sexta-feira, setembro 02, 2011

Transformando um ursinho

Pegue um ursinho sem graça...


Corte um pedacinho de retalho bem bacaninha, como um quadradinho ...


Use uma tesoura de picote para fazer o acabamento...


Dobre ao meio como um triângulo e vinque à ferro para marcar...


Depois, como uma bandana, coloque na cabeça do ursinho.
Use uma linha para prender atrás e dos lados...



Escolha uma fita que combine e faça um lacinho curto...


E voilà, aqui está meu ursinho surfista de bandana!


Ou, dependendo de quem olha, um chef de cuisine!

Quem disse que eu não tinha habilidades manuais, heim?!


A propósito, esse foi pro meu sobrinho-neto, e por isso, e porque papai surfa, eu me inspirei e usei o tecido da bandana. E também, escolhi cores mais sóbrias. Depois mostro outros inventos!

quinta-feira, setembro 01, 2011

Obscuro objeto do desejo


Eu vi essa revista nas bancas e enlouqueci. Adorei esse vestido. Está certo, é um Carolina Herrera. Mas, eu preciso, eu quero, eu necessito!!!! Sei lá o que passa pela nossa cabeça que nos leva a amar alguma coisa que a gente acabou de ver. Comprei a revista. Nada, nenhuma foto interna para que eu pudesse ver os detalhes. Zero. Que frustração!

Mas, um detalhe, vendo o making off da Alinne no site da Marie Claire, pude ver que as alças são cruzadas nas costas, o que me encanta ainda mais. Adoro vestido assim!

Fazendo uma pequena busca na Internet, encontrei o desfile da coleção Primavera/Verão 2011-12. É um festival de vestidos lindíssimos, cada um mais elaborado que o outro. Olha só:


Cá entre nós, a trilha sonora é meio pavorosa, mas os vestidos são lindos. E nada de achar a origem do meu objeto do desejo.

No site Hoy Moda, lá estava ele, numa outra modelo. Confira aqui. Enfim, é lógico que eu não vou ter um... mas, quem sabe um parecido ou inspirado. Aguardem!


terça-feira, agosto 30, 2011

Meu universo particular, entre Facebooks e sonhos memoráveis

Acho que o maior sofrimento de quem está com uma doença que impõe quarentena é ver a vida passar lá fora e você estar alheia a ela. Você se sente como num universo paralelo.

Lidar com a ignorância das pessoas e também com a tua sobre a doença é algo que irrita, a maior parte do tempo.

Rolam os mais variados comentários, que às vezes viram boatos: "Ela vai morrer...", "Ela está estressada", "Ela vai ter que ser operada de emergência...", "Tadinha dela, somatiza tudo...".

Para cada um que telefona, é preciso dar a mesma explicação: "Não, eu não vou morrer, não dessa vez"; "Não, eu não estava estressada com o trabalho, imagina!"; "Não, eu não vou ser operada agora, não se opera ninguém no meio de uma crise se for possível esperar"; "Não, não tem nada a ver com somatização, não dessa vez"...

Em resumo, meu corpo só precisa se recuperar sozinho - ele precisa de TEMPO, só isso!

Então, como se não bastasse toda essa incomodação, ainda há aqueles que te infantilizam e insistem em te tratar como uma criança de 5 anos de idade. Para esse povo que faz isso, só tenho uma coisa a dizer:

Ah, não enche!

Está bem, está bem, eu deveria estar / ser menos agressiva. Mas é que paciência tem limites, e eu estou com os meus por um fio.

Aí entra em cena o título deste post. Enquanto hávidaláfora.com.br, eu fico aqui, esperando nem sei o quê. Imagina uma pessoa que, há três dias, não conseguia ir ao laboratório fazer os exames médicos por causa do efeito dos buracos no asfalto na cabeça da coitada. Não dava pra dizer ao condutor do táxi: "Moço, toma cuidado para não passar em nenhum buraco, que eu estou com enxaqueca..." Impossível, pois nesta cidade, só tem buraco, não dá para desviar de um sem cair em outro!

De casa, vejo a vida pela tv, é claro, porque já não se vive sem ela, então nem conta mais. Pela varanda, mas o máximo que eu observo são as flores do meu bouganville nascendo, crescendo e atraindo mais e mais passarinhos e depois, sendo levadas pelo vento. E, finalmente, pelo Facebook, onde uns postam que vão à praia, outros vão fazer piquenique com a família. Uns vão fazer uma pequena cirurgia, outros oferecem palestras online gratuitas. Uns vão tomar café da manhã com os amigos no Leblon, outros saíram de férias e foram viajar. Uns perderam o emprego, outros estão como Deus quer, curtindo o ócio.

Tudo isso, mais os telefonemas que recebo, mais o que vejo na tv, formam uma louca colagem que dá origem aos meus sonhos. Dos me que lembro, só posso dizer que são muito, muito sem sentido. Borjes gostaria de usá-los como inspiração para os seus livros, tenho certeza. Costumam "ressussitar" pessoas que há muito já não dão o ar da graça na minha vida real.

E por falar em dar o ar da graça, tem outra coisa engraçada nessa coisa de estar doente. Alguns amigos assumem que não posso receber visitas porque não posso me contaminar (Hã !!!!????). Outros, me ligam dizendo que estão passando aqui, e não vêm, e sequer ligam para avisar que não vêm. Tudo bem, eu entendo que a vida de todos é corrida demais, que são muitas atividades, trabalho demais, que final de semana é pra passear e não para visitar gente doente. Eu também vivo uma vida corrida quando estou bem.

