sexta-feira, abril 30, 2010

Longe de casa, há mais de uma semana...


Eu não estou aguentando mais essa distância de casa. Não consigo me imaginar um mês vivendo isolada num quarto de hotel. Não é pra mim. Tem gente que adora. Eu, não. Você fica louco para ouvir alguém falando português. E agora tudo que eu quero é comer comida caseira: feijão com arroz. Frescos, quentinhos, cheirando bem no fogão lá de casa.

Comecei a fazer as malas hoje. Malas, no plural, porque eu tive que comprar mais uma de mão e outra para despachar. Muita tralha, muitas encomendas, muitas lembrancinhas. Ô, lugar bom de se comprar...

Parece que não vai dar. É muita coisa. Mas, vai ter que dar. Sábado, terei uma manhã complexa, arrumando tudo, até que dê. E logo eu que não gosto destes excessos. Mas, fazer o que, não é mesmo?

Tenho me perguntado muito sobre grande parte das pessoas que trabalham na minha empresa e que, quando passam no concurso, têm que ficar quase um ano longe de casa, fazendo curso, morando em hotel. Deve ser horrível, dá uma sensação de exílio. Saudades de pessoas, de cheiros, de barulhos, da rotina, dá saudade das coisas boas e das ruins.

Agora, quase todos os desafios já foram vencidos, só falta um grande, amanhã. Uma palestra em inglês. Estou tremendo por dentro.

Mas, vamos à ele!

terça-feira, abril 27, 2010

Sabedoria hollywoodiana

"Always be a first rate version of yourself
instead of a second rate version of someone else."

Judy Garland

segunda-feira, abril 26, 2010

Fantástico!

Vale à pena ver o que quatro acordes são capazes de proporcionar. É como se todas as músicas do mundo tivessem sido feitas sobre a mesma base.

O nome do grupo de comediantes australianos é The Axis Of Awesome e eles demonstraram, ao vivo, que quase toda música pop pode ser tocada com os mesmos quatro (simples) acordes. A progressão de notas serve para cantar Alicia Keys, Mika, Black Eyed Peas, The Calling, Red Hot Chilli Peppers, Marron 5, U2, Beatles, Michael Jackson, Men At Work, Bob Marley, Lady Gaga e muitos outros.

Frase do dia...

"Making choices inevitably
means leaving something out"

Thomas A. Stewart

Planeta bizarro

A gente fica longe de casa e daí dá uma vontade danada de saber notícias do Brasil e do mundo. Só que acaba se deparando com uma lista surreal... vejam só:


É tanta coisa relevante que eu não sei nem por onde começar! Vixe!

domingo, abril 25, 2010

Os flamingos

Vejam como eles são lindos. Ah, coabitando com patos e pavões. Uma graça!


Saudades de casa

Já não vejo a hora de voltar!


Na foto, meu travesseiro inseparável, mais Teddy, meu novo e fiel escudeiro e meu pijaminha!

Das duas ou três coisas que o tempo no avião nos proporciona

Viajar de avião em longas distâncias sempre nos proporciona um tempo para o ócio que é especialmente gostoso quando você decide não fazer nada, não ler um livro, não ver o filme que está passando, nada.

Você pode tirar esse tempo para pensar na vida. E é engraçado que, atado àquela cadeira pelo cinto de segurança, os problemas normalmente ganham outra perspectiva.

Você pode também se divertir em observar os outros.

Neste vôo de hoje, havia um senhor muito gordo sentado na janela. Coitado. Coitado do outro que sentou ao seu lado, no meio. Coitado de quem sentou na ponta e que, invariavelmente, teve que levantar várias vezes para deixá-lo ir à "casinha". Coitados dos três.

Reparei também no novo penteado das mulheres americanas. Você puxa a mecha de cabelo correspondente à franja e o prende para cima, deixando um pouco fofinho de modo que vire um topetinho. Surreal de tão feito. Vi várias mulheres assim. E também pode observar as cores dos esmaltes. Enquanto no Brasil a moda é o vermelhão, aqui é o quase preto, o azul escuro, o verde.

Você também pode observar aqueles que nunca andaram de avião ou talvez sejam apenas compulsivos por pegar tudo que recebem (da comida a revista no bolso da poltrona) e guardar na bolsa. Fico imaginando o peso que essas criaturas estarão carregando no final da viagem.

