domingo, novembro 30, 2008

Filme do final de semana: Queime depois de ler

Fui assistir à "Queime Depois de Ler" ontem. Um filme como esse realmente nos faz pensar, apesar de talvez, esse não ser o propósito dos irmãos Cohen, autores de mais esta pérola. Quem já os conhecia de "Onde os fracos não têm vez", pode imaginar do que eu estou falando.

O fato é que eu me senti numa montanha russa, onde as sequências vão acontecendo sem que a gente consiga imaginar o que vem depois.

Tudo fica muito confuso, como confusa é a vida da gente, e num dado momento do filme eu me lembro de ter dito aos meus companheiros de jornada que não sabia como o filme acabaria. Tudo muito cohen para a minha cabeça.

Mas, quantas e quantas vezes eu não me senti assim, como que dentro de um novelo de lã, cheio de nós, sem conseguir sair, uma montanha russa mesmo?

Algumas cenas do filme são impagáveis. Eu destaco as do personagem Chad, interpretado pelo Brad Pitt, simplesmente sensacional em todas as sequências em que aparece como o personal trainning que quer se dar bem com as informações que descobre.

Brad se supera quando tenta chantagear o Ozzie, como nesta cena aí ao lado, em que tenta engrossar a voz para paracer um sequestrador e se mostra completamente amador. Não tem como não cair na gargalhada com ele.

Ou ainda, como o maluco que não desgruda do iPod e fica cantando as músicas e balançando a cabeça o tempo todo.

Mas, o que é pior, além de balançar a cabeça, ele dança, dança na esteira, dança quando orienta os alunos, dança dentro do carro... ou seja, um completo imbecil.

Quem também está muito bem (como ator) é o George Clooney, que emagreceu demais, depois de ter engordado horrores para fazer Syriana, e está muito envelhecido, usando uma barba muito escura - aquilo ali tem tinta, meu bem - e com a calça jeans frouxa. Seu personagem é louco, e tem também umas sequências impagáveis.
O engraçado é que, para mim, Clooney não interpreta o personagem principal, como parece a princípio. O seu Harry louco, neurótico e doido pela mulher, não é, nem de longe o personagem mais interessante, ao meu ver. Sou das antigas: um filme com John Malkovich não pode ter outro personagem principal que não o dele.
Acho esse ator simplesmente o máximo. A cena em que ele é despedido da CIA é algo simplesmente fantástico, ele diz para os seus pares e superiores tudo aquilo que um dia a gente já teve vontade de dizer para o chefe e não teve coragem. E olha que esse é o começo do filme, heim? Só por esta cena a gente já imagina o que pode vir pela frente, o viés que o filme deve seguir.

John ainda é o mesmo de "Ligações Perigosas", o primeiro filme de que eu me recordo com ele e que me impressionou tanto. Eu só tenho que confessar que a sequência final de seu personagem alcólatra foi completamente desnecessária, por ser tão violenta. Eu virei o rosto. Não estava na montanha russa dos "Fracos...", achei que não teria estômago para olhar. Mas, o saldo, pra lá de positivo, valeu os R$ 18,00 que paguei pelo ingresso.
Cinema está caro, né?

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