domingo, abril 25, 2010

Das duas ou três coisas que o tempo no avião nos proporciona

Viajar de avião em longas distâncias sempre nos proporciona um tempo para o ócio que é especialmente gostoso quando você decide não fazer nada, não ler um livro, não ver o filme que está passando, nada.

Você pode tirar esse tempo para pensar na vida. E é engraçado que, atado àquela cadeira pelo cinto de segurança, os problemas normalmente ganham outra perspectiva.

Você pode também se divertir em observar os outros.

Neste vôo de hoje, havia um senhor muito gordo sentado na janela. Coitado. Coitado do outro que sentou ao seu lado, no meio. Coitado de quem sentou na ponta e que, invariavelmente, teve que levantar várias vezes para deixá-lo ir à "casinha". Coitados dos três.

Reparei também no novo penteado das mulheres americanas. Você puxa a mecha de cabelo correspondente à franja e o prende para cima, deixando um pouco fofinho de modo que vire um topetinho. Surreal de tão feito. Vi várias mulheres assim. E também pode observar as cores dos esmaltes. Enquanto no Brasil a moda é o vermelhão, aqui é o quase preto, o azul escuro, o verde.

Você também pode observar aqueles que nunca andaram de avião ou talvez sejam apenas compulsivos por pegar tudo que recebem (da comida a revista no bolso da poltrona) e guardar na bolsa. Fico imaginando o peso que essas criaturas estarão carregando no final da viagem.

Pode também contar quantas vezes as pessoas vão à "casinha". Ou mesmo reparar os horários de pico. Por exemplo, todo mundo resolve ir ao banheiro na hora que o avião está pousando. Por que? Essa hora não é pra isso, é uma hora de ficar com o cinto bem afivelado, porque pode sim dar turbulência.

Pode também ver que o seu vizinho do lado não desligou o iPod na hora que tinha que desligar: no decolagem e no pouso. E reparar que o tal homem era completamente depilado, braços e pernas. E notar que a esposa dele estava viajando no mesmo avião, só que bem lá na frente. E perceber que o óculos de perto do sujeito eram óculos femininos. E parar de olhar pra ele, pra não levar uma "bolacha" da dita esposa (reparar muito tem seu preço).

Pode tirar uma soneca, e de repente ficar surpresa com o sonho que te vem em mente. Cabeça cansada e vazia é terreno fértil pro Coisa Ruim.

Enfim, viajar é sempre uma festa, seja na janela ou no corredor.

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