Pode também contar quantas vezes as pessoas vão à "casinha". Ou mesmo reparar os horários de pico. Por exemplo, todo mundo resolve ir ao banheiro na hora que o avião está pousando. Por que? Essa hora não é pra isso, é uma hora de ficar com o cinto bem afivelado, porque pode sim dar turbulência.

Pode também ver que o seu vizinho do lado não desligou o iPod na hora que tinha que desligar: no decolagem e no pouso. E reparar que o tal homem era completamente depilado, braços e pernas. E notar que a esposa dele estava viajando no mesmo avião, só que bem lá na frente. E perceber que o óculos de perto do sujeito eram óculos femininos. E parar de olhar pra ele, pra não levar uma "bolacha" da dita esposa (reparar muito tem seu preço).

Pode tirar uma soneca, e de repente ficar surpresa com o sonho que te vem em mente. Cabeça cansada e vazia é terreno fértil pro Coisa Ruim.

Enfim, viajar é sempre uma festa, seja na janela ou no corredor.

Houston, we have a problem!

Hoje pensei que não fosse conseguir embarcar. O dia começou dando um pouco errado, porque esqueci um anel no hotel e agora, já era.

Depois, no aeroporto, ao pesar a mala, a atendente disse:

- Senhora, está pesada demais. Não aceitamos malas com mais de 70 libras.

A minha pesava 74! Então, foi um tal de abrir mala no check-in, tirar coisa, passar pra mala de mão, voltar a pesá-la, checar se ia pagar excesso... um stress.

Consegui chegar a 67 libras, com muito custo. Era o conhecimento, ou seja, boa parte do material do evento que estava pesando. E ainda vem outro evento por aí.

Então, ao passar pelo raio-X, a minha mala de mão empacou de novo. "Como assim?", pensei.

A atendente me disse então, com uma cara brava:

- Senhora, vou ter que abrir a sua mala. Por aqui, por favor. A senhora pode aguardar sentada ali.

É claro que eu não me sentei. Queria ficar do lado dela para ver no que ela ia mexer. Então, quando ela já se preparava para arrebentar o meu cadeado, eu disse:

- Pode deixar que eu abro o cadeado.

E ela retrucou:

- Não, senhora. A senhora não pode mais colocar a mão na mala, quem tem que fazer isso sou eu.

"Como assim?", pensei de novo. Fiz uma cara de "hã?", pois não estava acreditando. Voltei a insistir e na hora que ela bobeou eu disse, com meu parco inglês.

- Sejamos razoáveis, eu vou abrir o cadeado. E meti a mão e abri.

Ela então pegou uma pinça grande e começou a tirar as coisas da mala. Ela se virou pra mim e disse:

- A gente viu um globo de neve aqui. A senhora tem um globo de neve?

- Sim, eu tenho. Por que, é proibido?

- Sim, senhora, teria que ter sido despachado. A senhora quer voltar para despachar?

Eles já fazem de propósito. O local do raio-X fica muito distante do check-in. A esta altura minha mala já deveria estar dentro do avião.

- Como eu vou voltar para despachar? Você está brincando, não?

- Não, senhora. Se a senhora não vai despachar, vou ter que jogar no lixo.

Nesta hora eu tive gana de jogar o globo de neve na cabeça dela. E o tal sonho americano? E aquela velha história de toda criança sonhar com a tempestade de neve dentro do globo?

O presente era para o meu sobrinho. Não foi muito caro, mas me tomou bem uns 25 minutos nesta "palhaçada". Agora, vou ter que comprar outro, com outro tema (este era do zôo de San Diego, com ursos polares). Ainda tentei pedir a ela que desse a uma criança, mas ela disse que teria que jogar fora mesmo.

E quem fica com tara de banana somos nós no final!