Mas se esse é um tempo de aprendizados, esse é mais um: não prometa o que você não vai cumprir. Quem está do outro lado, pode estar precisando de você.


Música do dia:


domingo, agosto 28, 2011

A gente se sente amada...

... quando o maridão pede (e come com você!) a pizza da pizzaria
da esquina que ele detesta só para te agradar!






sábado, agosto 27, 2011

Reflexões de uma enfêrma - 2


Tem um menino lá no meu trabalho, o Carlos, que vende cupcakes deliciosos. Eu sempre peço a ele para nem me mostrar os danadinhos, para não dar vontade!

Decidi que dieta é uma droga, e que vou me permitir ao menos 1 por semana, eu não vou explodir por conta dessas calorias!

Meu caso


Com tantos pedidos de exames e informações desencontradas
entre os médicos, a gente começa a desconfiar de tudo!

_______________
Publicado no Segundo Caderno do Jornal O Globo de 27/08/2011. Clique na imagem para vê-la em uma resolução melhor.

sexta-feira, agosto 26, 2011

É incrível...


... como crescem pêlos, cabelo e unhas quando você não está prestando atenção neles!

... como a gente sente falta até do que nos irrita!

... como eu tenho visto passarinhos diferentes se fartando do néctar das flores do meu bouganville!

... como as pessoas têm uma imagem tão diferente de nós da que nós mesmos enxergamos!

... como as pessoas distorcem tudo aquilo que falamos para contar a história que melhor lhes serve!

... como eu sempre tenho deixado para amanhã coisas que eu gostaria de ter feito hoje!

... como as tarefas domésticas são sempre as mesmas e tão chatas!

... como o corpo padece mesmo quando achamos que estamos em equilíbrio!

... como não tem nada de bom na tv aberta, nem na tv à cabo!

... como os noticiários de todos os canais de repetem!

... como a humanidade é capaz de cometer tolices!

quinta-feira, agosto 25, 2011

Reflexões de uma enfêrma - 1

Ninguém gosta de ficar doente. Muito menos eu. Interessante ver a quantidade e a diversidade de pessoas que ligaram para mim para saber como eu estava. Estou melhorando, mas bem lentamente. No início, deu medo. Os dois médicos com quem eu me consultei disseram que não havia remédio, que eu teria que me recuperar sozinha. Daí a gente faz os exames e não melhora, "fica estável", como a própria médica disse. E tem que esperar.

Há muito tempo que eu aprendi que o meu karma é ter paciência. Eu nunca gostei de esperar, sempre sofri de ansiedade, sempre quis resolver as coisas ontem. Mas, agora, só me resta esperar. Até porque não consigo ler, pouco escrevo, nem o jornal eu encaro. E se deixo a tv ligada é para fazer barulho, não para acompanhar o que está passando.

E, já tendo ficado 15 dias em casa, escuto a médica me dizer que provavelmente vou ficar mais 15. Ninguém merece. Isso não é coisa para uma pessoa ativa como eu. Daí eu tento trocar os lençóis da minha cama, e vejo como é uma tarefa difícil. Cansa muito. Vestir o colchão com o lençol de elástico é quase uma tortura. Depois, levar para a área de serviço, programar a máquina, organizar tudo, esperar bater. Ai, deixa eu me sentar um pouco que meu coração já começou a palpitar novamente.

Uma coisa que não sai da minha cabeça é por quê isso acontece com pessoas legais. Porque eu sou legal, eu me esforço para ser legal. Não me meto na vida dos outros, sou honesta, sou fidelíssima aos meus amigos, sou uma boa filha, sou uma pessoa bacana com todo mundo, não me furto a trabalhar e adoro o meu marido. Então, por que? Eu queria entender.

Ainda mais uma doença silenciosa como a anemia. Uma doença que não avisa, que vai tomando o corpo, transformando tudo aqui dentro numa batalha intensa, entre glóbulos brancos, vermelhos, baço, coração, corpo e mente (a gente tem que se reorganizar para não entregar os pontos).

Eu sei que tenho muito que aprender com tudo isso. Aliás, com esse meu ano, que está sendo brabíssimo. Ô, 2011, você podia dar uma aliviada, né? Ainda não descobri o que tenho que aprender. Talvez, seja hora de entender quem são de fato os meus amigos, aqueles que retribuem com o mesmo carinho tudo o que eu faço. Mas, como eu disse pra mamãe outro dia, talvez também seja hora de reconhecer que ninguém dá o que não tem, como diz o mestre Alan Kardec.

Eu ainda vou postar muitas outras reflexões por aqui, se Ele quiser.

quarta-feira, agosto 24, 2011

Poetas brasileiros

Dá para não se emocionar? Que gravação linda! Amo o Alceu e a Zizi...



Na Primeira Manhã
Alceu Valença

Na primeira manhã que te perdi
Acordei mais cansado que sozinho
Como um conde falando aos passarinhos
Como uma bumba-meu-boi sem capitão
E gemi como geme o arvoredo
Como a brisa descendo das colinas
Como quem perde o prumo e desatina
Como um boi no meio da multidão

Na segunda manhã que te perdi
Era tarde demais pra ser sozinho
Cruzei ruas, estradas e caminhos
Como um carro correndo em contramão
Pelo canto da boca num sussurro
Fiz um canto demente, absurdo
O lamento noturno dos viúvos
Como um gato gemendo no porão
Solidão.

sábado, agosto 20, 2011

Mulher maravilha

Definitivamente, não sou ela. Adorava quando criança, mas seus poderes ficaram no passado, nas telas da tv. Muito cansaço. Coração em permanente disparo, para dar conta da falta de ar. 99, 100, 110 batimentos por minuto. Dor de cabeça. Ela lateja dentro de mim. Não aguento a luz. Não aguento ficar deitada. Não aguento dar 5 passos. Não é falta de sangue. Nem caso para cirurgia. Tenho que me recuperar sozinha. Mas, como é lento o processo. Já conheço as manchas do teto. Já quero trocar tudo.

