quinta-feira, novembro 05, 2009

O mal que uma vendedora de roupas pode te fazer

Ontem eu resolvi tentar comprar uma blusinha fresca, de algodão. Tentar, porque nem sempre isso é uma tarefa fácil. Como estava de bobeira na hora do almoço, fui ao shopping e entrei numa loja que eu gosto muito, para dar uma olhada. Gostei de duas, não de três. Mas, me assustei um pouco com o preço estratosférico. Eram só umas blusinhas de algodão, não tinham nada, mas absolutamente nada, que justificassem uma faixa de preço em torno dos R$ 200,00. Pensei cá com os meus botões: tudo bem, eu experimento, depois peço pra minha tia fazer pra mim.

Pedi as que eu gostei pra vendedora, e lhe informei o tamanho. Ela me tirou com os olhos, dando uma scanneada nada sutil, e me disse, com um ar muito sério: não, querida, seu tamanho não é esse.

Conduziu-me ao provador e em menos de cinco minutos, apareceu com 20 blusas dois pontos menores. Eu, que tinha dito pra ela que não tinha muito tempo, olhei pra aquilo tudo e pensei: como é que eu vou explicar pra essa criatura (nome que eu carinhosamente uso para designar pessoas limitadas) que eu não vou nem começar a experimentar estas coisas se não vou ficar deprimida e com menos tempo ainda?

Ela largou aquilo tudo no provador e eu comecei a pensar num filme do Jason, ou do pequeno Chuck, ou no que eu faria se tivesse um punhal ali comigo.

Em pouco tempo, ela retornou e perguntou: gostou do quê?

Como assim, eu quase não experimentei nada! Nesta hora eu já estava me preparando para sair, quando ela insistiu em me trazer mais roupas. Calças, inclusive. Mas, eu só queria blusas! Qual a parte do "estou sem tempo" ela não entendeu?

Então, eu ainda me dignei a experimentar duas peças, com aquela moça me olhando de cortina aberta, o que eu o-d-e-i-o. Dei um jeito de fugir, desaparecer, antes que meu lado monstro aparecesse e eu começasse a proferir blasfêmias contra ela.

Por fim, passei o resto do dia com um gosto amargo na boca, de quem comeu e não gostou, uma sensação de tempo perdido, de maus tratos, de ter sido feita de besta, que otária!

E cheguei a conclusão de que vendedora boa tem mesmo é que ser valorizada, aquela que te trata bem, conhece seus gostos, não tenta te empurrar peças estranhas só pra vender, te atende com atenção... vender é uma arte, e é para poucos!

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