terça-feira, abril 06, 2010

Como sobreviver ao mundo corporativo

Eu queria saber. Qual é a fórmula? Será que alguém sabe?

Há algum tempo atrás, recebi o seguinte feedback: "Seu colega está reclamando que você intimida ele. Quando você coloca as suas opiniões, não dá espaço para ele se expressar."

O tal colega tinha acabado de chegar na minha gerência, era um cara completamente arrogante, que se sentia o maioral, tinha anos de empresa e estava acostumado a tratar todo mundo feito lixo. Eu simplesmente não aceito isso. Olhava pra ele e pensava: "como é possível esse cara estar aqui, nesta função, sem ter o menor jeito pra coisa?"

Mas, no fundo, eu sabia de que se tratava do tal corporativismo: aquela velha história da proteção que existe entre o povo com mais tempo de casa. Coitadinho, na outra gerência em que ele estava, se sentia perseguido, tinha perdido o cargo de confiança e seu salário, reduzido a quase a metade. Seria a tal da meritocracia? Imagina!

Esses dias, ele reclamou com um outro colega que não sabia porque tudo na nossa gerência tinha que passar pela minha mão. Seria porque eu sempre faço tudo com muito zelo e cuidado? Seria porque o chefe confia no resultado do meu trabalho? Não sei, tenho medo de ficar muito metida, mas tenho que reconhecer que sou boa mesmo. Aquela resposta "me desculpa por ser brilhante" também vale para essa criatura.

O fato é que esses dias, eu e o tal colega com o qual o injustiçado reclamou a meu respeito, fizemos um trabalho complicado. Um trabalho duro, para o qual ele foi solicitado a atuar como "supervisor"(como eu já contei anteriormente em outro post desta semana). Quando o meu colega enviou o trabalho por e-mail ao chefe e a essa criatura "do mal", ele fez questão de mencionar o meu esforço para que conseguíssemos cumprir o prazo. Não que ele não tenha feito a parte dele, ao contrário. Mas, é que quando a coisa aperta, o meu lado "trator" aparece e eu só largo o osso quando o trabalho está pronto.

Enfim, trabalho entregue, menos uma pendência. Não é que a criatura se deu ao trabalho de mandar um e-mail de volta ao cara com a seguinte frase:

"Parabéns, Fulano, seu trabalho ficou muito bom!"

E com cópia para o chefe e para mim. Ou seja, fez questão de não reconhecer nenhuma contribuição minha, para não dar o braço a torcer. E ainda tentou me humilhar, coitado!

Eu sou mesmo uma tonta. Meu chefe vive pedindo para que eu dê uma chance a ele, que ele é boa gente, que eu tenho muito mais condições de dar uma oportunidade para ele do que ele para mim (!!!!). As pessoas têm problemas de relacionamento interpessoal, aquela megadificuldade de lidar com os outros, uma mistura de timidez com grosseria, tudo aquilo que afasta os outros delas e, no final, a gente é co-responsável por não conseguir um "bom dia" descente, um "boa tarde", um "olá" condescendente. Eu estou cansada de me sentir culpada em relação a estas criaturas, estou a fim de usar o "del" com todas elas...

Um dia essa roda vira, ah, vira... e como diz o ditado, "ri melhor quem ri por último". Aguardo ansiosa por minha última gargalhada!

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