Quem sabe um dia o gás volte e eu queira retomar o blog com a mesma força de quando mudei o layout?

Me aguardem!

terça-feira, agosto 09, 2011

Carpinejando

Desde que comecei a ler o livro do Fabrício, e a partir do momento em que posso levá-lo para qualquer lugar, sem ter que me ater a pequena tela do computador onde encontro seus maravilhosos escritos em blogs e colunas de revistas, me pego pensando cada vez mais no que ele escreve e no quanto compartilho de suas opiniões. No último texto, ele escreveu assim o que pensa sobre "ser grande":

"Não há mais adultos no mundo. Ninguém mais pede para ser adulto. O tempo parou afetivamente, e raros são os corajosos que desejam envelhecer".

Ah, como eu concordo com o Carpi. A gente está se perdendo num mundo pasteurizado. No alto dos meus 41 anos, muitas são as vezes em que eu me pego experimentando uma roupa numa loja e me perguntando: "vem cá, isso aqui não é roupa de adolescente, não?"

Está tudo muito igual. O que é roupa de mulher de 40 e poucos anos? Não há mais distinção... somos todos iguais, correndo atrás da fonte da eterna juventude, dos cremes aos ácidos hialurônicos que nos tiram as rugas, do botox que nos congela a expressão, estamos todos com a mesma cara, a cara que tínhamos quando ainda não havíamos deixado a vida nos marcar com suas experiências boas e ruins.

Não decidimos mais nossas questões como adultos, estamos sempre precisando de muletas e é cada vez mais difícil pensarmos por nós mesmos. Estamos criando uma legião de terapeuta-dependentes, aqueles que só são capazes de ouvir o que pensam naquela horinha de análise. Por que é tão difícil chegarmos a uma conclusão sobre uma análise de trade-off : chegar ao que vale, avaliar custo x benefício é difícil pra todo mundo, mas parece que muitos não conseguem mais sozinhos.

E a super-exposição? Nos abrimos na rede como flores na Primavera e depois ficamos reclamando que todo mundo se mete em tudo o tempo todo? Afinal, o que queremos? Há o tempo de sermos crianças, o de começarmos a crescer, e o de sermos adultos... o que precisamos é guardar todo esse arsenal de vivências e construir um adulto melhor, que é capaz de deixar um legado para aqueles que gostam de nós...

Você já se fêz essa pergunta? Eu me faço o tempo todo...

Música de hoje:



PS.: Essa música que eu amo tanto é para minha amiga Maria Cecília, que sempre dá um jeito de dar uma passadinha por aqui. Beijo Ciça!

segunda-feira, agosto 08, 2011

Prestadores de serviço

Acho que já falei aqui que há mais de dois anos estávamos com um problema no nosso boiler. Demorou, mas pouco antes de sairmos de férias, chamamos uma empresa de aquecedores à gás e trocamos o dito cujo (que já estava vazando gás e podia causar um problema sério aqui em casa).

As férias passaram e no sábado o maridão resolveu, finalmente, chamar uma pessoa para fechar dois buracos no teto de gesso deixados pelo instalador do equipamento.

O rapaz marcou às 9 horas. Mas, não veio. Simplesmente ligou dizendo que ia fazer uma calçada aqui na rua e que o serviço levaria o dia inteiro. Como assim? Nós deixamos de viajar por causa disso. Dissemos a ele que ele teria que vir. Que precisava ter palavra. Ele então disse que adiantaria o serviço e viria pra cá à tarde.

Mal sinal. Mas, não captamos. Estamos tão acostumados com essa quantidade de informações que temos que processar todos os dias que não nos damos conta de que o corpo/cérebro percebe quanto "há algo de estranho no Reino da Dinamarca".

Chegou às 12:30, nós já havíamos almoçado, mas tivemos que arrumar a cozinha expeditamente, porque o serviço implicaria em poeira.

Ficou até às 16:30 e, antes de sair, resolveu dar uma limpada nas coisas - inclusive no aquecedor.

Aqui vem a lição aprendida do dia: nunca deixe uma pessoa dessas sozinha na sua casa - ele pode resolver agir, sem pensar!

O sujeito deu um banho de água com um balde no meu aquecedor novinho, que tem uma plaquinha eletrônica programada em seu interior. O bichinho parou de funcionar e nós tivemos que tomar banho frio!!!! Não pode molhar a placa, genteeemmm!

Ai, nada contra a classe, mas como disse uma amiga no Facebook essa semana, peão em casa é receber a visita do capeta...!!!

Eu apelei. Lembrei-me de uma amiga que quase perdeu um celular e que secou sua plaquinha com o secador de cabelo. Fiz o mesmo. Fiquei lá, horas secando o bichinho por dentro, sem tirar os parafusos e lacres para não perder a garantia, torcendo para que ele funcionasse... acho que deu certo!

Que aventura para um final de semana, não?

