Comprei um livrinho no Beringela para ajudar na formação de vocabulário em Inglês, bem coloquial, com montes de phrasal verbs e idioms, para que eu consiga internalizar (associando a contexto) este conhecimento que me é tão difícil de absorver...
Seu nome? "Chicken shit for the soul 2"! Isso mesmo, é uma continuação, mas, no Beringela, eu não encontrei o no. 1. Bom, foi o professor que reparou nisso.
Hoje, lemos uma historinha braba, intitulada "Um ato de coragem". Tratava-se de uma garota, aluna do segundo grau, que estava triste, decepcionada e frustrada porque teria dado como certa a sua escolha como atriz principal para a peça que a sua turma encenaria no final do ano e fora rejeitada em detrimento de uma outra menina que havia acabado de chegar na cidade e, por conseguinte, na escola. Ela não era nem mais bonita, nem mais popular, nem melhor atriz do que ela julgava ser e, por isso, a garota estava tão triste.
Ao chegar em casa, contou para sua mãe, entre choros e soluços, o que havia acontecido na escola e foi prontamente consolada. O que nos deixou boquiabertos, a mim e ao meu professor, foi a historinha que a mãe contou para a menina a fim de consolá-la. Pois bem, vamos lá...
A mãe disse que quando estava no segundo grau, aconteceu com ela algo parecido. Foi substituída na peça de final de ano por uma menina de fora, que havia acabado de chegar à cidade. Ela vinha se preparando para o papel há muito tempo, com aulas particulares de canto, e ficou muito decepcionada com o fato de não ter sido escolhida. Tão decepcionada que foi conversar com a professora de teatro, que lhe disse que havia escolhido a menina porque ela estava passando por um momento muito difícil: havia perdido a mãe, seu pai estava doente e ela havia acabado de descobrir que sofria de uma doença que progressivamente estava lhe tirando a visão. Enfim, uma tragédia... Então, a professora lhe perguntou: "Não devemos dar esta chance a ela? Quando ela terá outra chance de ser a atriz principal de uma peça?"
A mãe continuou contando a história, mas, aí começou a revelar o que fêz em seguida...
Ela disse para a filha: "Foi então que eu resolvi me tornar a melhor amiga da minha substituta, e me ofereci para ensaiar a peça com ela, deixando-a confiante de que teria ajuda e apoio. Todos os dias, quando nos encontrávamos, perguntava por seu pai, o que já a deixava um pouco deprimida. Depois, no final do ensaio, fazia questão de lhe mostrar minha mão e perguntar quantos dedos eu estava escondendo, fazendo questão de mentir para ela e deixá-la sempre com a impressão que estava perdendo a visão mais rápido do que o médido diagnosticara... ah, e para piorar, todos os dias, eu substituía a lâmpada da sala por uma mais fraca, para que parecesse que estava ficando mais escuro e mais difícil para ela enxergar... estava ficando mesmo, mas ela não sabia disso..."
A filha ficou chocada, assim como eu e meu professor.
A mãe então terminou a história... "Um dia, bastante insegura com tudo aquilo, e com medo de fracassar, ela entregou os pontos e eu reassumi o meu posto, o papel que me era de direito. E ela ainda me foi muito agradecida..."
Bom, daí eu me pergunto, por que o nome desta história é um ato de coragem? Não seria um ato de covardia...?
E não é o que vemos acontecer todos os dias no ambiente corporativo? E entre pessoas ditas nossas amigas, também não vemos acontecer? Na gíria popular, chamaríamos a senhora de "traíra"... tem algum outro nome mais educado para nos referirmos a ela? Por que ela conta a história como se fosse um exemplo para a filha? Onde está o senso de ética das pessoas? E aí, vale tudo mesmo?
Agora, o que nos choca é que a pessoa fêz o que fêz, como se o fim justificasse os meios, para conseguir o que queria... quantas vezes, não vemos pessoas usarem os outros como escada para ascender no mundo corporativo?
E você, já fêz algo parecido? Se tivesse feito, confessaria?
2 comentários:
Hahahahaha, que absuuuuuurdo!!!! Só rindo mesmo!!!!! Por Deus!!!! Como assim?????
Me amarrota, amiga, que eu tô passada com essa historinha!
Éééééééé, querida,"american way of life"!
E o povo aqui, a cada dia mais, aprende a liçãozinha.
Povinho aqui é americano tb, ainda que do sul.
bjs!
pesado.
olha, Rebecca, sempre questiono relacionamentos construídos em empresas, tudo me parece fake, de plástico.
eu tive poucos exemplos que me provaram o contrário. por mais "afinidade de café" tenhamos, só conhecemos mesmo a pessoa com quem saímos sempre pra almoçar, pra quem reclamamos do nosso chefe, quando o bicho pega.
eu mesmo, quando percebi que estava sendo severamente atacado e manipulado, resolvi revidar e fiz feio. usei a mesma arma, só que dei "sorte" de ter sido mais eficaz, a pessoa foi demitida. não gostei da minha atitude e conversei depois com a pessoa. leite (azedo) e derramado? sim, mas pelo menos aliviou a minha culpa.
nossa, sessão terapia...
bjs
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