Filosofia Page

Não dá para não publicar aqui alguns trechos do livro do Martin Page que mencionei no outro post. Através de Virgile, ele escreveu coisas incríveis... aqui vão elas:

"Há um paralelo perturbador entre o crescimento do turismo e a multiplicação dos casos sentimentais. Amamos da mesma forma como viajamos, por períodos curtos e seguindo roteiros predeterminados. Apaixonamo-nos para ter lembranças, cartas, um conjunto de sensações, novas cores em nossas íris; para ter o que contar no escritório, aos amigos, ao nosso psicanalista. Não existe diferença entre o amor e as viagens, pois sempre voltamos a eles". (pg. 101)

Eu sempre achei que o importante é ter história, que a gente deve se dar ao direito de se apaixonar, sofrer, e até buscar a cura depois, pois se a gente nào se permite a isso, como vamos conseguir acertar um dia? Contudo, Page coloca essa frase na fala de Virgile com uma visão extremamente pessimista da coisa, como se as pessoas desistissem muito facilmente das outras, se dar chance de o amor surgir depois da paixão...

"Só existe uma forma de não nos arriscarmos a perder aquele que poderíamos amar. É não permitindo que eles entre em nossa vida". (pg. 155)

Então, pra isso, a gente precisa estar incrivelmente distraído pra deixar que esses estranhos nos arrebatem e se instalem nos nossos corações sem pedir licença, já que, pra quem pede, normalmente, a gente raramente dá, não é mesmo? Tudo que é mais difícil é bem mais gostoso.

"(...), mas o fato é que não há nada por comemorar quando nossos amigos dão certo na vida e se apaixonam, pois isso os afasta de nós. Os grupos mais sólidos de amigos se apoiam em fracassos profissionais e sentimentais". (pg. 94)

Taí uma outra verdade. Se você está mal e seus amigos começam a se acertar, a sua tendência é buscar por outros amigos... é o famoso "ficar segurando vela", sentir-se sobrando. É péssimo. Tanto um lado quanto o outro começa a se ver como ameaça... até hoje não sei porque.

"Virgile imaginava as mulheres que amava. Provavelmente, aliás, amava-as justamente por imaginá-las. Ao encontrá-las, cobri-as com traços que não lhes pertenciam. (...) Espontaneamente, quando imaginamos o nosso parceiro ideal, desenhamos a nós mesmos, sem as lacunas ou as fragilidades e com o sexo que mais nos convenha". (pg. 85)

E esse talvez seja o nosso maior problema, a gente imagina demais os outros. O amar APESAR-DE advém justamente de imaginarmos coisas, intenções, falta delas, motivos, razões, e de perdoarmos qualquer ato negativo por julgarmos o ser-amado por nós, ou seja, pela forma com que agiríamos com ele.

"Não podemos ser felizes sem renunciar a sê-lo". (pg. 81)

Termino esse post com essa frase fantástica. É pra pensar. Estou selecionando outros trechos para publicar aqui para vocês.

Zoológico em SD*

Chegamos ao zoológico de San Diego às 10 horas da manhã, mais ou menos. Andamos por todos os cantos, vimos pandas, coalas, ursos polares, elefantes, leoas, zebras, araras voando soltas entre a gente, os flamingos, pavões, chipanzés, gorilas, hipopótamos e toda sorte de animas. O abutre é incrível, nossa, como é grande!


É uma experiência muito bacana, mas num sobe-e-desce-morro dilascerante. Então, quando a gente pensa que acabou, tem o teleférico, que é o maior barato e te permite ver o parque de cima, por todos os lados.

Daí que estávamos quase saindo do parque, quando eu me dei conta que, nos autofalantes da lanchonete próxima a saída do parque, emanava um sambinha bem brasileiro: era entoado pelo Jairzinho, filho do mestre Jair Rodrigues. Isso me deu uma emoção danada, uma coisa de dar um nó na garganta.

É incrível como a gente sente falta da nossa terra quando estamos longe.

sábado, abril 24, 2010

Talvez uma história de amor

Escolhi esse livro por três motivos. Primeiro, porque ganhei um outro de presente que eu já possuía, e tinha que trocá-lo. Depois, pelo título, já que sou uma romântica inveterada. E terceiro, pela idade do autor, um cara praticamente da minha idade, que vê as dores e os dilemas da minha geração pela ótica da minha geração.

Não me arrependi. A história é realmente interessante. Se passa em Paris, num local decadente, onde o personagem mora em companhia de prostitutas e bêbados, que coabitam o mesmo edifício de pequenos apartamentos.