Música de hoje:

domingo, agosto 07, 2011

Nine

Poster italiano de Nine (2009)

Na noite de ontem, saímos procurando quais os DVDs que tínhamos e ainda estavam na embalagem para curtirmos um filminho juntos. Temos essa mania, que eu sei, alguns de vocês acham um desperdício. Mas, gostamos de comprar filmes. Temos a maior preguiça de ir à locadora, gostamos de escolher a hora em que veremos os filmes, sem ficarmos presos ao horário da tv à cabo e com os atuais preços dos DVDs, dá para comprar que assistindo uma única vez, já está valendo. Fora que eu sempre compartilho os meus filmes com a família e amigos, então...

Desta vez, vimos Nine, um musical de 2009, do diretor Rob Marshall, o mesmo de Chicago, que à época de seu lançamento no cinema, teve muitas críticas ruins.

Como não ficar boquiaberto com a beleza dessa mulher (Penélope Cruz, como Carla)?

O fato é que eu gostei. Sei lá porquê. Talvez seja pelo tema, um dilema criativo de um diretor de cinema, que tem que escrever o roteiro de seu nono filme e não conseg
ue. Talvez por ele ter obtido reconhecimento logo de cara quando começou e não ter alcançado o mesmo sucesso nos últimos filmes. Esse diretor, Guido Contini, é interpretado pelo maravilhoso Daniel Day-Lewis... eu até li alguns blogueiros dizendo que ele não sabe cantar, mas não é que eu gostei das cenas em que ele aparece cantando?

As mulheres de Nine: Judie Dench, Marion Cotillard,
Sofia Loren, Nicole
Kidman, Katie Hudson, Fergie e Penélope Cruz


Também achei interessante o Marshall colocar logo de cara, na primeira cena, todas as mulheres relevantes da vida do Guido:
  1. aparece a mãe dele, Mamma, interpretada pela Sofia Loren, que inevitavelmente me lembra a minha sogra sempre;
  2. a esposa Julia Contini, interpretada pela Marion Cotillard, linda e melancólica, como em todos os outros filmes que vi com ela;
  3. a amante Carla, interpretada pela voluptuosa Penélope Cruz, arrasando em seu número musical e em todas as outras aparições no filme;
  4. a diva de seus filmes Cláudia, interpretada pela Nicole Kidman, que demora a aparecer no filme e tem uma atuação abaixo da média, mas faz um papel interessante da atriz que sofre por amar platônicamente seu diretor;
  5. a assistente Lilli, interpretada pela Judi Dench, que faz uma cena cantando em Francês muito bacana e atua quase como uma segunda mãe do Guido;
  6. a repórter Stephanie, interpretada pela Katie Hudson, que faz uma cena sobre o cinema italiano maravilhosa e empolgante;
  7. e a Saraghina, papel de Fergie, que eu não sei bem definir, mas que é uma mulher que inicia Guido ao sexo quando ele ainda é criança. A cena dos pandeiros e da areia é lindíssima e sua voz, o que dizer de sua voz?

Fergie, e a cena do pandeiro...

Enfim, são muitas mulheres orbitando esse diretor. É interessante ver como cada uma delas tem uma visão diferente do mesmo homem, e como esse homem se esforça e se complica - psicologicamente - para agradar e se sentir desejado por todas essas mulheres. Parece que, de fato, o problema é mais psicológico - e é o que leva o personagem a entrar numa crise criativa - do que moral ou ético.

Marion fazendo a esposa traída e relegada ao 2o. plano.

Talvez eu tenha gostado tanto do filme, com seus cortes e cenas em preto e branco para explicar a origem de certos problemas do personagem principal, porque não vi o longa-metragem 8½ do cineasta italiano Federico Fellini (de 1963).

Nicole e seu personagem que não engrena...

Confesso que fiquei com vontade de ver o original e quem sabe esse não seja o próximo filme que comprarei. O certo é que, como Chicago, eu gostei muito desse. Veja aqui algumas cenas que me marcaram...







Ah, e a trilha sonora? Que bacana, né? Pois é, acho que vale à pena ver, e até, ver de novo...

sábado, agosto 06, 2011

Quedas

s. f.
Ato ou efeito de cair: levar uma queda.
Fig. Ato de ruir, de desmoronar; decadência, ruína: a queda de um império; perda de influência ou de poder; inclinação; declive; quebrada; perdição moral; tendência, propensão, habilidade, vocação.


Quedas. Subjetivas. Materiais. De cabelo. Vertiginosas. Abismais. Perda de sentidos. Joelhos verde-azulados. Desencontros. De pressão. Depressão. Pelo caminho. Frequentes. Inexplicáveis. Doloridas. Vergonhosas. O fundo. O chão. O que se vê. O mundo a cair com você.

Na queda, só o que se quer é sumir. Não se quer ajuda, nem alguém que te apóie para levantar. Só sumir. Machucou? Sempre.

Música de hoje:

terça-feira, agosto 02, 2011

Adele

Passei a semana de volta pensando nas cantoras novas, nas que estou curtindo e uma delas é, logicamente, a Adele. Veja só a regravação desse clássico do The Cure, que coisa linda.


Love Song

The Cure
Composição: Robert Smith

Whenever I'm alone with you
You make me feel like I am home again
Whenever I'm alone with you
You make me feel like I am whole again

Whenever I'm alone with you
You make me feel like I am young again
Whenever I'm alone with you
You make me feel like I am fun again

However far away
I will always love you
However long I stay
I will always love you
Whatever words I say
I will always love you
I will always love you

Whenever I'm alone with you
You make me feel like I am free again
Whenever I'm alone with you
You make me feel like I am clean again

However far away
I will always love you
However long I stay
I will always love you
Whatever words I say
I will always love you
I will always love you

segunda-feira, agosto 01, 2011

Pousadas em Tiradentes

Quando estávamos preparando a viagem, recebemos algumas indicações de Pousadas em Tiradentes. Mamãe quando vai até lá, costuma ficar na Pousada Neuza Barbosa, que foi reformada recentemente e recebeu uma série de melhorias, o que leva a mamãe a apostar que se ela já era uma boa pousada, agora ficou melhor ainda.

