Na saída, mais uma galera andando calmamente por quase uma hora, sem nenhum tipo de incidente, mesmo com as ruas bastante escuras. Isso é que é pais civilizado...

(Que saudade da bagunça do Brasil...)

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