Virgile é um cara que não se envolve muito e, frequentemente, está platonicamente apaixonado por uma amiga ou outra. Um belo dia, quando chega em casa do trabalho, se depara com uma mensagem na sua secretária eletrônica de uma mulher que ele não se lembra de ter conhecido, de nome Clara, e que está ali, terminando algo que ela define como um relacionamento... e que, para piorar, ele não se lembra de ter vivido.

E então ele pira!

Enquanto lia o livro durante o vôo, ia pensando emVirgile, com suas qualidades e defeitos, vivendo numa cidade que eu ainda não conheço, mas que está no meu imaginário de alguma forma, por ter sido tão retratada em livros e filmes. Olhei pro lado e vi um rapaz moço, dos seus trinta anos, deitado em um conjunto de três assentos, e me dei conta de que o Virgile do livro podia ter a cara dele, o jeito dele, enfim, o seu estereótipo. Um cara todo arrumadinho, meio sistemático, capaz de usar um sapatênis marrom com um friso bege na sola, e uma meia marrom com um friso bege na sola (Eu vi esse detalhe porque num dado momento ele tirou os sapatos para ficar mais confortável !!!). E que no meio da viagem pergunta a comissária de bordo se ela teria um pouco de creme hidratante para lhe emprestar para passar nas mãos. Eu quase ofereci o meu ao rapaz tão fleugmático.

Enfim, nosso personagem pode ter a cara que a gente quiser, basta ter imaginação. Esse é um livro bacana que serve como um excelente passatempo e que a gente devora em um ou dois dias. Recomendo!

O evento de SD*

Viemos a San Diego para participar de um grande evento, do qual estão participando sistematicamente pessoas importantes que estão envolvidas com o tema que eu estudo há anos. Todas as vezes, é a mesma coisa: eu passo os primeiros momentos do dia me beliscando para ter certeza que eu estou mesmo ali, com todas aquelas pessoas, muitas que eu referenciei na minha tese de Doutorado, outras que eu tive um imenso prazer em conhecer nesses encontros.

Os eventos são sempre incríveis. O do ano passado em Washington, DC, foi muito bacana. Estar ali discutindo o estado-da-arte do tema a que venho me dedicando na prática com pessoas tão especializadas é e sempre vai ser o maior privilégio. Mas, dessa vez, algo diferente aconteceu: fizemos um jantar num restaurante italiano. E, quando eu me dei conta, estava ali, comendo e bebendo com eles, conversando amenidades, descorindo o quão humanos e simples (!!!) eles são, entendendo que eles também têm hobbies, e que gostam de compartilhá-los com a gente, simples mortais.

Ou talvez, eu tenha que me dar conta, qualquer dia desses, que tenho sido convidada para esses encontros por mérito (ou seja, que não é à toa), mas pra isso vou ter que lidar muito ainda na minha terapia com essa incrível síndrome de inferioridade (afe!)...

Enfim, no final do jantar, tirei uma foto com o editor de uma revista importante da área, daquele jeito esquisito quando você bate a foto e quer sair nela ("fazendo grua"), e nós ficamos parecendo duas crianças - alcoolizadas, é fato - brincando com a imagem, com os rostos colados um no outro, como se fossemos velhos amigos ... uma coisita surreal! Descobrir que ele também escreve ficção foi incrível, foi tão simples, tão natural... e tão esquisito!

E então vi como tudo isso pode ser divertido!

Just don't

Just don't [Danni Carlos]

I'm waiting for you

Sitting on the couch
In front of TV
Trying to write you a note
Do not disturb
Is hanging on my door
Now I am lying on the floor

So don't talk
And don't laugh
And don't run away from here
And don't go messing with
Another girl
Without me

I'm still missing you
But I believe the things could change
I know what you've been trhu
I want to hear you call my name
Life is so short
I think I'm gonna fall
Now I am trying to brake the wall




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De repente, eu estava ali, no avião, ouvindo meu iPod e daí me dei conta dessa música... e então percebi como ela se encaixava com o que eu estava sentindo...

Frase dos primeiros dias de viagem...

"Growing old is mandatory.
Growing up is optinal".

