quarta-feira, fevereiro 11, 2009

Esperanças fugazes

Enquanto durmo,
você vaga pela casa, insone.
Amanhece sonolenta, sem rumo,
sem brilho, cansada.
Enquanto sonho - e sonho muito -
você tem os olhos pregados no presente,
sufocada por lembranças do passado e
por expectativas de um futuro bom.
Você procura por alguém
e esse alguém não existe.
Não sou eu, eu sei.
Nunca será.
Não está dentro de você.

Quando me enxergas,
refletida no espelho,
não me vês.
Quando te ouço,
sussurrando verdades ou intuições,
também não te escuto.

Não temos, e nunca teremos, a cumplicidade
dos grandes amantes, dos enamorados.
O que desejas,
e o que desejo,
não podemos ter.
É efêmero, é fugidio, é rarefeito.
É o gás que sufoca a presa na hora
derradeira de sua morte.
Se estás enferma, e tens alguma fé,
Consolas a criança que há dentro de ti:
ela tem medo.
Saiba que um dia, eu senti
amor verdadeiro por você.

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