Dois amigos nos indicaram outras pousadas. Um deles indicou a Pousada Don Quijote. Diz ele que a pousada é otima, mas o site não diz muito. Quer conferir? Clica aqui.

Nós optamos pela Brisa da Serra. Tenho que confessar, foi indicação do nosso amigo mais cri-cri, o mais chato. Eu pensei assim, se ele gostou, é impossível que a gente não goste.

A única coisa que ficou faltando foi a parte de lazer da pousada. A piscina e a sauna ainda estão sendo construídas. A promessa é que fiquem prontas ainda em Setembro. Mas, é tudo super bem cuidado e o serviço, de primeira. A pousada oferece café da manhã e café da tarde.



Na segunda foto, você pode ver o teto forrado de macela, que é um sonho, e deixa o ambiente super acolhedor. A Rita, proprietária, também é super gente fina.

Agora, já estamos construindo o próximo roteiro. A vida tem que ser assim, viver muito, intensamente, cada dia.

<< A gente tem que se habituar a agradecer
pelos bons dias de sol, os bons dias de chuva,
os bons dias nublados, os bons dias que
estamos aqui na Terra, entre os nossos,
para presenciar tudo isso,
seja de que jeito for...
>>

_______________________
PS.: Quem quiser conhecer Tiradentes, em agosto, pode conhecer sua agenda cultural aqui.

Ney

Hoje é aniversário dele. 70 anos. Só posso desejar felicidades, e que ele continue oferecendo pérolas aos nossos ouvidos, com essa voz maravilhosa que Deus lhe deu. Salve, leonino!




domingo, julho 31, 2011

Comprinhas mineiras

(*)

Não basta ir à Tiradentes. Tem que se controlar. Sim, porque lá é tudo-de-bom, a gente compra sem parar, se quiser.

De móveis, a objetos de decoração e paninhos para casa, bijoux de prata incríveis, cachaças, doces em compotas, em barras, enfim... uma perdição. Tem que segurar o cartão de crédito, moçada, senão volta falido.

Antes de sair do Rio, já tinha ouvido minha mãe falar que eu devia dar uma passada no Empório Neusa Barbosa. Eu bem que procurei, mas só encontrei bem na volta, quando já estava deixando a cidade (é que ficamos hospedados no lado oposto). Do carro, me pareceu uma loja bem completa, que vende de móveis a objetos de decoração. Não deu, mas quem sabe não fica pra próxima?

Adorei os móveis da loja Âncora Móveis, na Praça da Rodoviária. Tem umas réplicas de móveis da Indonésia que são uma graça, com o preço super em conta. Eles entregam no Rio de Janeiro. Em termos de qualidade, foram os móveis mais bem acabados que eu vi. Além disso, eles trabalham com decoração também.

Ao lado dessa loja, há uma cafeteria que expõe e vende os objetos do Empório Maria Monteiro, com destaque especial para quadros feitos com ferro fundido e as bonecas de janela.

No Largo do Chafariz, há a lojinha do Romer Resende, que trabalha principalmente com imagens de santos em barro (lindíssimas, por sinal) e réplicas em miniatura do casario da cidade (não há como trazer um pra casa). Fica no Largo do Chafariz, 36, telefone (32) 9906-3332.

Incrível também é a loja do designer Gregory Somers, que trabalha com louças super requintadas. Eu amei. O mais interessante é o sistema deles. Você compra uma peça, se algo acontecer a ela, eles fazem o reparo. É quase um serviço. Está certo, as coisas são mais caras, mas vale.

Na loja "Regina Lúcia Teve Infância", você vai encontrar roupas e acessórios artesanais, bem femininos, com adereços bastante inusitados e românticos. Você pode conferir o trabalho dela em crochê e fuxicos aqui.

No atelier da Graziela Guimarães, você encontra tudo em patchwork para enfeitar a sua casa. Peças incríveis, de extremo bom gosto.

No caminho para Bichinho, próximo à entrada que leva ao restaurante Pau de Angu, há uma loja que trabalha prioritariamente com découpage, com peças incríveis, de cachepôs a caequinhas e regadores de plantas.

E há também a loja do Francisquinho, que vende luminárias marroquinas pelo terço do preço das que são vendidas no Rio de Janeiro. Aquelas de jardim, que levam uma vela dentro e deixam tudo lindo...

O que assusta quando você chega em Tiradentes, é que tudo é mais barato do que no Rio de Janeiro, e sabemos que algumas lojas daqui revendem o que compram lá. No hall do hotel, eu já me encantei com a decoração e fui logo perguntando ao recepcionista de que loja eram aqueles móveis. Para minha surpresa, não eram de Tiradentes, eram de Santa Cruz de Minas, uma cidadezinha que fica entre Tiradentes e São João Del Rei, no caminho da Estrada Real. Santa Cruz de Minas vende tudo a metade do preço de Tiradentes, e por conseguinte, a 1/4 do preço daqui... Uma loucura. Considerando-se que o frete costuma ser R$80,00 para peças até R$1000,00 e 10% do valor da peça para móveis mais caros, acho que está valendo.