Chili Davis


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Mais sobre Chilis Davis na Wikipedia: Charles Theodore "Chili" Davis (born January 17, 1960 in Kingston, Jamaica),is a former outfielder/designated hitter who played in Major League Baseball with the San Francisco Giants (1981-87), California Angels (1988-90, 1993-96), Minnesota TwinsKansas City Royals (1997) and New York Yankees (1998-99). Davis was a switch-hitter and threw right-handed. He is the first ballplayer born in Jamaica to appear in a major league game, and is arguably the greatest Jamaican baseball player in MLB history.

Viajando de dia e pensando na vida...

Realmente, encarar uma viagem de quase dez horas de dia, sem a prerrogativa do sono e do cochilo para ajudar a passar o tempo, é doloroso. Embarcamos às 9:55 da manhã, exatamente doze horas após o horário previsto. E partimos rumo a Houston, numa viagem mais do que cansativa (principalmente porque estávamos despertos). E agradavelmente surpreendente, apesar de tudo.

Embora a fila que se formou no check-in da Continental no Galeão tenha sido enorme, na terça-feira, na quarta o avião estava bem vazio. Tanto que boa parte dos passageiros que embarcaram em assentos na fila do meio (o avião era um 2-3-2 assentos), conseguiram viajar deitados, dormindo como bebês (alguns conseguiram). A maioria deles era homem, e teve uma hora que ao olhar pra eles, vi um monte de crianças dormindo aninhadas. Engraçado como a posição fetal sempre nos remete à infância, não é mesmo? Só o ronco que ecoava no avião era coisa de gente grande!

Para me manter entretida e não pensar no feriado perdido, decidi ler o livro que havia elegido como companheiro de viagem. Vou falar dele depois, já que separei alguns trechos para transcrever aqui. Eu simplesmente retomei a leitura na página 53, onde havia parado antes da viagem, e terminei de ler o livro, devorando as 104 páginas que restavam durante o vôo. Nào consegui parar. Simplesmente adorei! Nada como uma história bem escrita para nos entreter.

Parece que as histórias dos livros são sempre melhores do que a vida real. Eu até que aproveitei alguns momentos do vôo - quando estávamos sobre a Amazônia, e seu mar-verde-de-árvores, ou quando voávamos sobre a Cordilheira dos Andes - para pensar na minha vida.

Sei que há muito para fazer, há que se ter muita coragem para se encarar tantos desafios, e mais, há que se querer muito para realizar tantos desejos. Eu os mereço realizados. Sempre fui uma guerreira, não posso desistir agora. Por que eu desistiria?

A volta dos que não foram

Nunca um título tão bizarro foi tão apropriado como esse aí de cima. Papai costumava nos pregar peças quando éramos crianças, a mim e a minha irmã, dizendo, por exemplo, que havia um filme - western - com esse título. A gente acreditava! Pois na terça-feira, ele se concretizou.

Fui para o aeroporto às 18:30, depois de uma correria danada, para um vôo marcado para às 21:55. É que eu estava com medo da saída do povo para o feriadão. Depois de 1 hora e 15 minutos de engarrafamento, num trajeto que leva em dias normais aproximadamente 30 minutops, descobri que o avião havia entrado em manutenção, e que eles haviam remarcado o vôo para o dia seguinte - quarta-feira - e que, naturalmente, eu teria que voltar para casa.

Tenho que confessar que adorei! Nada como dormir na minha cama! Dormir nela foi especialmente incrível ontem!

Acho que, há muito tempo, vemos desprezando nossas intuições. E na terça, eu passei o dia inteiro me sentindo muito esquisita. Então, quando vi que não íamos sequer embarcar por problemas técnicos, simplesmente agradeci à Deus e dei meia volta, de volta pra casa, sem reclamar...

Aproveitei para ver mais um capítulo de "Força Tarefa", que estou adorando, e constatar que os 8 kgs (ele diz que foram só 8 kgs) que o Murílo Benício engordou o deixaram com uma barriguinha definitivamente nada sexy.

E adormeci de mãos dadas com o meu marido. Isso foi um alento. Quam sabe não passa a ser bom assim todos os dias, daqui pra frente, quando eu voltar?

segunda-feira, abril 19, 2010

Viagem ao Centro do Universo

Eu deveria estar fazendo as malas. Mas, ao contrário, estou aqui, tentando pôr todas as idéias que me invadem a cabeça pra fora, como que se assim eu conseguisse acalmar meu coração. Digito freneticamente com os meus quatro dedos (os indicadores e os médios, e melhor não faço), com medo de perdê-las, as idéias...