De Sta. Cruz, destacamos a Forjart, loja que também vende peças em ferro forjado, a Artesanato Móveis Rústicos São José (que tem umas peças incríveis a uns preços ótimos) e a SEC Móveis (cujo forte também são os móveis). Chegando no Rio, já dei uma pesquisada em sites de lá e vi que ainda tenho muito mais para conhecer. Faz uma busca usando a query "Santa Cruz de Minas" AND "móveis de demolição", para que você veja quanta coisa aparece....

E mais não conto, porque só tivemos três dias e meio para andar por ali. Mas, quando eu voltar... ah, vou conhecer T-U-D-O!!!!

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(*) A foto que ilustra este post é da revista Casa e Jardim, online. É de um especial sobre salas montadas com móveis de Minas Gerais, feitos de madeira de demolição. Como os que eu vi nas lojas que visitei. Bom, eu amei o armário do canto, com aquela pintura de pássaros. É meu obscuro objeto do desejo atual. Quem sabe um dia eu não compro um?

Restaurantes em Tiradentes

Em Tiradentes, uma das coisas mais legais de se fazer é conhecer os restaurantes e provar da deliciosa comida mineira. Antes de viajar, pedi aos amigos no Facebook que me ajudassem com um roteiro, já que eu não conhecia a cidade.

Todos eles foram unânimes em dizer que eu tinha que ir ao Tragaluz, restaurante premiado, na Rua Direita, que é muito concorrido porque é a melhor comida da cidade.

Chegando em Tirandentes, eu pedi logo ao rapaz da recepção da pousada que ligasse pra lá e fizesse uma reserva, porque era um programa imperdível. Passadas umas duas horas, ele então voltou com a notícia de que não haviam mais lugares para o Tragaluz naquele fim de semana. E olha que nós ainda estávamos na 5a. feira.

Eu perdi uns bons 30 minutos me amaldiçoando por eu não ter feito a reserva do Rio de Janeiro mesmo, mas tudo bem, nem tudo estava perdido.

No sábado, depois de assistirmos a um Concerto de Órgão e Coral na Matriz de Santo Antônio, pedi ao maridão que fôssemos até lá, só para checar. Já eram mais de nove horas, e o restaurante não costumava fazer reservas para depois desse horário.

Não é que conseguimos? E foi rápido!

Vale a dica: é maravilhoso mesmo! Olha algumas fotos...


Tudo é inspirador. Por exemplo, o texto que ilustra o jogo americano que forra a mesa é da Zenilca, avó das donas do restaurante, e conta um pouco desse nome - Tragaluz...

"Primeiro eu vi a bica. Depois eu vi que ela formava pequeno poço forrado de pedras. E a água era pura, transparente. Então - neste poço enfiei os pés. Água muito fria. E logo após, na água que caía enfiei as mãos, e com elas em concha deixei que delas a água transbordasse. Foi então que lavei meus olhos, e em seguida minha boca, fazendo renascer em mim paisagens esquecidas, palavras já não ditas, projetos guardados em lugares desconhecidos. Foi nesta pia que gravei no musgo a data deste batismo, e me vi com delicioso encantamento elaborar desenhos. Desenhos de sonhos; guardando entre os dedos pequenino ramo de delicadas flores, que guardada entre os papéis secaram com o tempo, permanecendo o pedido que fiz à natureza: - Que o novo Ano me TRAGA LUZ!"

Zenilca de Navarro

Quer conhecer mais antes de ir? É só clicar aqui.

Também fomos ao Viradas do Largo (restaurante da Beth), mas acho que não fomos lá muito felizes na escolha do nosso prato, que ganhou uma nota 7,0. Fomos ao Atrás da Matriz, fantástico, do mesmo nível do Tragaluz, cuja especialidade é bacalhau, que estava DEZ! Fomos ao Cantina Perrella, sofrível, apesar de cheio, e que não recomendamos (ô servicinho)...

Em Bichinho, fomos ao Tempêro da Ângela, em detrimento do Ora pro Nobis. Comida barata (R$16,00 e você come tudo o que puder), mas de fato, é uma bagunça que não me agrada. Eu prefiro outro estilo. Talvez o segundo fosse mais a minha cara.

Mas, a vida é isso, experimentos, experimentos, experimentos... que seríamos de nós sem eles?

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PS1: Na estrada para Bichinho, nos indicaram o restaurante Pau de Angu, que só funciona para o almoço (das 11:30 às 17:30hs). Estava cheíssimo, por isso, desistimos. Quem quiser conferir, o caminho é Estrada para Bichinho, km 4, telefone (32) 9948-1692.

PS2: Também nos recomendaram o Santíssima Gula, que é bacana. Mas, recebemos uma dica erradíssima de que estaria fechado. Não estava. Para saber mais, é só clicar aqui.

Trilha sonora da viagem

Antes de sair de casa rumo à Tiradentes, passei a mão em dois packs com CDs que eu havia gravado há muito tempo (já que eu temo ficar sem os meus originais, no carro só deixo as cópias)...

No caminho, ouvimos de tudo. Muita Amy Whinehouse, que precocemente nos deixou no sábado, e eu soube da notícia entre um cochilo e outro no meio da tarde. Confesso que mal pude acreditar.

Mas, voltando à nossa playlist, o que nos colocou no clima mineiro foi o fantástico CD "Boca Livre Convida, 20 Anos", que já tem uns 13 anos, mas que é simplesmente maravilhoso... Você conhece? Não? Bom, dá uma olhada nas faixas e nos convidados...


1. Bicicleta (c/ Claudio Nucci - David Tygel)
2. Toada (c/ Milton Nascimento)
3. Feito Misterio (c/ Chico Buarque)
4. Misterios (c/ Djavan)
5. Folia (c/ Beto Guedes)
6. Diana (c/ Paulinho Moska)
7. Gotham City (c/ Zé Ramalho)
8. Ponta de Areia (c/ Gal Costa)
9. Nenem (c/ Erasmo Carlos)
10. Ultimo Sinal
11. Quem Tem a Viola (c/ Frejat)

É tão, mas tão maravilhoso, que a gente vai cantando junto! É uma pena que não haja na Internet, vídeos desses encontros. É uma pena que não tenha virado DVD, eu teria comprado.

Segue aí uma sugestão de presente!


Quero o tempo que o tempo tem numa cidade do interior...

Tiradentes...

Igreja Matriz de Santo Antônio


À tardinha, numa rua bucólica de Tiradentes...


Criativa a dona dessa loja


Praça do Chafariz


À direita, a Rua Direita, onde está o restaurante Tragaluz, visita mais do que necessária...


João de Barro fazendo a sua casinha...


Charretes com motivo Hello Kit, é o progresso chegando às ruas de pedras...


Um adorável cãozinho, descansando ao sol...

<< o tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem
o tempo repondeu ao tempo
que o tempo tem exatamente o tempo
que o tempo tem... >>

Conteúdo

Não é que eu não tivesse nada a dizer durante todos esses dias. É que eu estava mais para ouvir do que para contar. Li muito, ouvi músicas, fiz algumas descobertas, testei receitas, cuidei das plantas, aumentei minha horta, reencontrei amigos... enfim, aproveitei as férias...

Já, já, estou postando novamente... aguardem!

terça-feira, julho 19, 2011

Grande verdade

"O pior dos problemas da gente é que
ninguém tem nada com isso".

Mário Quintana
Para viver com poesia

segunda-feira, julho 18, 2011

Altas Horas

Eu não durmo mesmo. Dia desses, vendo o programa Altas Horas do Serginho Grossman, me deparei com uma festa de comemoração pelos 10 anos do programa com a presença da galera festeira dos anos 80. Era dia 26 de junho de 2011.

Estavam lá o Barão Vermelho, o George Israel, a Blitz com a Fernanda Abreu, os Titãs, o Rogério Flausino (entrando de bicão para cantar "Que país é esse?", da Legião), Negra Li, enfim, havia uma galera boa demais no programa para que se fosse dormir...

Você perdeu? Vê um pouquinho aqui...











Você sabe há quando tempo a Fernandinha não cantava com a Blitz? Muito, mas muito tempo... eu ainda era garota!



Você quer ver mais? Vê aqui ó...

Só pra registrar... eu ainda me lembrava da letra de TODAS as músicas... cantei junto... por que é que isso acontece mesmo? Pesquisas dizem que o quê nos marcou aos 14 anos define nosso gosto musical pro resto da vida. Que bom que eu fui bem servida!!!

domingo, julho 17, 2011

Sonhos

Assisti novamente no DVD hoje o filme "A Origem", que havia assistido no cinema no início desse ano. Novamente, fiquei impactada pela trilha sonora perfeita, pelos efeitos visuais, pela dramaticidade do roteiro, pela tensão... Mas, o que me comove mesmo neste filme é a história de haver uma possibilidade de você não se dar conta, num dado momento, do que é realidade e o que é sonho (ficção) na vida...

Ou seja, de tanto fantasiar, você pode ser tragado por uma vida de ilusões, que não necessariamente é a vida real, dura, crua, nua, boa, rica, do dia-a-dia.

Meu amigo argentino já tinha me dito que esse filme é baseado na obra de Jorge Luis Borges, e o diretor cita o Escher, quando fala da cena da escada de Penrose, que retrata aquela escada do Escher que não tem começo nem fim.

"O propósito que o guiava não era impossível, ainda que sobrenatural. Queria sonhar um homem: queria sonhá-lo com integridade minuciosa e impô-lo à realidade. Esse projeto mágico havia esgotado completamente o espaço de sua alma; se alguém tivesse lhe perguntado seu próprio nome ou qualquer traço de sua vida anterior, não teria dado com a resposta. (...) No início, os sonhos eram caóticos; pouco depois, foram de natureza dialética. O forasteiro sonhava consigo mesmo no centro de um anfiteatro circular que era de algum modo o templo incendiado: nuvens de alunos taciturnos exauriam a arquibancada..."
Jorge Luis Borges, "As ruínas circulares", In: Ficções, 1944.



Isso acontece com todo mundo, repetições constantes. Eu me lembro de já ter passado por isso. Um sonho que se repete constantemente. Eu, na arrebentação, furando ondas e mais ondas, grandes, estou sozinha, o mar vai me puxando com força, me levando pra longe, estou sem ter para quem, nem como pedir ajuda. Por minha conta. Sempre associei este sonho à alguma mensagem do meu subconsciente, me dizendo que sou capaz de vencer qualquer desafio, seja ele de que tamanho. Mas, sempre acordo cansada quando tenho um sonho desses. Cansada, mas pronta pra luta.



Já tive a sensação de estar sonhando dentro de um sonho. Isso é muito louco. As cenas não fazem sentido, não se concatenam, parece que o tempo é muito maior quando estou dormindo do que acordada. Acho que é isso que nos liga ao filme. A gente percebe que mais do que um estudo sobre sonhos, o roteirista Christopher Nolan colocou ali, nos dez anos de pesquisa que fez para construir o roteiro, todo o tipo de percepção que tinha em relação aos seus sonhos.