Amanhã, estou indo a San Diego, US. Isso, se o vento e a fumaça do furacão permitirem. Sinto que esta viagem será mesmo uma viagem... ao centro do Universo, da Terra, do meu interior, como você quiser. Um tempo pra pensar, no meio da correria do dia-a-dia. Não fosse pela mala pesada que eu vou provavelmente carregar, seria um tempo de descanso pro corpo, enquanto que a alma e o espírito estariam a mil por hora.

Das coisas e pessoas a quem sou apegada, tenho que te confessar, não consigo me livrar do travesseiro. Vou com ele na mala. Às vezes, me pego pensando que um dia a mala pode extraviar e o que haverá de mais valioso será o meu travesseiro velhinho, o único com o qual eu consigo ter uma boa noite de sono. Bate na madeira: toc toc toc.

Dos cheiros, e gostos, e vozes, e faces de que vou sentir falta, algumas vão comigo, em fotos do celular, ou na memória. E o fuso horário atrasado em cinco horas vai tornar o meu exílio ainda mais contundente: quando eu quiser reforçar a gravidade da saudade, lembrarei que os meus queridos estarão dormindo no momento em que eu estiver recolhida no hotel, fazendo o balanço do dia.

E com isso, terei que pensar em alternativas. Talvez escreva mais neste blog. Talvez me descubra como boa companhia e goste de estar SÓ comigo. Talvez reflita mais sobre a minha vida, sobre os meus amigos, sobre os meus amores. Talvez volte com mais vontade de dizer "eu-te-amo" e de trocar escassos momentos de afeto por uma alegria permanente.

Talvez essa viagem interior sirva para que eu me reinvente. E talvez seja disso, e só disso, que eu esteja precisando agora.

Seja como for, espero que você descubra junto comigo esse 'adorável' mundo novo.

Trilha sonora:

Todo dia, era dia de índio

Todo dia era dia de índio
Baby do Brasil

Curumim chama cunhata que eu vou contar
Cunhata chama curumim que eu vou contar
Curumimmm, Cunhataaaa
Cunhataaaaa, Curumimmm
Antes que os homens aqui pisassem nas ricas e férteis
terras brasilis
Que eram povoadas e amadas por milhões de índios
Reais donos felizes da terra do pau Brasil
Pois todo dia e toda hora era dia de indio
Mas agora eles tem so um dia
Um dia dezenove de abril
Amantes da pureza e da natureza
Eles são de verdade incapazes
De maltratarem as fêmeas
Ou de poluir o rio, o céu e o mar
Protegendo o equilibrio ecológico
Da terra, fauna e flora pois na sua história
O índio é exemplo mais puro
Mais perfeito, mais belo
Junto da harmonia, da fraternidade
E da alegria, da alegria de viver
Da alegria de amar
Mas no entanto agora
O seu canto de guerra
É um choro de uma raça inocente
Que já foi muito contente
Pois antigamente
Todo dia era dia de índio

domingo, abril 18, 2010

Heroismo

Todo mundo disse que o herói do jogo Botafogo e Famengo hoje foi o goleiro do Botafogo, Jeferson, que defendeu com bravura o seu time dos ataques do time adversário, inclusive um pênalti. Afinal, era a final do Campeonato, valia duas taças! O que eu vi foi o goleiro do Flamengo, o Bruno, botar os "bofes pra fora", literalmente. Como o bichinho correu. Do ataque pra defesa, da defesa pro ataque. Sem parar. Um guerreiro!

Pela manhã, outra partida tinha me impressionado. A final do volley, entre Osasco (São Paulo) e Unilever (Rio de Janeiro). Não que as meninas não tenham se mostrado verdadeiras heroínas, de ambos os times. Mas, o que me impressionou de fato não foi a derrota do time do Bernardinho, nem a vitória do time do técnico Luizomar de Moura, nem a Natália bradando palavrões para enlouquecer a torcida com a sua garra.

O que me impressionou mesmo foi a carinha assustada de uma das jogadoras do Unilever olhando pro Bernardinho surtado. Isso sim é que é heroismo: o cara pode até ser o grande líder, mas que deve ser difícil ser comandada por ele, ah, isso deve!