Eu já me peguei dizendo pra mim mesma: "Acorda, idiota, isso é um sonho!"... ou num estado de semi-consciência, trabalhando loucamente, mas ainda dormindo, naqueles minutos cruciais que antecedem o despertar do relógio nos dias de semana. Ou tendo sonhos que mais parecem premonições.

O que realmente me aflige é não sonhar. Isso me dá a sensação de uma noite mal dormida. Bom, eu não entendo nada de sonhos, nem sei se isso é bom ou ruim mesmo. Mas, não lembrar dos meus sonhos me soa como desperdício. Eles são tão criativos...

Para quem viu o filme, recomendo que veja de novo. É ótimo para pescar detalhes que podem não ter sido compreendidos no cinema. Para quem não viu, veja!

E, afinal, aquele reencontro é sonho ou ficção no final?

A alma do negócio

Dizem que a propaganda é a alma do negócio. De uns tempos pra cá, tenho reparado como são criativos os publicitários que cuidam das marcas de desodorantes. Para o bem ou para o mal. Recentemente, percebi meu sobrinho de seis anos cantando uma musiquinha nojenta, e de repente, enquanto via tv, perecebi de onde via aquela musiquinha, que havia grudado na cabeça dele. É desse comercial aqui, do Rexona for men.



Ainda quando vejo isso, fico me perguntando de onde saiu o argumento para bolar uma propaganda dessas. É horrível. Trata-se da história de um cara que não consegue parar de transpirar, e sai assaltando todos aqueles que passam pelo seu caminho para roupar suas camisas / roupas / fantasias. E no final, depois que ele descobre o Rexona Men, ele deixa de transpirar e passa a ser alvo de algum outro maluco. Fico me perguntando se tem alguém que ganha para fazer isso. Ganha, né, gente, o pior é que ganha...

Em contrapartida, bolaram um comercial incrível para o desodorante Axe, também masculino, que foi chamado de Rubens. Tem uma forte relação com o trecho bíblico Gênesis 6:1, quando os anjos desejaram descer a Terra para ter relação com as filhas dos homens. É bem bolado, bem feito, e com uma trilha marcante (pelo que eu pude apurar a música é de um grupo chamado Air e se chama "Sexy Boys").




O comercial é muito criativo, diga-se de passagem. Tem até gente que diz que não gosta, que diz que ele é satânico. Mas, vamos combinar, é quase poético... Eu gostei.

Eu sei que já se fêz de tudo em matéria de propaganda de desodorantes, mas será que não dá mesmo para ser mais criativo? Ou será que precisaremos voltar ao começo e exibir corpos trabalhados em academias de ginástica se lambusando do aerosol do produto?

sexta-feira, julho 15, 2011

Jardins


Como é a sua vida? Ela é como o seu jardim pessoal? Você o rega todos os dias? Aduba? Escolhe sementes de flores para espalhar por ele? Seu jardim tem luz? Atrai abelhas, borboletas? Passarinhos? Beija-flores? O quanto você investe do seu tempo para cuidar do seu jardim?

Um amigo me perguntou isso hoje... eu respondi: "É claro que eu cuido do meu jardim..."

E cuido mesmo... os passarinhos me visitam, há luz, e essa luz é intensa até... mas, eu também conto um pouco com a sorte, porque tem dias que eu nem vou lá. Fecho as cortinas da sala que dão para a varanda, onde fica o meu jardim, e esqueço que ele existe.

Às vezes, faço o mesmo com a vida. Fecho os olhos subitamente, quando chego do trabalho, e durmo pesado, até o momento em que desperto, muitas vezes perdida sem saber se ja é hora de começar um novo dia, ou se ainda há uma noite inteira pela frente. E é nessas horas em que eu esqueço do mundo, ... de regar, cultivar, podar, semear, adubar e cuidar do meu jardim pessoal.

Meu amigo ainda me disse: "Olha, na vida a gente não pode jogar as sementes displicentemente e largar o jardim aos cuidados de um espantalho abandonado. Há que se ter responsabilidade, porque um dia a vida acaba." É duro, mas ela acaba, pelo menos nesse plano.

Eu sei bem disso. Nos meus vasinhos de planta, nascem ervas daninhas e matinhos indesejáveis frequentemente. Como na vida, quando a gente menos espera, já tem um "vampirinho" querendo morder nosso pescoço. Muitos seres vivem de simbiose, outros são apenas parasitas. A gente precisa ser capaz de reconhecê-los para afastá-los de nós, porque eles roubam a nossa luz.

Meu amigo hoje usou uma metáfora para me dar uma grande lição. E para dizer, à sua maneira, que se preocupa comigo. Ele certamente vai ler esse post aqui no blog. Eu só queria dizer obrigada. De novo.

domingo, julho 10, 2011

Sem voz

Dos tempos vividos no Rio, nunca esse inverno foi tão frio. Depois de um ano sem inverno, a esquentar miolos nos 40 graus europeus, esse no Rio me parece mais castigado, mais intenso. Com uma gripe que há muito eu não tinha, só penso na minha cama e no meu cobertor. Quisera não mais falar, ficar muda, perder a voz... de vez. Falar pra quê? Gastar o meu latim em vão? São tantos os sonhos que se vão num piscar de olhos, nem adianta tentar falar deles, ou tentar registrá-los. O vento frio que invade a casa, traz com ele uma certa melancolia. Nem o sol me anima a sair. Nem o verbo me anima a agir. Estou só. Nublada, envolta de névoa. Mas, não posso parar...



Esse que está cantando é o Jack Nicholson, no filme "Alguém tem que ceder", que eu revi hoje...